Enfim, começaram os voos e as esperas sem fim pelos finais de semana.
Nessa época tentava focar mesmo nos estudos para esquecer um pouco que a semana era tão longa. Estava cursando Fisioterapia.
As baladinhas com meu irmão deixaram de ser interessantes e passei a ser uma companhia meio chata, porque quando abria o céu a noite, aquele monte de estrelas, eu logo queria ir embora pra casa, pra poder levantar cedo e ir treinar, resumindo, deixei a noite pra descansar e o dia pra aproveitar.
As baladinhas com meu irmão deixaram de ser interessantes e passei a ser uma companhia meio chata, porque quando abria o céu a noite, aquele monte de estrelas, eu logo queria ir embora pra casa, pra poder levantar cedo e ir treinar, resumindo, deixei a noite pra descansar e o dia pra aproveitar.
Lá em casa o lema sempre foi: "pode fazer o que quiser, mas se reprovar em alguma matéria...já sabe, perde tudo." Então era com muita satisfação que sempre ia bem na faculdade.
Quando iniciei o voo no Tocantins, o Estado era bem definido com suas duas estações, eram seis meses de seca e seis de chuva, logo a umidade ia de 12% em meados de Abril-Outubro para 98% Novembro-Março era muito seco e depois muito úmido, impraticável voo livre na época de chuva. Era um tédio, por isso comecei a pesquisar por novos lugares, era muito tempo sem voar, o estresse tomava conta.
Aqui ainda não existia a Usina Hidrelétrica Luiz Magalhães ou Usina Hidrelétrica do Lajeado. Havia apenas o Rio Tocantins que passava bem distante da nossa rampa, neste caso o vento era muito bem definido também, época de seca predominava o vento Leste e época de chuva predominava o vento Oeste, era isso e pronto, de quando em vez vinham chuvas Sul ou Norte, anos muito bem definidos.
Voei muito tempo com um equipamento de um amigo que havia iniciado as aulas e não tinha muito tempo para treinar e terminar o curso. Como eu já voava ele acabou deixando o equipamento comigo, era um Yaris da SOL, tamanho M (sim era enorme, mas era a oportunidade que eu tinha de voar, sempre colocava um lastro grande, as decolagens de lastro eram exaustivas).
Já me deliciava em pousar no Trevo, hoje chamamos de Posto, já que temos um posto de gasolina lá, mas pousar no trevo era maravilhoso. Sempre tinha medo de passar dali devido espaço aéreo, tinha muitos amigos Pilotos de pequenas aeronaves e eles falavam que não voavam olhando para o céu, por isso era pra tomar cuidado, e sabíamos os horários de rotina, claro que não sabíamos os fazendeiros que iam passear em suas fazendas. Optava em não arriscar. O aeroporto de dentro da cidade já estava desativado, mas mesmo assim eu tinha medo. Se formos realmente analisar, não somos nada nessa imensidão azul, um mosquitinho.
Nesse meio tempo começou a vontade de ir em outro lugar já estávamos em Março de 2003 e por acaso eu iria pra BH. Quando começou essa vontade e essa viagem chegando vi na lista BR um e-mail de um voador de BH, estava lá a assinatura Kotoko BH, na hora copiei o e-mail e enviei uma mensagem, falando que eu estava começando, que ainda não tinha carteira, mas que estava indo pra BH e nem sabia que tinha voo livre por lá, falei que não tinha vela, mas que ficaria um tempo lá e queria muito conhecer a rampa. Ele me retornou super rápido, fiquei tão feliz. Nossa foram dias simplesmente super empolgada e louca pra chegar a hora de conhecer a rampa e novos pilotos.
Lá em BH marcamos um encontro com uma turma pra eu conhecer, ele havia me falado que conhecia uma escola de voo que seria perfeito e que eu poderia ver como eu estava e talvez já fazer a prova, dependendo do meu nível de prática. Gente era dos sonhos o que estava acontecendo. Minha mãe entrou em pânico, tadinha faço a vida dela muito mais emocionante kkkkk.
Estava naquele auge de encontros via internet, com vários assassinatos, ela não queria deixar eu ir de jeito nenhum, não adiantava explicar que era diferente, que era de esporte e que era uma lista fechada...blá blá blá, no final das contas foi maravilhoso, meu irmão deu um help, fomos em um restaurante próximo a minha casa, todos moravam lá perto, (por incrível que pareça, nada nessa vida é por acaso), Nos encontramos eu Kotoko com a namorada hoje esposa, e uma turma muito bacana e foi onde conheci o Wander Instrutor.
Foi perfeito, no outro dia fui pra rampa com eles e tudo combinado para a ir pra Escola.
Era inacreditável o que meus olhos viam, a única rampa que eu conhecia tinha 320m de altura, pra quem não conhece a Serra da Moeda além de fabuloso...era o dobro quase de altura, sem palavras.
Tocantins todos sabem que é muito quente né, cheguei lá um frio daqueles e estava tudo tudo entubado (pra quem não sabe o que é isso, é quando as nuvens nos tocam sem sairmos do chão) Estava lindo demais, então foi daquele jeito, cheguei lá só tinha o visual do lado Moedinha, Moedão todo coberto de nuvens, de repente aquelas nuvens foram subindo subindo subindo um vento super forte e sim fiquei extasiada, o visual era incrível, só indo lá, falar é impossível. Neste dia não deu pra fazer nada na rampa.
E o combinado era ir pro morrinho escola e mostrar o que eu sabia fazer. Foi a primeira vez que usei um equipamento compatível com meu peso e em bom estado, fiquei apaixonada, na hora que me falaram que estava a venda então, quase enlouqueci todo mundo em minha casa pra comprar. Estava bem perto do meu aniversário, seria perfeito demais...rs, imaginem o tanto que eu infernizei pra ganhar esse equipamento de aniversário.
Mas no morrinho foi como começar do zero, nada do que eu fazia era válido, combinamos aulas por 15 dias, era o que eu tinha, mas dentro desses 15 dias mesmo, usei só 4, os finais de semana, pois o Wander trabalhava em outra coisa durante a semana. O objetivo era aprender a decolagem invertida, nunca tinha visto, decolávamos apenas alpina. E o combinado era que eu só faria a prova se aprendesse a decolar bem a invertida. Nossa que decolagem mais chata no início (cada um tem um jeito especial, eu não consegui pegar o jeito do Wander de forma alguma. Dava tudo errado), me embolava toda no tirante, sempre pegava errado, mas isso não me impediu de fazer bons voinhos no Morrinho tanto norte quanto sul, que saudade (o norte não é possível mais voar, ele foi todo loteado, o sul não tenho conhecimento, sei que todo mundo morria de preguiça dele, porque era bem difícil de subir).
Treinei muito e aprendi muita coisa nova, eram vários alunos juntos, isso era maravilhoso, tudo muito diferente do que eu estava acostumada, e gente, tem uma grande diferença em aprender com um Piloto e aprender com um Instrutor, acreditem. Hoje o Piloto que me ensinou é Instrutor e há essa diferença nele hoje, ele mesmo sabe disso, não estou desmerecendo o que ele fez por mim, mas alerto que não façam isso, retarda muito nossa evolução, mas confesso que tive uma boa base em questões de segurança para conexões e cheque e isso pe extremamente importante.
Então infelizmente acabaram as férias, não me formei, não comprei a vela e voltei pra casa, bem triste, muito triste porque eu queria mais tempo, queria muito aquela vela de presente (totalmente fora da minha realidade óbvio, mas enfim...sonhos, eu jurava até o último segundo, que ganharia aquela vela, criei expectativa demais, e isso trás uma frustração muito maior).
Assim que cheguei em Palmas encontrei o Eli (grande amigo até hoje) e ele estava aprendendo também. Falei pra ele: "Eli, lá ninguém decola alpina, a decolagem é invertida, eu não consegui dominar, mas vou te explicar, sei que você vai conseguir."
O Eli treinava comigo no Espaço Cultural, éramos os do contra na cabeça dos mais velhos no voo kkkkk. Foi dito e feito, assim que passei a orientação de como era, Pah, ele fez na hora, eu achava o máximo, nunca tive problemas em ensinar alguma coisa que eu sabia (as vezes no voo parece que as pessoas não te ensinam as coisas com medo de você ficar melhor que elas...isso é ridículo), sei que foi lindo, e nunca mais ele fez alpina....rs (mas éramos muito criticados por nossas inovações, mas paciência né, evoluir é preciso)
Tinhamos neste momento outros alunos e um deles era o Chorão, figuraça, foi o primeiro que me falou a tão fatídica frase no pouso: "é uma mulher? Se mulher voa eu também voo..." Gente eu ria tanto. kkkkkkkk
Então ele começou o curso, comprou logo o equipamento e foi mais um que me emprestou várias vezes. Sempre que ele não podia voar, ele deixava o equipamento comigo, não me recordo a vela, mas os carcarás que derem uma olhadinha na vela saberão.
Nesse meio tempo, continuei voando Yaris, estava bem melhor agora e tinha um conhecimento maior sobre a vela grande e suas consequências e isso dava um pouco de insegurança, mas não deixei de treinar e claro com essas velas grandes peguei mais habilidade. Não recomendo, pelo amor de Deus.
Não estou achando nenhum registro dessa época, uma pena, mas caso encontre, vou publicar.
Com amor;
Marcinha ´ )( ,
Lá em BH marcamos um encontro com uma turma pra eu conhecer, ele havia me falado que conhecia uma escola de voo que seria perfeito e que eu poderia ver como eu estava e talvez já fazer a prova, dependendo do meu nível de prática. Gente era dos sonhos o que estava acontecendo. Minha mãe entrou em pânico, tadinha faço a vida dela muito mais emocionante kkkkk.
Estava naquele auge de encontros via internet, com vários assassinatos, ela não queria deixar eu ir de jeito nenhum, não adiantava explicar que era diferente, que era de esporte e que era uma lista fechada...blá blá blá, no final das contas foi maravilhoso, meu irmão deu um help, fomos em um restaurante próximo a minha casa, todos moravam lá perto, (por incrível que pareça, nada nessa vida é por acaso), Nos encontramos eu Kotoko com a namorada hoje esposa, e uma turma muito bacana e foi onde conheci o Wander Instrutor.
Foi perfeito, no outro dia fui pra rampa com eles e tudo combinado para a ir pra Escola.
Era inacreditável o que meus olhos viam, a única rampa que eu conhecia tinha 320m de altura, pra quem não conhece a Serra da Moeda além de fabuloso...era o dobro quase de altura, sem palavras.
Tocantins todos sabem que é muito quente né, cheguei lá um frio daqueles e estava tudo tudo entubado (pra quem não sabe o que é isso, é quando as nuvens nos tocam sem sairmos do chão) Estava lindo demais, então foi daquele jeito, cheguei lá só tinha o visual do lado Moedinha, Moedão todo coberto de nuvens, de repente aquelas nuvens foram subindo subindo subindo um vento super forte e sim fiquei extasiada, o visual era incrível, só indo lá, falar é impossível. Neste dia não deu pra fazer nada na rampa.
E o combinado era ir pro morrinho escola e mostrar o que eu sabia fazer. Foi a primeira vez que usei um equipamento compatível com meu peso e em bom estado, fiquei apaixonada, na hora que me falaram que estava a venda então, quase enlouqueci todo mundo em minha casa pra comprar. Estava bem perto do meu aniversário, seria perfeito demais...rs, imaginem o tanto que eu infernizei pra ganhar esse equipamento de aniversário.
Mas no morrinho foi como começar do zero, nada do que eu fazia era válido, combinamos aulas por 15 dias, era o que eu tinha, mas dentro desses 15 dias mesmo, usei só 4, os finais de semana, pois o Wander trabalhava em outra coisa durante a semana. O objetivo era aprender a decolagem invertida, nunca tinha visto, decolávamos apenas alpina. E o combinado era que eu só faria a prova se aprendesse a decolar bem a invertida. Nossa que decolagem mais chata no início (cada um tem um jeito especial, eu não consegui pegar o jeito do Wander de forma alguma. Dava tudo errado), me embolava toda no tirante, sempre pegava errado, mas isso não me impediu de fazer bons voinhos no Morrinho tanto norte quanto sul, que saudade (o norte não é possível mais voar, ele foi todo loteado, o sul não tenho conhecimento, sei que todo mundo morria de preguiça dele, porque era bem difícil de subir).
Treinei muito e aprendi muita coisa nova, eram vários alunos juntos, isso era maravilhoso, tudo muito diferente do que eu estava acostumada, e gente, tem uma grande diferença em aprender com um Piloto e aprender com um Instrutor, acreditem. Hoje o Piloto que me ensinou é Instrutor e há essa diferença nele hoje, ele mesmo sabe disso, não estou desmerecendo o que ele fez por mim, mas alerto que não façam isso, retarda muito nossa evolução, mas confesso que tive uma boa base em questões de segurança para conexões e cheque e isso pe extremamente importante.
Então infelizmente acabaram as férias, não me formei, não comprei a vela e voltei pra casa, bem triste, muito triste porque eu queria mais tempo, queria muito aquela vela de presente (totalmente fora da minha realidade óbvio, mas enfim...sonhos, eu jurava até o último segundo, que ganharia aquela vela, criei expectativa demais, e isso trás uma frustração muito maior).
Assim que cheguei em Palmas encontrei o Eli (grande amigo até hoje) e ele estava aprendendo também. Falei pra ele: "Eli, lá ninguém decola alpina, a decolagem é invertida, eu não consegui dominar, mas vou te explicar, sei que você vai conseguir."
O Eli treinava comigo no Espaço Cultural, éramos os do contra na cabeça dos mais velhos no voo kkkkk. Foi dito e feito, assim que passei a orientação de como era, Pah, ele fez na hora, eu achava o máximo, nunca tive problemas em ensinar alguma coisa que eu sabia (as vezes no voo parece que as pessoas não te ensinam as coisas com medo de você ficar melhor que elas...isso é ridículo), sei que foi lindo, e nunca mais ele fez alpina....rs (mas éramos muito criticados por nossas inovações, mas paciência né, evoluir é preciso)
Tinhamos neste momento outros alunos e um deles era o Chorão, figuraça, foi o primeiro que me falou a tão fatídica frase no pouso: "é uma mulher? Se mulher voa eu também voo..." Gente eu ria tanto. kkkkkkkk
Então ele começou o curso, comprou logo o equipamento e foi mais um que me emprestou várias vezes. Sempre que ele não podia voar, ele deixava o equipamento comigo, não me recordo a vela, mas os carcarás que derem uma olhadinha na vela saberão.
Nesse meio tempo, continuei voando Yaris, estava bem melhor agora e tinha um conhecimento maior sobre a vela grande e suas consequências e isso dava um pouco de insegurança, mas não deixei de treinar e claro com essas velas grandes peguei mais habilidade. Não recomendo, pelo amor de Deus.
Não estou achando nenhum registro dessa época, uma pena, mas caso encontre, vou publicar.
Com amor;
Marcinha ´ )( ,