sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Início de 2003

Enfim, começaram os voos e as esperas sem fim pelos finais de semana.

Nessa época tentava focar mesmo nos estudos para esquecer um pouco que a semana era tão longa. Estava cursando Fisioterapia.
As baladinhas com meu irmão deixaram de ser interessantes e passei a ser uma companhia meio chata, porque quando abria o céu a noite, aquele monte de estrelas, eu logo queria ir embora pra casa, pra poder levantar cedo e ir treinar, resumindo, deixei a noite pra descansar e o dia pra aproveitar.

Lá em casa o lema sempre foi: "pode fazer o que quiser, mas se reprovar em alguma matéria...já sabe, perde tudo." Então era com muita satisfação que sempre ia bem na faculdade.

Quando iniciei o voo no Tocantins, o Estado era bem definido com suas duas estações, eram seis meses de seca e seis de chuva, logo a umidade ia de 12% em meados de Abril-Outubro para 98% Novembro-Março era muito seco e depois muito úmido, impraticável voo livre na época de chuva. Era um tédio, por isso comecei a pesquisar por novos lugares, era muito tempo sem voar, o estresse tomava conta.

Aqui ainda não existia a Usina Hidrelétrica Luiz Magalhães ou Usina Hidrelétrica do Lajeado. Havia apenas o Rio Tocantins que passava bem distante da nossa rampa, neste caso o vento era muito bem definido também, época de seca predominava o vento Leste e época de chuva predominava o vento Oeste, era isso e pronto, de quando em vez vinham chuvas Sul ou Norte, anos  muito bem definidos.

Voei muito tempo com um equipamento de um amigo que havia iniciado as aulas e não tinha muito tempo para treinar e terminar o curso. Como eu já voava ele acabou deixando o equipamento comigo, era um Yaris da SOL, tamanho M (sim era enorme, mas era a oportunidade que eu tinha de voar, sempre colocava um lastro grande, as decolagens de lastro eram exaustivas).

Já me deliciava em pousar no Trevo, hoje chamamos de Posto, já que temos um posto de gasolina lá, mas pousar no trevo era maravilhoso. Sempre tinha medo de passar dali devido espaço aéreo, tinha muitos amigos Pilotos de pequenas aeronaves e eles falavam que não voavam olhando para o céu, por isso era pra tomar cuidado, e sabíamos os horários de rotina, claro que não sabíamos os fazendeiros que iam passear em suas fazendas. Optava em não arriscar. O aeroporto de dentro da cidade já estava desativado, mas mesmo assim eu tinha medo. Se formos realmente analisar, não somos nada nessa imensidão azul, um mosquitinho.

Nesse meio tempo começou a vontade de ir em outro lugar já estávamos em Março de 2003 e por acaso eu iria pra BH. Quando começou essa vontade e essa viagem chegando vi na lista BR um e-mail de um voador de BH, estava lá a assinatura Kotoko BH, na hora copiei o e-mail e enviei uma mensagem, falando que eu estava começando, que ainda não tinha carteira, mas que estava indo pra BH e nem sabia que tinha voo livre por lá, falei que não tinha vela, mas que ficaria um tempo lá e queria muito conhecer a rampa. Ele me retornou super rápido, fiquei tão feliz. Nossa foram dias simplesmente super empolgada e louca pra chegar a hora de conhecer a rampa e novos pilotos.

Lá em BH marcamos um encontro com uma turma pra eu conhecer, ele havia me falado que conhecia uma escola de voo que seria perfeito e que eu poderia ver como eu estava e talvez já fazer a prova, dependendo do meu nível de prática. Gente era dos sonhos o que estava acontecendo. Minha mãe entrou em pânico, tadinha faço a vida dela muito mais emocionante kkkkk.

Estava naquele auge de encontros via internet, com vários assassinatos, ela não queria deixar eu ir de jeito nenhum, não adiantava explicar que era diferente, que era de esporte e que era uma lista fechada...blá blá blá, no final das contas foi maravilhoso, meu irmão deu um help, fomos em um restaurante próximo a minha casa, todos moravam lá perto, (por incrível que pareça, nada nessa vida é por acaso), Nos encontramos eu Kotoko com a namorada hoje esposa, e uma turma muito bacana e foi onde conheci o Wander Instrutor.

Foi perfeito, no outro dia fui pra rampa com eles e tudo combinado para a ir pra Escola.

Era inacreditável o que meus olhos viam, a única rampa que eu conhecia tinha 320m de altura, pra quem não conhece a Serra da Moeda além de fabuloso...era o dobro quase de altura, sem palavras.
Tocantins todos sabem que é muito quente né, cheguei lá um frio daqueles e estava tudo tudo entubado (pra quem não sabe o que é isso, é quando as nuvens nos tocam sem sairmos do chão) Estava lindo demais, então foi daquele jeito, cheguei lá só tinha o visual do lado Moedinha, Moedão todo coberto de nuvens, de repente aquelas nuvens foram subindo subindo subindo um vento super forte e sim fiquei extasiada, o visual era incrível, só indo lá, falar é impossível. Neste dia não deu pra fazer nada na rampa.

E o combinado era ir pro morrinho escola e mostrar o que eu sabia fazer. Foi a primeira vez que usei um equipamento compatível com meu peso e em bom estado, fiquei apaixonada, na hora que me falaram que estava a venda então, quase enlouqueci todo mundo em minha casa pra comprar. Estava bem perto do meu aniversário, seria perfeito demais...rs, imaginem o tanto que eu infernizei pra ganhar esse equipamento de aniversário.

Mas no morrinho foi como começar do zero, nada do que eu fazia era válido, combinamos aulas por 15 dias, era o que eu tinha, mas dentro desses 15 dias mesmo, usei só 4, os finais de semana, pois o Wander trabalhava em outra coisa durante a semana. O objetivo era aprender a decolagem invertida, nunca tinha visto, decolávamos apenas alpina. E o combinado era que eu só faria a prova se aprendesse a decolar bem a invertida. Nossa que decolagem mais chata no início (cada um tem um jeito especial, eu não consegui pegar o jeito do Wander de forma alguma. Dava tudo errado), me embolava toda no tirante, sempre pegava errado, mas isso não me impediu de fazer bons voinhos no Morrinho tanto norte quanto sul, que saudade (o norte não é possível mais voar, ele foi todo loteado, o sul não tenho conhecimento, sei que todo mundo morria de preguiça dele, porque era bem difícil de subir).

Treinei muito e aprendi muita coisa nova, eram vários alunos juntos, isso era maravilhoso, tudo muito diferente do que eu estava acostumada, e gente, tem uma grande diferença em aprender com um Piloto e aprender com um Instrutor, acreditem. Hoje o Piloto que me ensinou é Instrutor e há essa diferença nele hoje, ele mesmo sabe disso, não estou desmerecendo o que ele fez por mim, mas alerto que não façam isso, retarda muito nossa evolução, mas confesso que tive uma boa base em questões de segurança para conexões e cheque e isso pe extremamente importante.

Então infelizmente acabaram as férias, não me formei, não comprei a vela e voltei pra casa, bem triste, muito triste porque eu queria mais tempo, queria muito aquela vela de presente (totalmente fora da minha realidade óbvio, mas enfim...sonhos, eu jurava até o último segundo, que ganharia aquela vela, criei expectativa demais, e isso trás uma frustração muito maior).
Assim que cheguei em Palmas encontrei o Eli (grande amigo até hoje) e ele estava aprendendo também. Falei pra ele: "Eli, lá ninguém decola alpina, a decolagem é invertida, eu não consegui dominar, mas vou te explicar, sei que você vai conseguir."

O Eli treinava comigo no Espaço Cultural, éramos os do contra na cabeça dos mais velhos no voo kkkkk. Foi dito e feito, assim que passei a orientação de como era, Pah, ele fez na hora, eu achava o máximo, nunca tive problemas em ensinar alguma coisa que eu sabia (as vezes no voo parece que as pessoas não te ensinam as coisas com medo de você ficar melhor que elas...isso é ridículo), sei que foi lindo, e nunca mais ele fez alpina....rs (mas éramos muito criticados por nossas inovações, mas paciência né, evoluir é preciso)

Tinhamos neste momento outros alunos e um deles era o Chorão, figuraça, foi o primeiro que me falou a tão fatídica frase no pouso: "é uma mulher? Se mulher voa eu também voo..." Gente eu ria tanto. kkkkkkkk
Então ele começou o curso, comprou logo o equipamento e foi mais um que me emprestou várias vezes. Sempre que ele não podia voar, ele deixava o equipamento comigo, não me recordo a vela, mas os carcarás que derem uma olhadinha na vela saberão.


Nesse meio tempo, continuei voando Yaris, estava bem melhor agora e tinha um conhecimento maior sobre a vela grande e suas consequências e isso dava um pouco de insegurança, mas não deixei de treinar e claro com essas velas grandes peguei mais habilidade. Não recomendo, pelo amor de Deus.

Não estou achando nenhum registro dessa época, uma pena, mas caso encontre, vou publicar.

Com amor;

Marcinha ´ )( ,











domingo, 4 de dezembro de 2016

1º Capítulo - Meu Primeiro Voo

Olá pessoal, como prometido, vou tentar contar pra vocês sobre minha trajetória. Alguns se enxergarão nos sonhos e desafios, que seja sempre um incentivo para o crescimento.

Peço licença para talvez usar nomes de amigos que fizeram parte deste caminho e caso algum sentir se exposto ou não goste de ser mencionado, peço que entre em contato, com certeza removerei, pois em alguns episódios serão necessários.

Como tudo começou...

Muitos já conhecem essa história, mas para quem ainda não teve oportunidade, senta que lá vem história.

Minha vida foi cheia de vai e vem, sai de Minas Gerais  muito nova, meu Pai decidiu desbravar a divisão do novo Estado do Tocantins. Passamos muitos anos no TO, voltamos pra MG, voltamos pro TO, voltamos pra MG e assim foi minha adolescência, já estava me acostumando com as separações e meu coração começou ai a aprender que as verdadeiras amizades estarão sempre conosco, passe o tempo que passar ou a distância separar, amigos são amigos.

Nesse vai e vem acabei ficando em BH e iniciei a Faculdade de Economia, uma fase maravilhosa, estávamos na transição do real, tudo acontecia, era realmente real, nada imaginário, como realmente é a economia kkkkk, quando se tornou a incógnita de novo, com previsões eu já não estava mais fascinada pelo curso e acabei trancando a matrícula e indo passar um tempo no TO com meus pais.
Não tinha muito que fazer, não conhecia ninguém, então foi uma fase dedicada ao esporte, virei atleta, corria, pedalava e patinava, às vezes passava o dia todo na academia.

Um belo dia conheci uma pessoa, que virou pra mim e falou: “Nossa você é uma atleta, adora esportes, tenho um convite que você vai adorar. Que tal ir comigo na Serra no final de semana, tenho uma surpresa pra você.”

E ficou combinado, estava muito curiosa, queria muito saber o que era. A única coisa que ela havia me falado era que só iam homens e isso há deixava um pouco incomodada, por isso ela gostaria de uma companhia feminina e tinha certeza que eu ia adorar.

Finalmente chegou o bendito sábado, e entramos no carro e subimos a Serra do Carmo, só o passeio já me deixava maravilhada, sempre gostei muito de estar rodeada pela natureza.

Até que depois de longos 40min, chegamos ao nosso destino, um mirante deslumbrante de frente para o vale de Taquaruçu Grande. Eu deslumbrada com o visual, nem reparei no pessoal descendo seus equipamentos, quando me dei conta, já tinha um rapaz inflando sua vela, lembro como se fosse hoje, até o som da vela subindo  tenho na memória, o sol se pondo logo atrás, dava um tom bem amarelo ouro pra dourado, uma cor que tanto amo nesse por do sol do Cerrado, e logo este rapaz inflou correu e decolou, tudo muito rápido. Eu fiquei ali de boca aberta pensando: Meu Deus, isso que faltava na minha vida.

E já fui pra perto desta nova amiga e queria saber tudo. E ela me falou que tinha uma pessoa dando aula, mas que ela não queria fazer sozinha e se eu topasse seria ótimo. Imaginem...topei na hora.
Cheguei em minha casa louca pra contar a novidade, já estava tudo combinado, já teria aula no outro dia, estava muito eufórica.

Acho que no início minha mãe não levou muito a sério, deve ter pensado que era fogo de palha, só me falou uma única coisa: “Você não tem dinheiro para praticar este esporte, pare antes de sofrer, é um esporte para ricos.” Mais nada.

Imediatamente queria dar a notícia para meu irmão Alessandro que morava em BH na época, liguei e falei: “Nem te conto, estou praticando voo livre” Ele: “que massa, nossa parabéns, que legal, blá blá blá...beijo e tchau”

Passa cinco minutos me liga de volta meu irmão: “Você falou que está praticando voo livre¿ Isso é muito perigoso, tome muito cuidado, juízo...” Quase morro de tanto rir nesse dia, rir de alegria e dele recebendo a notícia e digerindo. Ai sim eu tinha certeza que ficaria em Palmas de novo.
E que comecem nossas aulas. No início combinamos de levar o professor para voar e faríamos o resgate e as aulas seriam depois do voo, era tudo muito longe, mas quando chegava a hora da aula, tinha energia de sobra.

Então fomos para um morrinho, na primeira vez ouvi tudo sobre tirantes, boca, linhas, selete...aquela coisa toda, conhecendo o parapente, me conectei e inflei já com as orientações do Instrutor, a vela era muito grande, não havia escola de parapente aqui, era um Piloto me dando aula (Mauro medeiros - Tenho muito a agradecer). Na primeira inflada já voei kkkkk que perigo, logo aquele impulso de freiar, então o Mauro gritou, levanta a mão, levantei de uma só vez, imaginem ai na suas caixolas o filminho passando...levantei a mão e a vela avançou e eu lambi o chão de peixinho, cheguei em casa com a calça toda ralada um machucado no joelho e a mão ralada, foi o suficiente pra começarem o sermão do quanto era perigoso o que eu estava fazendo e que não tinha dinheiro pra isso, principalmente se eu me machucasse.

No outro dia estava eu no cursinho com um saco de gelo no joelho e louca para minha próxima aula, não parava de pensar em tirar os pés do chão de novo. Infelizmente as pessoas que estava fazendo aula comigo eram duas e os dois, tiveram a mesma experiência, mas isso causou muito medo e eles acabaram parando, eu não, queria mais, queria voar, já não tirava isso da cabeça.

E um dia meu Instrutor falou: “Estou te dando aula porque sei que quando você decolar um monte de marmanjo vai querer, só porque uma mulher voa.”
Foram meses e meses fazendo aula nesse morrinho.
Levava eles pra voar, o ponto de referência era o trevo que eram 14km da rampa, uns 15km do pouso (este ainda não tinha asfalto) e uns 13km do morrinho aproximadamente.
Sempre treinávamos no final da tarde, mas era cansativo, chegava lá nunca tinha vento, chegávamos sempre depois das 17h, era frustrante.

Quem me ajudava muito no morrinho também, era o Ricardo, nossa companheirão no início, mas tenho uma história dele pra contar que por causa dele e graças a ele, quando é necessário cabo, nem decolo.
Um belo dia estávamos no morrinho, fui treinar com ele (Ricardo), o vento estava um pouco forte e eu pra variar com uma vela grande. Estávamos há um tempo já esperando, até que ele vira e fala: Lembrei, tenho uma corda no carro, agora você vai. Vamos amarrar a corda em você e eu não te solto.
Topei né? Confiei na figura.
Só pra constar, atrás do morrinho escola era alta tensão..me preparei toda, tudo pronto, corda amarrada, e inflei. Deu tudo certo, ele segurando e tudo eu super feliz, pois estava voando, olhando longe, nossa estava maravilhoso, até que olho pra baixo, pois já estava achando aquilo alto demais. Quando olhei pra ele, estava com as duas mãos me dando tchau, meu Deus, que cena horrível aquela, logo olhei pra trás pra alta tensão, pensando que ia pra lá, pois vento forte, vela grande, eu voando...tudo errado, deu um pânico momentâneo e sabe aquelas caladinhas dos deuses? Ganhei uma nessa hora, os anjos protegem com certeza, calou o vento de um jeito que fui planando no morrinho e pousei, inacreditável. Me pergunte agora sobre cabo, corda...curuz, sensação horrível. Graças a Deus deu tudo certo. e ele numa calma...kkkk só quem conhece o Ricardo vai saber do que estou falando.

Um belo dia chegou um voador de fora, lá de Cuiabá (Cacá), eu já estava numa fase boa nos treinos, mas ainda faltava muito. E ele decidiu me ajudar, começamos a ir pro morrinho pela manhã, bem cedo, tipo 7h. E foi uma evolução. Era outra aula com certeza, mais fácil, mas a base já estava toda na caixola. Além de ter ganhado meu livro Parapente brasil, super recomendo, histórias incríveis de carcarás do voo livre.

Estava treinando com uma vela muito, muito velha, já tinha passado por vários donos, incluindo o Ricardo, o irmão dele...e os que nem sei, e quando eu peguei, ela estava guardada embaixo de um tanque de lavar roupas, quando abri estava toda mofada. Eu era muito novata, não tinha noção de peso de vela, de tecido, de nada. Só queria voar.  Acontece com muita gente. Na época sei que a turma estava pequena e todos queriam novos integrantes, era muito importante, por isso faziam o que podiam com o que tinha, a vontade de crescer o grupo era maior. Se não me engano eram uns três pilotos apenas, sendo que um era de Goiânia, vinha de quando em vez.

E um belo dia meu instrutor resolveu que era hora de me decolar. Subimos a Serra num final de tarde lindo, eu estava muito nervosa, daquele jeito, dor de barriga, mãos frias, achando que ainda não estava preparada, mas sim eu estava preparada. Por incrível que pareça neste dia apareceu mais um Piloto, ele nunca tinha se identificado, mas já voava há algum tempo também, mas nunca havia voado em Palmas. E finalmente chegada a hora, tudo pronto, todos lá olhando, decolei. E vou falar pra vocês, meu primeiro voo foi terrível, não foi dos sonhos não. Porque a vela estava realmente muito velha e parachutou. Deu tudo certo Graças a Deus, mas bati o ombro na árvore onde estava o rádio e então ele saiu da frequência, eu não sabia mexer em nada, bati a mão no meu corpo todo para saber que estava tudo bem e que não tinha machucado nada e de repente olhei ao redor e  fiquei paralisada olhando pra uma fenda na pedra, morrendo de medo de ter uma cobra, pois já estava no horário delas saírem da toca, no TO tinha muita cascavel nessa época, eu só pensava: que bom cai de parapente e agora vou morrer por causa de veneno de cobra...kkkkk. Estava em um lugar onde não tinha visual para meu Instrutor e começamos a gritar, eu de cá falando que estava tudo bem e ele de lá desesperado, achando que eu tinha machucado, deixei a vela aberta como a orientação dada durante o curso, até que chegassem até mim.

Fui resgatada pelo novato e pelo Instrutor. Ainda bem que era andável onde estava, subi pra rampa novamente e logo falei: “Ou vou agora de novo ou não vou nunca mais”.

Ele estava muito assustado, mas acabou aceitando e ai sim fiz meu primeiro voo, pousei daquele jeito, pernas bambas que não consegui nem ficar em pé, mas estava realizada, deslumbrada, sem palavras, foi uma comemoração incrível e neste dia vi que valeu muito a pena todo o cansaço treinando, e claro gente, eu queria mais...kkkkkk Mas não dava para subir de novo, era muito longe chegaríamos a noite.

E assim comecei a voar.

E foi ai que os treinos começaram de verdade.

Comecei a ler muito me inscrevi na lista BR e um dos sites que mais me inspirou, ajudou, ensinou, foi o do Sivuca, indico pra todos os pilotos até hoje.


Assim que comecei a ler vi que tinha que treinar de forma diferente, estava errado o que eu estava fazendo, estava faltando o controle de vela, claro. Então pedi emprestada a vela que estava parada e pedi pra treinar como mandava o site do Sivuca, nossa nessa época foi bem difícil, fui muito criticada, teve confusão, achavam um absurdo eu treinar no chão, para eu treinar com a vela velha a dona da vela queria me vender, enfim acabou dando tudo certo e um belo dia estava eu no Espaço Cultural treinando e me aparece um repórter e ficou interessado e acabei até saindo no jornal. Expliquei que era novata ainda, e que estava apenas tirando a umidade da vela, nem selete eu estava usando no dia. 

Já fiquei famosa na cidade sem querer kkkkkkk.

O texto no jornal relata: A onda não é nova. E a liberação de adrenalina está no perigo de enfrentar o espaço sob as asas sublimes do parapente. Do alto da serra do Carmo deve ser um abismo de contemplação. Daí a estreita necessidade do treino que pode levar as alturas. Ou ao medo.

Realmente minha mãe estava certa, não tinha dinheiro para comprar o equipamento. Mas toda gratidão do mundo tenho para quem me ensinou (Mauro Medeiros), pois foram várias vezes que ele deixou de voar seu final de tarde lindo, para me emprestar seu equipamento, isso não tem preço, não foi uma ou duas vezes não, foram várias e várias vezes.

Era um equipamento gigante pra mim, depois do ocorrido no primeiro voo a vela pequena ficou pra treinos no chão e nunca mais teve voo com ela. Na vela grande eu ficava muito alto, achava o máximo, não tinha noção do perigo, mas eram voos lindíssimos e ficavam mais lindos quando eu pensava que o dono do equipamento quem poderia estar voando ao invés de me emprestar, afinal de contas, contamos os segundo durante a semana para irmos voar sábado e domingo e ele não era diferente, e chegava no final de semana era eu quem voava nos finais de tarde. Uma lembrança muito gratificante só tenho a agradecer.

Mas daqui pra frente ainda tem muita coisa, pois eu aprendi a decolar e pousar. Ele era Piloto e não poderia aplicar a prova para eu tirar a minha carteira, ainda tem muito chão pela frente...aguardem!
Fotos desta época são raras, algumas estão em BH ainda, mas não tínhamos acesso a tanta tecnologia, por isso serão raras imagens e vídeos.

Gratidão Mauro Medeiros, pela dedicação em me passar estes ensinamentos.
Hoje Mauro é Instrutor, tem uma Escola, e realiza voos duplos na região e já fez vários Sivs.

Com amor,

Marcinha , )( `




quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Batendo meu recorde no Tocantins

Oi genteeeee, tudo bem com vocês?
Tenho muito pra contar, é isso mesmo, batendo recordes aqui no TO.

A semana foi de enlouquecer no serviço, porque quinta feira foi o dia mais lindo do ano inteiro e foi justamente o dia do recorde mundial batido com 564km por Samuel Nascimento, Donizete Lemos e Rafael Saladini. Estava de olho na condição, sexta ainda ficou bom, mas não como quinta, ainda esperava um pouco da boa condição para sábado e subi decidida a bater meu recorde Tocantinense.
Estávamos todos animados para este voo.
Subimos eu, Calango e Bel de duplo, Du e Sílvio, a Luciane foi no resgate, e que resgate maravilhoso, embaixo o tempo todo. 
Du foi o primeiro a decolar e logo tirou, perdemos contato. Logo em seguida Eu, Calango no duplo e Sílvio. Dia clássico daquele jeitinho, mega turbulento, apesar do cansaço que fiquei devido a exigência da vela é o voo que eu mais gosto, turbulento que sobe bem rápido.
O voo foi maravilhoso, voamos junto o tempo inteiro, quando um estava lá no alto o duplo longe, lá embaixo, quando eu estava lá embaixo o duplo lá no alto e o Sílvio sempre lá no alto kkkkk e, foi lindo demais.
Tenho muito a agradecer ao Sílvio que foi voltou, me acompanhou por trás deixando que eu tomasse minhas loucas decisões mas estava ali no apoio, ele estava muito bem poderia ter tirado anos luz na frente, mas foi super parceiro, só tenho a agradecer mesmo.
Foi linda cada tirada, cada decisão, ver Palmas e o lago ficando pra trás e cada metrinho voado.
Não foi um voo muito fácil, perdi várias vezes, mas decidida a olhar só pras nuvens, e nós vamos pra onde olhamos né verdade? E foi pro alto que fui. Quando avistei Barrolândia já estava muito cansada de tanto sobe e desce e segura peão com a velinha, mas de repente pegamos uma condição subindo reto, nossa esses minutinhos foram lindos, foi a hora que respirei fundo e praticamente deitei na selete um "pouco" relaxada. 
Todo voo nós sabemos que quanto mais alto mais suave e tranquilo o voo, mero engano aqui no sábado, quanto mais alto, mais turbulento, mais chacoalhado, nossa voozinho pancadaria, atividade total, pilotagem ativa na alta.
Mandar pra frente foi emocionante, confesso que cheguei em cima do lago muito muito muito alto mesmo, olhei pra baixo e deu aquela vontade de começar a treinar acro kkkkkkk, mas combinado é combinado e era dia de recorde.
Gratidão Lu pelo resgate maravilhoso e imediato!
Foi lindo.


Chegamos lá!


sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Marré Infinito nos Ares

Marré Infinito nos ares, 


tenho aqui um agradecimento especial por esta parceria que vem crescendo a cada dia, com 25 anos de conquistas e cada dia que passa deixando as mulheres mais belas e confiantes com suas pedras naturais, hoje Marré Infinito faz parte de uma nova fase da minha vida.

Iniciamos este ano com a Rosa dos ventos, maravilhosa com seus cristais facetados representando os mares do mundo, quatro cristais que me deram um rumo.

Que possamos voar cada vez mais alto e cada vez mais distante, levando brilho e cores que fascinam qualquer olhar.

Gratidão por nos mostrar que somos Infinitas.



Aprofundem-se nessa maravilha.

Com amor e gratidão,

Marcinha Finelli ` )( , 




quinta-feira, 13 de outubro de 2016

2º Saia para Voar

Bom dia Pessoal,

que satisfação enorme escrever pra todos hoje.

Antes de mais nada gostaria de deixar aqui meus agradecimentos para Marré Infinito que vem me apoiando durante todo este ano de 2016, um incentivo muito especial, que praticamente me fez renascer no Voo Livre, Gratidão querida Patrícia Marré por este incentivo Á prática de Esportes, muita coisa mudou após nosso primeiro encontro como Patrocinadora oficial da Atleta.

Este final de semana que passou como todos acompanharam, tivemos o Saia Para Voar, o encontro das Aladas, realizado em São Pedro SP, cidade linda e acolhedora, parabéns ao Clube pelo apoio e dedicação a este encontro maravilhoso.
Foi simplesmente magnífico estar com tantas pessoas queridas, amizades de anos e anos. Não importa quanto tempo demoramos para nos vermos, o coração reconhece nossos amigos mesmo a longas distâncias e se enche de alegria e satisfação.

Fui convidada para Ministrar a palestra sobre Segurança, um quesito muito amplo, cheio de cuidados e muitas opiniões e um assunto extremamente importante para todos nós voadores.

Um dia conversando com meu amigo, passamos a falar da psicologia, das ações do nosso cérrebro e eu fiquei muito impressionada e achei importantíssima a informação para todos nós Pilotos e então convidei Gilberto Ribeiro, Piloto e Psicólogo, unindo informações importantíssimas dentro de todo o contexto segurança e nasceu essa parceria maravilhosa e cheia de informações enriquecedoras.

Foi uma palestra maravilhosa, fiquei muito feliz com a participação e envolvimento, a atenção, a preocupação com a segurança de todos, nossos ouvintes 100% atentos à palavra que foi dada unindo forças para que nosso esporte ganhe força , mais cautela e mais conhecimento sempre, pois todos os dias temos algo a aprender e a passar.

Fiquei muito feliz de encontrar todas as Aladas que converso tanto via internet e não tínhamos nos encontrado pessoalmente ainda, como é bom dar um abraço apertado, o mundo tecnológico é muito bom, mas o pessoal ao vivo e a cores é melhor ainda.

Inahiá querida, muito obrigada por me buscar no aeroporto, nossa viagem foi muito agradável eu, Inahiá e João.
Chegada na rampa, revendo essas pessoas incríveis e conhecendo a rampa


Gilberto, Márcia e Wanise

Claudinha, Maria, Ju, eu e Inahiá


Palestrantes Gilberto Ribeiro e Márcia Finelli



Saia para Voar





Gente gostaria de colocar todas as fotos, mas confesso que é muita coisa, claro que no pouso tive as oportunidade de conversar mais porque tivemos mais tempo por lá, mas a vontade que dá é de abraçar todas as aladas e papear por logas horas, porque é bom demais estar perto de todo mundo.


quinta-feira, 15 de setembro de 2016

2º Saia para Voar

2º Saia para Voar
Nós sempre faremos a diferença.
Hoje vamos falar sobre "Mulher e voo livre", tenho várias histórias, mas resumidamente, vou contar um pedacinho. 
Quando iniciei o voo, pousávamos no Comercial Machado que estava sempre lotado nos finais de semana, era o nosso pouso oficial. Aprendi a pousar lá. Na realidade na época era uma venda com a casa dos donos ao fundo. Ficávamos mais na casa dos donos do que na venda, eles nos acolheram, nos abraçaram e deram sempre todo apoio necessário, fazem parte da minha família.
Toda vez que eu pousava e tirava o capacete, começava a gritaria: É uma mulher, é uma mulher...as pessoas ficavam impressionadas e admiradas e as crianças vinham eufóricas. Cheguei a levar balinhas as vezes, de tanta alegria.
Assim que iniciei o aprendizado o próprio piloto falou: Vou dar aula pra você, porque sei que na hora que todo mundo ver uma mulher voando, vão se interessar e assim teremos mais amigos, mais pilotos, deixaremos o céu colorido". Foi dito e feito, começou o voo livre no TO, pois nessa época alguns pilotos pararam, outros foram embora e foi diminuindo. A partir de então o que mais eu ouvia era: "Se uma mulher voa eu também posso voar."
Até hoje sinto que essa frase entra por um ouvido e sai pelo outro, falar o que sobre isso né mesmo?
E por ai se foram longos anos, e hoje fazemos a diferença, toda rampa tem uma flor, assim como toda cidade hoje tem uma rampa.
Minha trajetória foi muito consciente, deixei de treinar acrobacia em casa diversas vezes, preservando Pilotos que achavam que porque eu era pequenininha e mulher sabia fazer algumas manobras, a mesma era fácil e acabavam imitando sem técnica, sem conhecimento e eu me arrepiava de medo, pois sabia cada coisinha que poderia dar errado e os desavisados não.
Tive olhares de vários ângulos, e com o tempo veio o respeito.
Fiz de tudo para nunca errar, por isso as pessoas hoje confiam em mim, mas demoraram muito pra isso acontecer, pois quando iniciei Acrobacia, se na época chamar Piloto de doido era normal como até hoje é, imagina acrobata, quem dirá mulher então...rs
Estava sozinha nessa jornada, precisando sempre provar capacidades, foi difícil comprar o equipamento, fazer tantas viagens, estar nos treinos, cada lugar que passei foi muito bem aproveitado, porque sei o quanto foi suado chegar lá, mas cheguei. Ouvi tanta coisa absurda, mas melhor é colocar o óculos cor de rosa na maioria das vezes e seguir em frente.
Infelizmente, quem não tem coragem de sair da zona de conforto quer que o outro desista também.
Hoje estou aqui finalizando os temas de minha palestra, como não poderia ser diferente falaremos sobre SEGURANÇA.
Aguardo vocês por lá. Corram, as inscrições são limitadas.
Desta vez irei bem diferente, não estou mais sozinha, estou com Marré Infinito .
Gratidão

Vestindo colares Marré Infinito

Voando com os amigos

Quem manda no voo não é o equipamento, mas sim as decisões do Piloto

Já que ninguém me acompanha, eu acompanho todo mundo.
Gente, relembrando ótimos tempos em que fazia parte da lista Escola Serra da Moeda e assinava Marcinha TO, vou fazer meu relato sensacional de hoje, porque lá quem não relata não voa.

Senta que lá vem história : )
Decidimos subir um pouco tarde, mas isso foi maravilhoso, pois deu tempo de almoçar o que às vezes faz toda diferença.
Subimos eu, Gil e Pilotango, conversando a beça, um monte de polêmicas...aff, daquele jeito que a rampa não chegava nunca mais.
Chegando à rampa veio primeiro o choque, queimou a Serra inteira, tudo, inclusive o vale. O cheiro forte de fumaça e chamas altas ainda estava presentes no pasto. Uma cena muito triste.
Ainda estava pensando como seria, pois a última vez que voei assim, passei muito mau, fiquei enjoada e tive uma intoxicação, mas logo pensei, decolar e sair daqui logo, mas tudo tinha fumaça no final das contas.
Avaliamos por alguns minutos e logo nos preparamos. Fui a primeira a decolar. Sai ganhando tudo na cara da rampa, sem nada fazer e logo fui na direção da fumaça, pois ela estava mapeando a térmica. (Detalhe, adoro térmicas fortes, mas poder vê-las, me inibe bastante)
Saí perdendo da mesma forma que ganhei, já estava abaixo da rampa e nada de chegar na bendita. Até que de repente começa aquele som maravilhoso do vário e enfim subindo.
Fiquei um tempo esperando os dois decolarem, num sobe e desce desconfortável, até que decidi subir e sair, não tinha mais condições de esperar, devido às rajadas de vento, ao fogo logo embaixo e a fumaça, que já incomodava.
Nesta hora encaixei em uma térmica linda, forte, turbulenta, mas daquelas que sobe sem dó e é dessas que eu gosto. Fui muito alto, muito mesmo, mas não consigo ver o celular em voo, estava com XCsoar ligado, mas nem cogitava ver alguma coisa tirando as mãos do batoque.
Gilberto havia desistido e decidido ficar no resgate, e Pilotango estava muito baixo e eu fui embora. Só ouvi Gilberto no rádio: Essa altura Marcinha, Graciosa garantida, mas suguei tudo daquela térmica, queria garantia pra atravessar o lago sem um pingo de tensão.
No meio da cidade, inventei de tirar uma foto com o celular, nessa hora até consegui tirar, mas segurei no botão que desliga o aparelho...(grrrr desliguei sem querer e perdi meu voo : ( , passando por uma turbulência não tive como ligar imediatamente, mas depois liguei, infelizmente já estava quase em cima da Graciosa.) Não deixei abalar, eu tinha subido pra fazer um cross e nele continuei, era o combinado com os amigos.
Nesta hora o Fernando entra no rádio e começa a falar conosco, dando dicas para Pilotango devido não saber ainda minha posição, depois já deu uns toques pra mim também, pois ontem ele voou muito, bateu seu recorde pessoal, já sabia como estava o caminho. A visibilidade estava péssima e o medo de aeronave também não saiu da cabeça, sempre atenta aos sons. Foi muito bom ter esses pilotos conectados ao rádio, me senti amparada o tempo todo no voo, com a comunicação simples, clara e objetiva no rádio.
Em cima da Graciosa na extratosfera, olhei pra praia e pensei, hoje dá um bom treino de Acro, coração chega disparou, ai lembrei de novo, combinado não sai caro, vamos pra frente e ganhar distância, ainda pego mais uma térmica linda, redonda e gigante, derivando toda pro lago. 
Só alegria.
Infelizmente após a travessia não consegui quase nada, já estava distante do lago e peguei mais uma termalzinha fraca, que pra minha vela seria rodar mil vezes pra subir 1m. Termal pra Super Sonic tem que ter potência...
Acabei ficando nela muito pouco, achei que estava perdendo muito tempo e poderia ter algo mais na frente.
Enfim, não achei nada, deixei só no planeio mesmo, hoje estava muito sustentado, isso me ajudou muito.
No pouso os riscos que corremos, param dois carros cheios de jovens aventureiros, gritando: Você viu o cara pousando? Eu escutei cara, abaixei a cabeça escondi o corpo e continuei de capacete, deixando o pensamento de ser um homem mesmo, porque o medo já tomava conta, viram que já não tinha mais muita graça e foram embora para seu destino. Graças a Deus.
Logo atrás chega o Gil no resgate e de lá fomos buscar Tiago que estava logo atrás indo por outra rota, no final das contas fizemos a mesma quilometragem.
E o presente desses pousos no cerrado, é sempre especial, como este Caju suculento e doce.
Gil precioso esse resgate, valeu demais a parceria, foi 10.

As maravilhas do Cerrado

quinta-feira, 14 de julho de 2016

XC TO 1º Etapa - Palmas

Foi sensacional poder apreciar bem de perto nossa 1º Etapa do Campeonato de Cross country em Palmas TO.
O evento foi recheado de boas vibrações, com pessoas maravilhosas nos visitando e deixando o céu de Palmas mais colorido.
Além da Competição de distância livre, também tivemos a apresentação do D Bag, o primeiro evento no Brasil a encerrar uma competição de Cross Country com um salto de helicóptero e apresentação de acrobacia aérea em Parapente. Foi maravilhoso, um privilégio para a cidade de Palmas TO.


O encerramento foi na Praia da Graciosa onde todos puderam deslumbrar as manobras e logo após curtir o Show de encerramento do evento e abertura da temporada de férias com a Banda Mestre Cuca.
Não percam, vem ai a 2º Etapa a mesma se realizará em Axixá.

Apoio:
ATVL - Associação Tocantinense de Voo Livre
Sol Paragliders - Incentivando o esporte pelo Brasil.
Atleta Oficial: Marré Infinito - Marcinha

Com amor,

Marcinha ` )( ,

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Recorde Tocantinense Palmas TO

Bom dia Alados,
Hoje conversando com Samuel Nascimento logo cedo, passo pra vocês informações quentinhas sobre o Tocantins.
Nas palavras de Samuka: "O Estado do Tocantins tem um grande potencial para longas distancia".
O mesmo afirma que em 2017 estará presente para bater na casa dos 300 km em linha reta.
Ano passado (2015) o mesmo esteve presente em nosso Estado, um privilégio para nós pilotos locais ter tamanha experiencia por perto.
Além de escancarar o recorde de Palmas em uma condição fraca, Samuka trouxe muita evolução para os pilotos locais de cross country com seu Curso XCompe - Curso de preparação e Segurança. 
Infelizmente não pôde prolongar sua estadia aguardando arredondar a condição, caso contrário este número seria bem maior.
E o melhor de tudo é que ele nunca abandona seus alunos, está sempre presente, incentivando, apoiando e nunca deixa o desânimo chegar.
Grande abraço Samuka, parabéns por passar esse conhecimento e experiência adiante, um Grande Piloto.


Samuel Nascimento

Bons voos e seguros pousos forever!

Marcinha Finelli , )( `

terça-feira, 31 de maio de 2016

Promoção Dia dos Namorados Marré Infinito

A hora é agora...
para quem esta curtindo meus looks Infinitos e está louca para esbanjar beleza e elegância,a hora é realmente agora.

Promoção Dia dos Namorados Marré Infinito

É muito simples participar.

Regulamento

1- Curta a página da Marré Infinito. (www.facebook.com/marreinfinito)
2- Curta a foto OFICIAL (no topo da Fanpage).
3- Compartilhe a foto OFICIAL (no topo da Fanpage).
4- Marque 3 amigas na foto OFICIAL (no topo da Fanpage).
5- Clique em QUERO PARTICIPAR no link do SORTEI.ME.

O prazo para entrega do premio será de até 30 dias.
As referencias das peças são: 1 Brinco S056DEV2 + 1 Colar S056DEV6 (o conjunto não possui Anel nem Pulseira)
O valor do frete será por conta da Marré Infinito (via PAC Correios).
Em caso de não haver sucesso no contato para coleta de dados e endereço do ganhador, em até 72h faremos novo sorteio.

Pronto, agora é só torcer.

Seja Infinita você também!!!



sábado, 28 de maio de 2016

Que feriado lindo

Hoje o voo foi simplesmente espetacular.
Reunimos no posto as 10h da manhã, a turma estava animada pra tirada, o dia maravilhosos, térmicas pra todos os lados, mas com rajadas de vento.
Galera animada pra tirada

O vento estava um pouco lateral, mas nada que atrapalhasse na decolagem, pois estava subindo tudo no vale.
Ciclos e ciclos, muita atenção na decolagem, logo que chegamos davam umas caladas de dar medo, pois eram paredões de térmicas na cara da rampa.
Hoje é o dia muito fácil de subir e muito fácil de descer, decolar na hora errada poderia ser perda de voo na certa.
Apesar do vento forte, com as caladas, logo se notava que não era voo de montanha e sim de vale, era arriscar no tudo ou nada, e eu decolei pro tudo.
Estava pronta pra decolar, todos aguardando a hora certa, pois dois pilotos tinham ido na frente, mas sem muito sucesso, como falei, dia fácil de subir e fácil de descer.
Nossa região é altamente técnica para estes dias específicos, um errinho na análise do ciclo o piloto vai pro chão mesmo, porque quando a termal faz o paredão, ficamos numa descendente animal, sem condições de passar e pegar a ascendente, e as descendentes as vezes parecem ser maiores que as ascendentes.
Quando decidi decolar já tinha na cabeça ir pro tudo ou nada no vale, minha vela não sustenta tanto, então era a melhor opção, mas quando joguei no vale, saindo pela direita da rampa, passei nossa linda pedra, sem ganhar nada só descendo e joguei no vale, já tinha cantado pra um piloto na rampa, era voo de vale e não de montanha.
Por um instante achei que iria pro pouso e já estava feliz, pois iria almoçar, o sol na rampa estava extremamente quente, mas eis que no meio deste caminho bati em uma térmica linda e dela não desgrudei mais, ganhei a montanha novamente e fui embora, girando, girando sem parar, deixando a deriva me levar sem medo, pois o céu estava lindo, pomponzinhos pra todos os lados. Quando subi tudo já avistava Taquaruçu, já sabia que era hora de tirar pra cidade.
Na hora que virei de costas pra rampa e decidi ir embora, não peguei mais nada, sustentou um pouco, mas depois só pra baixo, cheguei alto no posto onde deixamos os carros, então decidi jogar em uma queimada pois a fumaça estava subindo começando a ficar reta em uma térmica indo em direção a nuvem, só que ela não chegou à nuvem, e ainda faltava muito pra chegar lá.
Fui na reta da fumaça,mas nessa hora que ela começou a subir reto, estava muito longe ainda.

Mesmo assim fui decidida, e quando cheguei a fumaça já estava deitada novamente, já estava baixo, deu pra sentir o calor da queimada, então resolvi olhar pouso, mas para facilitar ia jogar mais a frente. As fagulhas da queimada já apareciam, eu já estava muito baixo. E decidi pousa no Parque Cesamar, Tinha um lugarzinho lá que parecia ser bom pra pouso, fiquei atenta a todos os postes e fios e pra lá fui.
Com o trem de pouso já preparado eis que bato numa monstra turbulenta e os fagulhos aumentam e veio aquela adrenalina, eu estava muito baixo, casas e prédios em volta, rodar, ou brigar pra pousar? Deu um gelo na espinha, em cima de cidade é um desconforto terrível.
Não dava pra brigar, então comecei a rodar, derivando bem pouco, toda hora olhava para o pouso, ainda estava ali de um jeito que daria pra voltar, pois a térmica ainda não estava redonda para eu confiar a ponto de me deixar levar.
E de repente, tudo ficou muito turbulento, então resolvi encarar ela mesmo e não sair mais, então rodei, derivei e olhei outras opções de pouso.
Já estava fácil deixar levar, pois já tinham mais opções, mas acabou que neste rodei rodei rodei até chegar na praia, quase na base da nuvem, cheguei na Graciosa muito alto e ainda ganhando. Tinha uma nuvem muito grande por lá, isso eu já estava acompanhando o terceiro pelotão que estava vindo também, mas consegui ver apenas um pousando no meio da cidade, daria pra arriscar atravessar o lago, mas sozinha não me animei, fico muito preocupada, depois que graça que tem, não poder partilhar da alegria com alguém...
Fiquei um bom tempo voando em cima da Graciosa, admirando essa maravilha, a cidade, o lago, as ilhas, a Serra, a visibilidade estava  incrível.
É lindo demais, cheguei na hora certa, dava pra atravessar, mas Acrocrosss tem que ter acro.

Eu amo tirar do chão, mas dentro da cidade, confesso que fiquei muito tensa, por isso fiquei um tempo voando e admirando, porque estava doida pra chegar alto na praia, pra poder treinar, e estava tão adrenada quando cheguei que não conseguia fazer nada.
Quando vi minha altura vi que dava pra atravessar o lago, ai veio a vozinha da minha mãe:
"Márcia, como vocês fazem para atravessar o lago? É tão grande, e se não der o que vai fazer?"
Eu: Mãe, atravessamos em cima da ponte, qualquer coisa, pousaremos lá.
Ai ela ficou pensativa....do tipo, mas a ponte não tem lugar pra pousar...kkkk e é bem isso mesmo. Mas temos as ilhas, temos a ponte e hoje a altura que estava, achei o lago bem menor e com essa nuvem puxando tudo, iria tranquila.
Sozinha não vejo graça, então...passando um tempinho por lá pra passar um pouco a adrenalina da tiradinha do chão com fagulhos de queimada, respirei fundo e comecei a brincar, Satiei e balangolei.
Sat e Wingover.
Quando pousei, lá estava o Glaydson com sua namorada, que eu nem sabia pra onde ele tinha ido, pois um pouco antes da minha decolagem, ele estava perdendo em direção ao pouso, mas enquanto me arrumava pra decolar e esperava a hora certa, me concentrei só em mim, não vi que ele ganhou tudo e tirou pra Graciosa também.
Se eu soubesse que ele estava embaixo vendo, ai sim tinha metido a mão rsrsrsrs, pois se caisse na água, já teria ajuda.
Acabei pousando e ele já veio gritando: "Marcinhaaaaa, vão bora, temos resgate"

Voo fantástico.

Marré Infinito - Voando alto e em sintonia com a natureza.

Valeu Glaydson e Juliana pelo resgate.

Marcinha Finelli
Com amor e gratidão

Sobrevoando a cidade de Palmas TO


Hoje dia 27 de maio de 2016 o voo foi incrível, não tinha pretensão nenhuma de subir, queria colocar em dia as coisas, mas ai meu amigo ligou chamando e acabei falando o sim na hora.
Chegamos na rampa as nuvens estavam muito diferentes do habitual, um pouco escuras na base, mas bem pequenas e bem esfareladas.
O vento estava bem leste, inclusive na cidade, pois depois que fizeram a represa formando o lago o vento na cidade está geralmente oeste e nosso predominante é leste e em cima do lago sul, imagina que loucura.
O vento estava muito forte quando chegamos, o primeiro pelotão já estava tirando, todos muito animados falando no rádio e eu ansiosa já, pois quando piloto chega na rampa e vê todo mundo alto, já fica logo agoniado, era meu caso.
Mas tinham dois amigos na rampa que eu queria dar um apoio, ai começa a parte engraçada.
Falei com eles, vocês decolam primeiro, e depois eu vou. Nosso resgate já havia descido.
Já tinha um piloto voando que não arriscou sair com a galera do primeiro pelotão.
Quando chegamos estava tudo sombreado, inclusive na cidade, um clima bem atípico por aqui, pois estava subindo tudo e o vento estava muito fresco, muito sustentado.
Na hora que os dois decolaram havia saído um sol e o vento diminuído um pouco, mas foi a conta de conectar meu equipamento sombreou tudo de novo e o vento apertou.
Estava sozinha na rampa, geralmente não tenho problemas com isso, mas ultimamente temos que tomar cuidado com tudo.
Fiquei pronta apenas esperando o vento dar a sua caladinha, enquanto isso um dos rapazes já havia tirado, saiu pro cross, eu já tinha desistido dessa possibilidade, minha vela não tem muito planeio e estava tudo tudo sombreado.
Chegaram alguns turistas, 3 camionetes voltando do Jalapão a trabalho, isso foi até bom, pois qualquer coisa poderia pegar uma carona, e me senti mais segura pra decolar, mesmo com vento forte.
Minha primeira tentativa de decolagem não foi das melhores, inflei a vela na rajada e assim que ela foi pra minha cabeça, usei bem o freio, mas ela mesmo assim me tirou do chão e poft, queda na rampa na certa, não deu certo, desci um pouco mais, avaliei bem e fui de novo, decolei...dei tchau pro pessoal e agradeci o apoio.
Ficamos um tempo por lá, eu e mais dois pilotos, não subia e nem descia, estava muito sustentado.
E aproveitei o visual, a serra é linda demais, ainda mais agora que esta tudo muito verde ainda.
Não demora muito começa a subir e subir e subir....
E nesse subir, sustentado do jeito que estava, resolvi tirar, um dos pilotos perdeu essa oportunidade e o outro veio logo pra minha termal, juntos subimos tudo, ele voltou um pouco pra trás, fiquei sem entender, já que eu estava tirando pra cidade com vela de acro segura e alto, porque ele estava voltando, achei que poderia ser mais uma térmica boa, e acabei voltando um pouco, mas estava era perdendo altura, então decidi ir pra cidade sozinha mesmo.
Foi um voo deslumbrante, liso e com uma sustentação incrível.
Passei exatamente sobre o palácio, a praça é linda vista de cima, suas formas seu desenhos, iria pousar ali, já estava me preparando, mas depois pensei, estão todos na praia, vou mais pra frente um pouco. Não sabia se ia dar pra chegar, mas ia tentar.
E não é que cheguei na praia!!!
Poderia ter chegado um tiquinho mais alto, pra brincar um pouco, mas cheguei na altura suficiente para deslumbrar um pouco e depois pousar.
Voo lindo, valeu o dia, e amanhã tem mais.
Hoje concentrei apenas nas fotos e deixei o voo um pouco de lado.
Tirando pra cidade

Praça dos Girassóis, a maior da America Latina

O Palácio e o formato do Estado em calçada Portuguesa

 Minha mãe quando viu essa foto do Palácio, virou e falou logo: "Mas é proibido voar em cima do Palácio" 
Eu comecei a rir e falei: "Quem falou isso?"
Mãe: Eu tô falando
Eu: ai eu morri de rir kkkkkkkk
Minha mãe é uma comédia.
A felicidade está no AR

Pôr do Sol Graciosa



Marré Infinito 
Avaliando a condição na Rampa
Marcinha Finelli
Voando Super Sonic - Acrocross
Patrocínio: Marré Infinito

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Olá meus amigos, que maravilha estar com vocês novamente. Direto do Ceará, vou contar tudo pra vocês. Que viagem incrível. Começou em ...