Genteee, fiz 101,1km sou uma Dálmata
kkkk
Senta que lá vem história....
Sensacional, vou relatar como foi
esta viagem maravilhosa. Consegui um
alvará do serviço para representar na Competição Cross Country 2017 de Axixá TO,
foi tudo na última hora.
Tinha uma galera em Axixá já
mandando super bem, estava bem animada com os resultados locais, a condição
estava fabulosa para recordes.
Viajamos a noite toda de Palmas/Axixá,
cheguei muito cansada, mas estava decidida a bater meu recorde e entrar nos 3
dígitos, arrumei tudo em tempo de subir com o pessoal. A subida da serra é a
pé, mas muito tranquila, tem uma escada e tem os carregadores de parapente,
quem for conhecer, vale a pena, apenas R$25,00 os rapazes sobem com seu
parapente e você pode ir subindo curtindo o visual e sentando pelo caminho nos
banquinhos para descanso.
Subindo pro Recorde Feminino do TO Vestindo Rosa dos Ventos Marré Infinito |
PS: (Essa escada dá pra subir assim, sorrindo, eu adorei cada passo, aproveitei cada click.)
Estava sem comer, sem dormir e
sem me hidratar direito, aqui o tempo está muito seco, logo senti a falta de água
no corpo.
Subi com muita vontade de voar,
mas sem forças, mesmo assim decolei no segundo pelotão, estava muito instável,
os Pilotos estavam relatando estar totalmente diferente dos dias que haviam
voado durante toda a semana. Do relato de todos que já estavam a alguns dias,
foi o dia mais atípico, vento muito forte, térmica instável, mas como disse
estava decidida e decolei nesse caos.
Arrumei tudo e flutuei.
Pra que? Não dava mesmo na
situação em que me encontrava, meus reflexos não estavam bons, as térmicas muito
fortes e com deriva mais forte ainda, estava voando pra trás acabei insistindo um pouco na
frente da montanha, mas estava muito difícil, eu acelerava tudo pra sair de
cima dos babaçus, quando conseguia sair, pensava: Agora posso rodar na termal, o primeiro giro
já me levava pra cima da rampa, estava bem estressante, então optei em
abandonar o voo e descansar para o outro dia, opção perfeita, isso a galera do
primeiro pelotão já estava longe, bem longe.
Fiquei muito frustrada, mas
enfim, apostei tudo no outro dia, seria minha chance de fazer o que tinha ido pra fazer.
Quando voei em Axixá, foi em
2004, não tinha nada disso pra subir, era na raça mesmo, o pouso parecia estar
a quilômetros e quilômetros de distância, um dos Pilotos locais me emprestou o equipamento.
Voltando a 2017...
Axixá 2004 |
Uma das minhas primeiras rampas fora de casa |
Então iniciei minha
concentração para o dia seguinte.
Comi bem, dormi bem me hidratei,
levantei cedo, concentrei no meu proposito, fiz minha meditação, subi a rampa no meu ritmo como
sempre, fiquei quietinha avaliando a condição, quando chegamos estava com o vento muito forte ainda, mas foi dando as
caladas, quando olhamos o vale, cada fumaça estava para um lado, rs. Pensei:
né possível, mas eu estava preparada, descansada pronta pro que viesse, era realmente um novo dia.
Começaram as caladas, saiu o
primeiro pelotão subindo tudo, minha selete já estava toda arrumada bastava me conectar. Coloquei tudo e fui, decolei no final da calada, tinha uma termal
na cara da rampa, pensei: É nessa mesmo. Decolei engatei na primeira termal e: dessa não largo nunca mais kkkkk
Sai ganhando tudo e derivando, éramos
5 Pilotos nessa decolagem, dois avançaram acelerando tudo, eu após um papo massa
com Wanderlei CB que já estava há alguns dias, acabei ganhando uma dicas boas (Valeu CB)
Fiquei tranquilinha enchendo o tanque sem pressa e tirava já pra próxima
formação, estava lindo, o objetivo a princípio era chegar em Araguatins, estava
a aproximadamente uns 40km da decolagem, já avistava a cidade. Um dos Pilotos
que estava voando junto, mais baixo e um pouco mais atrás desapareceu e ficamos
eu e outro. Eu estava na frente numa posição maravilhosa, na base, era só
manter o ritmo e a tocada pra frente. Ainda não acelero 100%, estou em fase de
adaptação com a selete e vela, o conjunto está perfeito. Sempre mantive
acelerando só nos 50%, isso me fez perder muito tempo.
Quando estava bem próximo a
Araguatins já havia alcançado os dois que tinham dado o tiro, já os avistava,
mas estávamos numa rota totalmente diferente. A condição estava magnífica pra
direita seguindo o Rio Araguaia. E foi pra lá que me mandei e eles acabaram optando pela esquerda.
Já estava em cima do Rio Araguaia
pronta para atravessar e sobrevoar o Estado do pará, lindo demais, vendo os
pivôs de soja gigantes que haviam me relatado. E eis que aparece o paraca que
vinha me acompanhando, tinha perdido ele do visual um tempão. E neste momento
ganhei uma filmagem linda demais, era o Dadai (Valeu Dadai uhuuuulllll parceirão dos 100), a
partir deste ponto voamos o tempo todo juntos, abrimos cada um pra um lado e
fomos nos salvando, hora eu salvava, hora ele salvava e fomos embora.
Cada visual alucinante, o reflexo
do sol no rio estava absurdamente lindo e quando olhava pra trás aquelas águas
cristalinas com seus bancos de areia, gente não tenho palavras pra descrever.
Atravessando o rio, chegou a hora
da super roubada, já não tinha mais asfalto, todas eram estradinhas de
fazendas de terra, mas fazendas que não existem sede kkkkk, pousar ali seria virar
lenda, nessa hora nem olhava mais pra baixo, era só pra cima e tocando em
frente, estava com muita sede pra fazer esses 100km. Me mantive em uma altura
muito boa todo o voo, até chegar na transamazônica, ai estava em casa e segui a rotas em
cima do asfalto, da um conforto sem tamanho, eu e Dadai o tempo todo, foi lindo demais, chegamos em uma
cidezinha, achei que ia acabar ali, mas nessa hora ganhamos tudo de novo, Dadai abriu pra direita e eu pra esquerda, e
já estávamos em reta final, pois tinha um sombreado gigante onde estávamos
avançando, eu decidi dar uma acelerada pois tinha um fiapinho de nuvem mais
pra esquerda e tentei arriscar, mas não peguei mais nada, acabei perdendo um
pouco mais do planeio, mas já estava nos 100, sem saber, não tinha mais o
que fazer era só deixar ir ao máximo e rendi muito, fiquei felizona com o voo,
estava toda dolorida, mas não tinha vontade de parar, primeiro vozão na carenada, agora já sei até que
musculatura tenho que pegar pesado.
Pousei numa fazendona pertinho do
asfalto, fechei tudo rapidinho e fui ao encontro de Dadai que havia pousado um
pouco mais a frente, só uma matinha nos separava, caminhei quase nada. Não deu
10min, o resgate estava lá indo ao nosso encontro. Sensacional!!!!!!
Voei o tempo todo sem equipamento
eletrônico, pois uso o Xcsoar, mas não fico com o telefone no porta
instrumento, devido que pega sol direto e se o telefone esquenta ele para tudo,
então vou só na sensibilidade e com meu vário sonoro, que amo de paixão.
Uma coisa que achei muito
engraçada e gostaria de comentar com vocês para que todos possam avaliar suas
palavras antes mesmo de comentar bobagens, a primeira coisa que ouvi quando divulguei meus 101,1km foi:
“Estava muito fácil voar em Axixá, todos fizeram acima de 100km” E a primeira coisa que falei quando cheguei lá: "Está muito fácil de pregar" kkkkkkkk
Axixá é uma rampa não muito alta,
muito técnica na saída, apresenta uma segurança incrível em sua decolagem e
seus primeiros 40km não são fáceis, vi bons Pilotos pregando por lá.
Tenho um orgulho tremendo de ter feito
101,1km no segundo dia de voo, quem me dera ter mais tempo, no foco que estava,
bateria o meu próprio recorde um dia após o outro, uma pena não poder ficar por lá.
Neste voo me concentrei plenamente, por isso não fiz tantas imagens, minha câmera estava solta e não queria desconcentrar, mas teve um momento que estava tão incrível que arrisquei pegar a câmera, era na travessia do Rio Araguaia, lugar deslumbrante que me fascina.
Neste voo me concentrei plenamente, por isso não fiz tantas imagens, minha câmera estava solta e não queria desconcentrar, mas teve um momento que estava tão incrível que arrisquei pegar a câmera, era na travessia do Rio Araguaia, lugar deslumbrante que me fascina.
Voando Sycross / Xlight 2 |
Valeu galera!!!!!!
Tô muito feliz.
Piloto:
Marré Infinito - Sol Pragliders
Piloto:
Marré Infinito - Sol Pragliders
Marcinha Acrocross , )( `