Catedral do Jalapão Ecologde Park Parte 4

Enfim o grande dia. E o bom mesmo é iniciar a segunda feira com esse relato maravilhoso!

Acho que este será o fechamento com chave de ouro dos meus 11 dias de expedição na Fazenda Ecologde. Só acho, porque tem tanta foto para mostrar pra vocês...

Então aproveitem, pois esse dia foi muito especial, o dia em que nasci. Adoro comemorar meus aniversários, quem me conhece, sabe muito bem disso, e dessa vez foi mais que especial, sobrevoar o Morro da catedral, foi surreal, vai muito além de uma conquista pessoal, é uma equalização do Eu e a natureza, estar ali fluindo com o vento, flutuando e deslumbrando. Gratidão é a palavra que expressa o sentimento deste dia.

Então...vamos começar? 

O dia começou as 4 da manhã, onde já estava tudo pronto para ver o "meu" dia nascer, não queria perder nada. Estava muito feliz por estar onde estava, com pessoas especiais, novos amigos.

A ideia era ficar no Morro direto, tem um lugar especial para apreciarmos o nascer do sol que fica mais ou menos no meio do Morro, o local é perfeito, depois subiria até o topo e decolaria por volta de meio dia, era a hora que estavam iniciando as atividades de nuvens. Estava preparada para um voo mais longo neste dia, a condição vinha melhorando dia após dia.

O Cerrado é exuberante, o voo diferente e desafiador, forte tanto pra cima quanto pra baixo. 

O amanhecer foi um momento mágico e nele já pedi as bençãos para este novo ciclo. Não tenho como expressar em palavras o sentimento deste momento, mas quem já viu o dia nascer em seu aniversário, totalmente conectado a Mãe natureza, vai entender o que estou falando. Como um novo portal para a vida!

Hipnotizada é a palavra
Foto: Guilherme Batista

Entre nessa sintonia junto comigo!

Tive a oportunidade de contemplar por horas. Após o amanhecer o Guilherme desceu para a Fazenda com um casal de turistas que estavam também contemplando e eu pude ficar um pouco sozinha, Eu e Deus, Deus e Eu, Somos Um, é o mantra mais mentalizado nos últimos dias.

Uns minutos depois o José chegou para iniciarmos a subida até o topo, lá aguardaríamos o Guilherme que levaria alguma coisa pra comermos, já que ficaríamos até meados de meio dia. Estava tudo indo conforme feito no briefing.

Eu e José subimos, abrimos a lona adiantando o processo e também caminhamos no topo, olhando outras possibilidades de rampa.
Deixei meu equipamento todo pronto. Quando voltamos, fiquei paralisada, me chega o guilherme com um super banquete. Gente!!! Vocês não estão entendendo que café da manhã maravilhoso no topo da Catedral, uma benção mesmo, tudo feito pela Val, (Val que capricho, foi uma grande surpresa confesso) Olha o meu café: Ovos mexidos, cuzcuz temperado, Leite, suco, pão de queijo...pareceria até uma café da manhã normal tratando-se de estar na mesa do café na Fazenda Ecologde, mas lá no topo do Morro da Catedral, nossa que luxo, pra poucos, tenho muito a agradecer por tanto carinho.

Foi um verdadeiro picnic, estávamos comemorando e degustando as delícias feita por Val, até que Guilherme fala: "nossa esqueci o açucar pro suco"Não demora o José fala: "Perai, tenho adoçante aqui" kkkkkkkkkk gente foi tão engraçada a cena. O que a pessoa tá fazendo no topo do morro com um adoçante dentro da mochila? kkkkkkkk Essa do José foi a melhor de todas.

O café mais gostoso no melhor lugar do mundo!

Depois desta maravilha só precisávamos fugir um pouco do sol, pois estava de rachar. Escondemos uns minutinhos deu até pra dar uma cochilada...rs

Umas 11:30 da manhã eu já estava arrumando as coisas, as térmicas já estavam ajudando nas caladas rápidas, e já presentes na rampa. Eu de olho o tempo todo, queria muito decolar na melhor hora.

Avisei que decolaria por volta de 12:30, as formações já começavam a dar o ar da graça, mas estavam muito distantes ainda, tinha que ter paciência e ir na hora certa, era um dia pra aproveitar de tudo, então não queria fazer dois voos, seria um mesmo e depois outras diversões.

Decolei exatamente no horário combinado. Estava muito turbulento, tive o prazer de voar com a águia chilena, como ela é linda e majestosa, seu voo é tão perfeito, uma suavidade encantadora...e confesso que a minha presença ali não a intimidou ou a deixou preocupada, os animais sentem o perigo e eu estava ali apenas par acompanha-la mesmo em nosso voo perfeito.

Assim que decolei, sai perdendo tudo, achei que iria direto para o pouso, já sai rastejando até que bati numa termal linda, redonda e forte, pensei com meus botões, "Deus me ama muito e ele quer me dar um lindo presente de aniversário", nessa engatei e ganhei o Morro, sabe aquela termal que você não pode largar por nada, porque a descendente dela é assustadora? Era essa.

Já estava muito feliz, era dia de Cross Country, era o combinado. E o principal do briefing também era não sair de cima da estrada, meu resgate estava em cima do Morro era o Guilherme e o José, o combinado entre nós era: eu decolar e eles descerem, pois eu iria tirar, mas como sai perdendo tudo, até eles acharam que eu iria pousar, então decidiram esperar e ficar olhando da rampa, aonde eu pousaria, já que pousa na estrada, ou no meio do Cerrado mesmo, eles ficaram preocupados, e na altura que estava não chegaria nem na estrada.

Se Guilherme e José começassem a descer, eles não iriam ver onde pousei e ficaríamos um pedacinho sem o contato do rádio, pois a trilha fica do outro lado do Morro, então teríamos um bloqueio nos rádios. 

Eu perdi muito mesmo, eles pensaram que iriam me ver pousar e de repente subi tudo e foi muito rápido, um tapa pra cima e a deriva forte não teve nem como esperar por eles já me mandei pra trás do Morro seguindo a estrada.

Quando sai do morro da Catedral já tinha passado por cima dela atravessando para trás bem alto, percebi que a condição não me levaria pela estrada, a deriva estava bem forte para uma vereda muito mais a direita, totalmente pra dentro do cerrado, sem estrada, pelo menos eu via só um risquinho, não poderia confiar ainda mais que não havíamos combinado de sair da estrada. Meu resgate é extremamente cauteloso, ficaria muito preocupado se perdêssemos contato no rádio e no visual. (Veredas no Jalapão são tipo uns oásis em minha opinião. São poços de água  cercadas de buritis, um tipo de palmeira da região)

Esta, infelizmente estava bem distante da estrada, se eu fosse, não daria mais para voltar, também não era o combinado, então tentei me manter na estrada e estava tão alto que mesmo descendo a trilha, Guilherme e José ainda me avistavam.

Pequei um pouco em ter decolado tão cedo, poderia ter esperado mais um pouquinho de nada, as térmicas ainda estavam sendo cortadas pelo vento forte.

Mas voltando a um post atrás, que fui lá conhecer o vizinho e eu tinha brincado com ele que eu pousaria na casa dele...kkkkkk Gente, vou falar uma coisa, num dia magnífico, formando pra tudo que é lado, palavras tem poder e muito, num é que eu estava sobrevoando a casa do Pretinho ...kkkkkk

Lá foi como um ralo, estava num buraco azul daqueles e na rota da vereda estava perfeito demais, mas segurança acima de tudo, já estava feliz por ter decolado, ganhado o Morro e o melhor mesmo foi esse voo de distância ficar pra próxima, assim tenho desculpas para voltar, se é que preciso de uma. Não tenho pressa, voar no cerrado tem isso, ainda mais sozinha.

Meu maior medo era a D. onça, sim lá tem onça e elas estão por toda parte nos seus raios de 100km, e penso que mais próximas da água kkkkk, não dá pra vacilar.

E hoje eu achei uma foto do Guilherme, que esqueci de contar essa pra vocês, ele estava no dia 25 no pouso, pronto pro resgate, ai diz ele que estava olhando lá pra cima, que eu já estava quase pra decolar e um gambá me aparece do lado dele, olha isso pessoal, quase ele leva jato de urina, já pensou? Ia ter que ficar de molho uma semana pra tirar o cheiro kkkkk e tem a prova, olha o tamanho do danado, que lindooooo!

Foto: Guilherme Batista, olha que lindo.

Eu falo que esse lugar é Sagrado mesmo, natureza viva e em movimento.

Enfim, sobrevoei a casa do pretinho e acabei voltando um pedaço da estrada, porque a casa dele parece uma teia de aranha de tanto fio pra lá pra cá, ai pousei na estrada.

Foi sensacional, quando estava dobrando a vela  passa uma camionete, nem acreditei um conhecido kkkkkkkkk (INACREDITÁVEL) só porque eu tinha resgate, tenho certeza kkkkkk se não tivesse resgate não ia passar uma alma viva naquela estrada aposto.

Meu resgate chegou nem tinha dobrado nada ainda de tão eficiente que os dois foram, foi show, ai claro, fomos direto pra casa do Pretinho, foi massa demais, logo mostrei a vista aérea da casa dele, foi muito legal, pessoal nota 1000, parecia que eu era de casa já.

Foto com família do Pretinho

Agradeço abrirem a casa de vocês, foi um enorme prazer conhece-los

Que dia que alegria, estava transbordando felicidade, o céu nessa hora estava indecente de tão maravilhoso, cheinho de pompons perfeitos e teto alto, tinha sido o dia que o teto ficou mais alto, nossa queria muito subir de novo, mas também queria ir pro Rio, queria ir pedalar, queria ver o por do sol do mezanino...eu queria tudo nesse dia.

Acabou que o José teria que ir a São Félix buscar a esposa e a filha e eu entrei no carro e aproveitei pra ir ao fervedouro de novo. A lua já estava majestosa, ficamos um pouco por lá curtindo o visual só deu pra colocar os pés na água, pois eu tinha uma festa na Fazenda Ecologde me esperando.

Foi perfeito demais esse dia. Olha que gesto maravilhoso, estávamos apenas eu, Val, Guilherme e seus filhos, José, Carolaine e sua filha. Uma grande festa, com direito a pizza artesanal, um boloooooo dos sonhos e um buquê lindo de flores do  cerrado, colhidas a dedo pelos novos amigos.

Aniversário mais que especial

Esquerda para direita, José, Kauani, Guilherme, eu e Val

Sobre a filmagem do voo? Tenho muita coisa linda, mas só Deus sabe quando e onde vai passar ; )

Aguardem...

Um feliz ano novo pra mim, repleto de bênçãos voos e locais mágicos como este que tive a oportunidade de voar, desfrutar e fazer novos amigos.

Com amor,

Voando pelo Brasil!

Desbravando Jalapão 2018.

Catedral do Jalapão Ecologde Park - Parte 3

Cada dia que sento para escrever esta maravilha que passei no Jalapão pra vocês, parece que volto naquele momento, é tão gostoso e espero que vocês leiam sentindo essa sensação de estar lá comigo.

Jalapão Love You!
Foto: Guilherme Batista

Estou dividindo em partes porque quero contar tudo mesmo, pois os dias passaram voando e eu também.

Então, vamos lá...

Após este voo e a segunda tentativa que tive que descer a pé devido fechar o tempo, no dia posterior não houve melhora na condição, choveu a noite todinha, aquela chuvinha mansa, que a gente sabe que ela veio pra ficar, então acordei cedo e o plano era ir à São Felix comprar mantimentos e claro ingredientes pro bolo de aniversário, afinal de contas estava chegando o grande dia, meu niver no Cerrado, uma benção, ainda mais se tratando de um lugar tão sagrado como este.

Acabou sendo day off, descanso pra todos inclusive pra mim, ficar ali só meditando nos mantras e apreciando o silêncio, aguardando que o próximo dia seria voo com certeza de novo, porque ali tudo é diferente. Para otimizar o tempo, uma pessoa extremamente elétrica como eu que quer aproveitar cada segundo da vida, parti para São Felix para curtir o tempo ocioso nos fervedouros.

São Felix do Jalapão fica muito perto da Ecologde, a estrada é boa iríamos até de bicicleta,  com certeza aventurando mais um pouco, (essa ainda vou fazer), mas infelizmente a chuva não tinha dado trégua ainda. A estrada fica mais escorregadia, tem que tomar  muito cuidado e a ideia era ir rapidinho e voltar para desfrutar o por do sol "em casa" (já estava mesmo me sentindo em casa).

Na cidade passamos no mercado , estávamos eu, Fernanda, Daniel e Guilherme, (Daniel e Fernanda ficaram em casa pra resolver algumas coisas e o Guilherme quem me acompanhou ao fervedouro) e  aproveitamos para almoçar no Fervedouro Bela Vista. Depois nos encontraríamos e voltaríamos para a Fazenda Ecologde todos juntos.

Fomos recebidos com muito carinho no Bela Vista por Jecimar e Melda, o casal proprietário, eles sempre estarão por lá dando atenção aos turistas que passam para conhecer e desfrutar desta beleza natural que é o Bela Vista. (cofesso ser um dos meus favoritos, conheci em 2015 e me apaixonei).

Neste dia o fervedouro havia transbordado, foi muita água na noite anterior, nunca tinha visto o Bela Vista do jeito que estava, com a água mais escura e em todo o redor onde tem o deck cheio de água, mas conversando com o Sr Jecimar, nada que em 2 ou 3 dias estivesse translúcido novamente e lindo como sempre, confesso que voltei lá (vou falar mais a frente) e realmente, já estava impecável de novo, quem o visse pela primeira vez naquela cor escura, falaria que era mentira a limpeza daquela água em 2 ou 3 dias. Inexplicável. Só a natureza mesmo.

Pessoas que passam voando pelo Jalapão acabam perdendo muitas de suas maravilhas, e penso com meus botões, vale a pena correr? A maioria vem de tão longe, tem que otimizar o tempo, tudo necessita de tempo, ainda mais tratando-se do jalapão, que tem muita coisa pra aproveitar.

Muita chuva, o Bela Vista Transbordou

Eu, Sr Jecimar e Sra Melda

É muita gratidão por vocês abrirem esse lugar lindo pra nós conhecermos e desfrutarmos.

3 dias depois voltei ao Bela Vista, é lindo demais e a natureza perfeita

Aproveitando essa ida à São Felix também conheci o Fervedouro do Alecrim, em janeiro fui duas vezes e não consegui passar por lá, mas agora era certo e que lugar fantástico. Batizei de Alecrim dourado, mas na realidade ele estava dourado devido ferro na água que com a chuva, eles falam que ele fica neste tom, mas ele também é translúcido e eu duvido alguém tirar uma foto no alecrim dourado...kkkk raridade. Brincadeira, tinha um monte de turistas por lá rsrsrssr. Jalapão está sempre cheio agora.

A entrada do Alecrim é linda

Foto: Guilherme Batista Brincando de fotografar.

Foto: Guilherme Batista

Curti adoidado o Alecrim, essas águas do Tocantins são especiais mesmo, não dá vontade de sair. 

Sentar e apreciar em silêncio, ouvindo apenas o som dos pássaros é o que todo mundo deveria fazer

Não demorou muito já estava "em casa" de novo, e como sou ligada na tomada, já queria subir pra ver o pôr do Sol. (Não assustem, não era subir o Morro da Catedral, era subir o Mezanino da Ecologde.

Gente tem tudo dentro da Fazenda Ecologde, e foi lá de cima que deslumbrei o maravilhoso pôr do Sol. Uma trilha fácil e leve, muito tranquila e dentro da Ecologde mesmo, próxima ao redário.

Este é o visual do mezanino para o Morro, perfeito.

Todas as noites, nós tínhamos um visitante, um não...eram vários, as manhãs eram recheadas de pegadinhas lindas, que enquanto estava chovendo era minha maior diversão ao amanhecer, pois eu acordava e já ia direto olhar as pegadas novas. Como ia dizendo todas as noites também ouvíamos um uivo diferente, rápido, as vezes perto, as vezes longe, nada para ser assustador, mas sim pra me deixar super curiosa, todos falavam: Ouviu? Ouviu? Era o lobinho nas redondezas, um dia consegui ver, ele estava bem na entrada da Ecologde, ele sentou e ficou olhando um tempinho, não consegui bater a foto, estava naquele horário lusco fusco, mas deu pra curtir esse momento, ele sentado olhando, tranquilo. Os animais se sentem seguros ali e pode ter certeza, eles estão. Por enquanto ficava apenas na vontade de encontra-lo novamente.

A única coisa que não queria encontrar era a D. Onça kkkkkkk ou queria?

Depois deste dia, foram quase sete dias sem chuva, minha diversão com as pegadas acabaram, o solo por lá seca muito rápido, é impressionante, então as pegadas eram borrões na areia que já estava fina e solta.

Mas...continuando nossa aventura com o voo livre, após esse dia de descanso, revigorada e cheia de energia, logo combinamos a subida cedo, já peguei um lindo amanhecer e com certeza indo embora aquela chuva, sabia que se o sol saísse muito forte, a chuva chegaria novamente por volta de meio dia, por isso tínhamos que ser rápidos para voar possivelmente antes da chuva.

Como no primeiro voo minha câmera não funcionou, eu queria muito conquistar a montanha de novo e pegar aquele visual do alto. Seria deslumbrante. O dia já estava mais que lindo.

E amanheceu para o voo Livre

E foi assim que no dia 27 de março, já estávamos prontos para mais um dia de vitória, com esse lindo amanhecer me clamando para flutuar. Foi um dia lindo. Como estamos na época de chuva a ideia seria voar bem cedo mesmo, pois com o solo úmido o sol saindo o tempo fechava mais rápido que o normal. E neste dia foi tudo muito perfeito, consegui chegar bem cedo no topo, e não só chegar como também decolar. O vento estava maravilhoso, constante um pouquinho forte, mas perfeito. A decolagem era muito restrita, sem margem de erros, qualquer errinho ficaria um bom tempo retirando linhas daos arbustos. 

Decolei por volta de 9h. Simplesmente extasiante, ganhei o Morro da Catedral e pude deslumbrar profundamente aquele lugar incrível. A missão estava mais que cumprida, mas vou contar uma ótima pra vocês, dia 28 já era meu aniversário e sabem o que eu ganhei de presente da Ecologde, além deste presente maravilhoso de estar desbravando este lugar sensacional? Ganhei mais um dia com a equipe, para voar no meu aniversário, é alegria demais, voar da Catedral no dia mais importante da minha vida. Tenho muita gratidão por este presentão para 2018 para este novo ciclo, vocês conseguem imaginar esse dia como foi? Bom vou contar pra vocês, mas antes disso, vamos assistir ao vídeo do dia 27, pois cada dia uma nova superação, uma nova conquista.

Após este voo, fomos fazer uma visitinha no vizinho, eu havia comentado com o Guilherme que queria muito conhecer o pessoal da vizinhança. Nossa fui recebida com tanto carinho, foi maravilhoso e todos muita animados com os vídeos e fotos, vizinhos que nunca se aventuraram a subir o Morro da Catedral, mostrei minhas fotos e rimos muito cada um com sua coragem...

No final, brinquei com o Pretinho e falei que pousaria na casa dele no dia 28, ele riu e falou: E dá? Tu é doidaaaa kkkkkkkk

Mas essa será nossa parte 4, aguardem!

To Be Continue...

Apoio: Fazenda Ecologde

Morro Catedral do Jalapão

Atleta: Little Cloud, Marré Infinito, Naviter

Voando pelo Brasil!

Com Amor

Catedral do Jalapão Ecolodge Park 2018 - Parte 2

No primeiro dia, não tive como voar, estava com muita vontade, mas temos que respeitar a natureza de todas as formas. Descemos curti um pouco mais o Ecolodge, me alimentei bem e descansei.

O combinado era subir cedo, principalmente porque estamos na época de chuvas ainda, mas Jalapão tem um Ar diferenciado, seu vento predominante manteve e estava bem propício para a prática do esporte, a condição cada dia estava melhor durante minha estadia.

No primeiro dia analisei tudo da condição, a chuva ainda estava vindo no final da tarde, então o briefing era subir cedo e fircarmos mais tempo por lá para eu avaliar melhor a condição.

Assim que amanheceu já estávamos subindo. O tempo foi totalmente favorável devido subirmos com uma leve camada de nuvens, que ajudou a não aquecer muito o solo, assim atrasando a formação de nuvens pesadas me proporcionando o voo no dia.

E lá vamos nós, eu no caso, para mais uma emoção da escadinha especial da subida kkkkk uma adrenalina pura, era um momento que dava para ver minha cara de tensão, quando chegávamos de frente pra ela...rs

O dia amanhecendo

Aqui temos o Morro Mamute e o Morro das Gaivotas ao fundo, visual do meio da subida

A serração ainda estava subindo, teríamos um bom tempo para avaliar

Subindo já sentíamos o vento, que era um excelente sinal, me deixava mais animada na subida e mais acelerada pra chegar logo na rampa.

Confesso que não foi moleza pra essa equipe não e eles estavam tão empolgados quanto eu, doidos para ver o parapente voando.

Guilerme - Apoio na subida e no resgate

José e Fernanda - apoio integral no topo

As bagagens não eram muito leves, pois tínhamos que levar muita água e frutas devidos a missão de esperar a condição perfeita. As vezes as pessoas não entendem essa conexão do Piloto com a natureza, se deixar passamos o dia inteirinho na rampa esperando que o vento apareça, ou desapareça, que desacelere ou acelere, nossa vida é ficar por conta da natureza mesmo, ela quem manda e nossa missão é esperar que ela nos permita flutuar. Minha equipe estava consciente disso, ninguém tinha pressa, desde que estivéssemos preparados para o tempo, tipo bem hidratados e bem alimentados, é fundamental para uma expedição que será de longo prazo.

Guilherme apreciando o visual

É impossível passar desapercebido a admiração dos próprios residentes apreciando esse visual, a vista não tem limites e neste ponto conseguimos avistar as divisas do Estado do Tocantins PI, MA e BA é perder de vista, mas algumas Serras que avistamos já estão nos outros estados.

Em um dos últimos dias tive a satisfação de ouvir do José o quanto sua admiração havia mudado, após trabalhar na Ecologde, são anos de dedicação com a fazenda e hoje ele relata prestar mais atenção na beleza natural, enquanto antes achava tudo tão normal.
Acredito que era tipo assim: Quando eu chegava em uma cidade no meio do mato e tirava minhas fotos das formigas, aranhas, folhas, flores, eu saio fotografando tudo mesmo, amo de paixão registrar o que está ao meu redor, vinha aquela velha frase: "Esse povo da cidade grande, parece que nunca viu flor..." kkkkk Hoje a preocupação em conservar e preservar é geral, deve haver sim essa conscientização. E é o que a Ecologde busca, a conscientização a preservação e  conexão saudável com a natureza. Ainda vou falar muito sobre isso.
Neste dia já estávamos bem mais preparados com uma lona maior para forrar o chão, onde minhas linhas não iriam agarrar em nenhuma pedra e correr o risco de arrebentar, seria o fim da expedição uma fatalidade desta, como não estava com linhas reservas, todo cuidado foi tomado para que saísse tudo perfeito.

Tudo pronto pra começar a me conectar

Bom e lá vamos nós para nossa missão, assim que adentrei a este paraíso, já me foi alertado que nas paredes do Morro Catedral moram uma família de águias Chilenas, maravilhosas, vi várias vezes a mãe e o filhote, e também muitas Araras, então todo cuidado era pouco, tratando-se de passar perto da parede. Existem por lá os três tipos de Araras, a Vermelha, a Azul e a Canindé. Seu canto é muito presente, ouvíamos a todo instante.

Por isso o cuidado de quem for passar por lá e quiser voar, tem que saber de tudo e estar com o Guia, é uma área particular, que é aberta ao público com os devidos cuidados dentro da preservação, lembrem-se disso.
Para pessoas que são autorizadas a praticar voo livre ou o uso de drones no Parque Estadual do jalapão, saibam que são áreas diferentes e necessita sim a autorização particular do local.

Então estava tudo pronto pra minha decolagem, o vento estava perfeito, já tinha feito o briefing com meus amigos e apoiadores, tudo certo.

A mãe e o filhote - Águias Chilenas, sempre davam o ar da graça

 Tá ai pessoal o primeiro voo no Morro da Catedral Jalapão, nas palavras de Fernanda Ferreira, infelizmente não peguei o vídeo com o José, que tem com a decolagem, mas vou voltar pra buscar e passear mais vezes.

Foi uma emoção enorme, eu estava extremamente feliz por realizar este sonho, por estar com pessoas especiais que estavam torcendo também por isto. Neste dia tive problemas com minha câmera, por isso só tenho imagens após o pouso, claro com aquele sorriso de orelha a orelha, e o objetivo neste voo seria tirar uma foto ao lado da Pedra em forma de Catedral, então foi um voo mais rápido, ainda estava cedo e havia apenas aquele vento liso da manhã.

Esta gravação foi realizada pela Fernanda.

Quando pousei o céu estava começando a pipocar de nuvens. Meu resgate já estava pronto, chegou muito rápido e ainda tirou um montão de fotos lindas.

Entrei no carro e subimos de novo correndo pra fazer mais um voo, com um céu lindo não tem equipamento que pese, nem subida que seja difícil, saia do conforto e divirta-se. Vontade que acaba nunca é essa de ficar flutuando! Valeu demais Guilherme, resgate super eficiente, show de bola.

Quando chegamos lá em cima o solo ainda estava muito úmido das chuvas dos dias anteriores, impressionante como peguei um excelente ciclo na semana, então com essa umidade as formações cresceram muito rápido devido o sol ter saído forte, tinha uma chuva na frente bem distante e uma chuva forte atrás mais próxima da rampa, esperei um pouco mais pra ver a evolução. Acabei optando em abortar o segundo voo, a nuvem atrás não parou de evoluir, mesmo desaguando e a chuva na frente se aproximando lentamente, mas lavando tudo. O tempo todo a Fernanda falando que não queria estar em cima do Morro, devido raios, aqui todo mundo sabe, ano passado Tocantins bateu recorde de raios...rs dá medmo mesmo.

No dia anterior no final da tarde deu um vento tão forte na Ecologde, logo pensei que seria bem parecido, e isso só fortificou minha decisão de desistir naquela hora.

Dobramos tudo correndo e seguimos na trilha para descer, desci o mais rápido que pude a escadinha maravilhosa, mas foi inevitável, a tempestade nos pegou, eu estava na caverna, mas a Fernanda que era sempre a última devido ter que recolher a corda...nossaaaaa a Fê pegou um toró daqueles, tadinhaaaa, eu fiquei super preocupada, mas depois rimos de montão e graças a Deus não tiveram raios.

A natureza realmente é maravilhosa!

No final das contas deu tudo certo, eu estava irradiando felicidade pelo primeiro voo realizado no Morro da Catedral, essa foto abaixo fala por sim só!

Realizada

Foi um grande dia e descemos brincando e não só eu como todos estavam muito felizes, essa energia contagia.

Paepalanthus Speciosus - Sempre Viva, sou apaixonada

 Se passei quinhentas vezes por essas flores, bati foto as quinhentas, sou muito apaixonada por ela, são lindíssima.

Fernanda - Apoio

José - Apoio

Este casal maravilhoso parou na nossa frente

É isso, ainda tenho muitas coisas pra mostrar e contar, afinal de contas, foram 11 dias maravilhosos e confesso que não tiro esse lugar da minha cabeça.
" Os pés me trouxeram aqui, a cabeça não me deixa voltar" (Não me recordo o autor desta frase)

Com amor,
Voando pelo Brasil.

Direitos de imagens reservados.

Catedral do Jalapão Ecolodge Park 2018

Este foi só o primeiro dia, vem muita história por ai...vem comigo!

É com imensa satisfação que venho lhes relatar um dos maiores sonhos realizado em minha vida no mês de março tão especial. Voar no Jalapão. Amo demais este lugar incrível que Deus nos deu.

Existem lugares que a vontade é de ficar e contemplar por horas e horas, lugares que nos apaixonamos pelos valores, sejam de respeito, de paz, de harmonia, como é bom viver e amar o que esta ao nosso redor, a natureza retribui esse amor. Sentir o Cerrado vivo, ver os animais felizes em seu habitar natural sem medo. Cada amanhecer é uma surpresa as pegadas diferentes deixadas na redondeza. Este lugar Sagrado se chama Fazenda Ecolodge. Incrível como a conexão com a natureza é forte por lá, é nítida a natureza lhe agradecendo pelo seu respeito por ela.
Foram dias incríveis e neste período vivi maravilhas com os animais.

Há alguns anos o Sr Lucio Flavo me convidou a ir conhecer a Reserva da Catedral para avaliarmos um possível voo, sempre digo que as coisas acontecem na hora certa, expressei meu enorme interesse, mas a oportunidade ainda não havia chegado.

E desta vez foi tão perfeito, foi muito marcante, principalmente por ter sido no meu aniversário, muita emoção envolvida e um novo ciclo iniciando totalmente conectada à natureza.

Em 2015 havíamos passado por lá, um grupo de voadores para desbravarmos o Voo livre no Jalapão, tivemos alguns contratempos com o carro, e acabamos optando pela diversão nos atrativos locais que são de extrema exuberância, apenas eu consegui voar em um morrinho já a caminho de casa com apoio dos amigos, inclusive de lá se avistava a Catedral, mas não fiquei muito satisfeita, sabia que não seria aquele voo.

E desta vez foi deslumbrante, era pra ser assim e era pra ser agora, o Morro da Catedral me deu licença para desfrutar da sua beleza!

Cheguei ao Jalapão no dia 23 de março, o dia estava muito bonito, mas no final da tarde fechou, fui direto para a Fazenda Ecolodge, um pedacinho do céu. A Ecolodge se localiza exatamente de frente para o Morro da Catedral, todos que por ali passam, param para uma foto com a majestosa pedra da Catedral parando na própria estrada e nem imaginam quanta beleza e atividade tem logo ali na Ecolodge que fica a 5km dessa estrada principal, bem pertinho.

Passei meus 11 dias por lá e confesso que não queria mais voltar, muitas atividades e todas em contato direto com o Natural Cerrado que tanto amo, uma fortaleza incrível.

No primeiro dia conheci a equipe que iria me acompanhar, muita gratidão, Daniel, Fernanda, Guilherme, José e Val, vocês foram extremamente importantes nesta conquista.

No mesmo dia conheci um pouco mais da Ecologde, passeando até o rio do Sono, alguns o chamam de Soninho, me instalei e acho que um pouco do que vi e vivi será melhor mostrar com belas imagens do que com muitas palavras, pois não existem palavras para descrever a experiência vivida neste paraíso, então neste momento, abro as portas da Ecologde a todos vocês e os convido a divagar neste pedacinho do céu. Vem comigo!

Sejam bem vindos à Fazenda Ecologde:

Estas são as Buritibanas 

As flores trazem as borboletas e beija flores pra pertinho de nós.

Conhecendo o Rio Sono, como vocês podem ver ele estava bem cheio quando cheguei.

Essa é a parte mais emocionante e cheia de adrenalina, a escada.

 Essa é a parte que limita que qualquer pessoa suba sem um Guia, é de extrema importância comunicar na Fazenda e pedir autorização para entrar nas redondezas, pois esta é uma área particular e é lá na Ecolodge que você consegue o Guia para te auxiliar e lhe acompanhar.
Esta escada utiliza equipamentos específicos de segurança e eu estava com profissionais para me auxiliarem na chegada do Topo.
A equipe estava perfeita, Fernanda com especialização em primeiros socorros e responsável pelo procedimento de segurança na subida da escada, Daniel e Guilherme neste dia estavam responsáveis em ficar embaixo com o carro, pronto para o resgate, nos comunicávamos via rádio, José, nos auxiliou nas trilhas e no manejo com a vela nas tentativas de decolagem.

E nós pensávamos que não morava ninguém no topo...rs

Esse sorriso foi em ter conseguido subir essa escada..kkkk 

Acreditem se quiser, morro de medo de altura mesmo, fiquei muito tensa pra subir essa escada. E olha que eu estava com o equipamento de segurança, fizemos até uma simulação para ficar mais tranquila, mas imaginem a força que segurei em cada degrau kkkkkkk... Fê Muito obrigada pela força.

Gostaria de agradecer por todas as fotos e filmagens

Especial para as amigas, que logo logo poderão cadastrar a mais nova rampa do Brasil no Magic Lamp

As formigas tomam hormônios rsrsrsrsrs o dedinho tava perto mas morrendo de medo.

Os Guias da Ecologde prezam pelo máximo de segurança dos seus visitantes, todas as trilhas devem ser realizadas com um  calçado apropriado para tal, porque? Estamos no Cerrado onde os animais habitam livremente, esta formiga acima, não vi muitas delas, em 11 dias fazendo as trilhas todos os dias consegui encontrar com umas 4 dessas, elas são enormes e dizem que a picada é bem forte, por isso a necessidade dos calçados durante as caminhadas, pois podemos nos distrair com flores ou pássaros e a danadinha no chão pega e nem vamos ver.
Estes foram alguns momentos do primeiro dia de reconhecimento do Morro da Catedral, infelizmente não deu voo, estava sedenta por ele, mas já estava ali, teria mais dias pela frente, devido mau tempo acabei desistindo e descendo a pé mesmo, mas antes de descer conheci um pouco mais o topo, optamos em caminhar e ver todas as possibilidades de voo para todos os quadrantes, apesar de ser bem defido o voo por lá. Conheci o mirante que é deslumbrante e batizei a pedra do dromedalho, quando passarem por lá perguntem onde fica, é muito perfeita kkkk, a imaginação corre solta nos formatos das pedras nas bordas da Catedral.

Quem conquista o topo, desfruta deste visual magnífico

Após ver tudo isso que lhes mostrei, que não chega aos pés da realidade e da experiência em estar lá, reserve sua vaga, escolha seu passeio, basta acessar: https://www.jalapaoecolodge.com.br/

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