quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Ceará 2019 - Little Cloud e Voa Finelli Voando pelo Brasil!

Olá meus amigos, que maravilha estar com vocês novamente.
Direto do Ceará, vou contar tudo pra vocês. Que viagem incrível.
Começou em Pacatuba, você já voou em Pacatuba? Gratidão Rogério pela receptividade e por poder voar comigo.
Dias incríveis em Pacatuba, muito voo, passeio por Fortaleza, revendo e fazendo novas amizades.
Mas esta viagem tinha um grande propósito, a recepção do Tom. 
Pega de surpresa com a grande possibilidade desse encontro com uma pessoa tão presente em minha vida nos últimos dois anos, finalmente chegou o grande dia. 
Claro que a escolha pelo Ceará foi imediata para a data prevista, levando em consideração que era um encontro para desfrutarmos do voo livre juntos, para novos testes, para nos conhecermos pessoalmente e simplesmente fortalecer ainda mais nossa parceria para 2020 e muito mais.
Gratidão Tom pela confiança em vir me visitar e se deixar levar por cada surpresa desta trip, cada voo, cada sorriso, cada encontro nos pousos com pessoas tão especiaias e tão carinhosas, foi tudo muito perfeito, não faria absolutamente nada diferente.
Mas...voltando a nossa incrível trip pelo Ceará, foram 12 dias magníficos e em ótima cia.
Dani, muito obrigada pela receptividade, por nos levar em lugares inimagináveis, você foi simplesmente incrível, que eu possa retribuir tanto carinho e atenção.
Bom o primeiro lugar que visitamos foi Canoa Quebrada, lugar tão mágico, um parque de diversões. Curtimos tanto que logo falei que nossa viagem terminaria em ali novamente, porque dois dias não foram suficientes para tanta diversão.
Em Canoa ficamos na hospedados com a Raquel e o Cláudio, @parapentecanoaquebrada, (quer vir pra Canoa? Super indico, super bem localizado e muito confortável), um lugar dos deuses, com uma vista deslumbrante, super bem acomodados, com pessoas maravilhosas, só tenho a agradecer. Uma churrasqueira no terceiro andar com um visual maravilhoso, sem palavras, vem pra Canoa e fique hospedado no Cládio, também conhecido como Coca.



Urubu 22 a esquerda e Spiruline 16 a direita

Eu voo Spiruline e Tom Voa Urubu


De Canoa depois de muito voo, praia, sol e mar, partimos para as montanhas, e fomos direto para Tianguá. Eu adoro apresentar o Sítio do Bosco, cada dia mais incrível, cada dia com mais novidades e aquela receptividade que só o Bosco mesmo, gratidão amigo, hoje escrevendo acho que sou só agradecimentos, porque sou rodeada de muito amor, muito carinho, essas pessoas são especiais demais em minha vida. Conseguimos no primeiro voo fazer poucos kms, mas que foram extremamente divertidos, primeiro o voar juntos pela primeira vez na montanha, meu primeiro voo de cross em Tianguá, o fato de estarmos sozinhos sem nenhum Piloto local, segundo é muito gratificante o quanto as pessoas se deslumbram com esse paraíso. Sério pessoal, quem não conhece o Sítio do Bosco, tem que conhecer, é impactante o visual, a rampa, um resort lindo, essa rampa tem tudo, tudo mesmo. Quando falam, nossa mas o CE é muito longe, longe não sei de que se tudo o que fazemos hoje é de avião.
O tempo não estava dos melhores, mudança de estação, nosso primeiro voo foi casca grossa, muito turbulento. Neste dia quem nos acompanhou foi o Rogério, valeu meu amigo por ir voar conosco, eu logo pousei, perdi tudo, custei a sair da montanha, voei pra trás...um estresse, Tom custou a descer, eu falei pra ele não descer, mas ele acabou tentando por mais ou menos uns 20min, por volta de 13h, pior horário para se pousar, eu sei. Fazendo orelha, balangover, nada descia só subia, mas no final das contas ele pousou. Caminhamos um pouco e na estrada pegamos uma carona muito engraçada, um carro todo estrupiado, meu Deus, não sei o que é mais perigoso, o voo ou o resgate...kkkk Mas um Sr de muito bom coração, nos deixou na entrada do Sítio e fomos caminhando e rindo, comentando como era fácil voltar pra decolagem.
No segundo voo ficamos em uma roubada fenomenal, dei um tiro na hora errada, havia avistado uma fumacinha subindo e fui acelerando tudo, quando cheguei perto a sombra da nuvem já estava enorme e lá não peguei mais nada. Foram 24km para esquentar o braço e o Tom entender um pouco do local.
Por incrível que pareça nem havíamos dobrado a vela, já estávamos rodeados de pessoas lindas, que nos convidaram a entrar em suas casas, nos deram alguns copos de água geladinha, e que logo deram um jeito de arrumar alguém pra nos levar na cidade, e não muito satisfeitos, nos deixaram no Sítio do Bosco, sabem anjos que passam por nossas vidas, eles estão conosco a todo segundo.

Tom voando seu novo protótipo, surpresas para 2020.

Voamos totalmente juntos, todo tempo. Eu estava no Gracchio 21
Pousados com segurança, aguardando com uma aguinha gelada.

Tianguá não estava muito legal, porque o vento estava lateral, um lateral não recomendável, então seguimos viagem com sugestão da Dani e ela nos acompanhou até Guaraciaba para voar no Urubu Ecoparque.
Gente, que lugar deslumbrante, que Sítio lindo, este era novo pra mim também, o pouso é bem distante. O problema de voar sem conhecer o local como Guaraciaba:
- Não conseguimos ver o pouso da rampa
- Tem o famoso vento Aracati, uma ventaca avassaladora que chega no final da tarde, esse vento os locais conhecem bem.
Então galera, sempre que chegarem em um novo local, perguntem, respeitem o local, nós não sabemos tudo.
Quem nos recepcionou foi o Professor Marcelo, gratidão amigo, apesar de chegarmos primeiro na rampa, ele deu um jeito, foi lá voou conosco, passou as coordenadas pelo rádio e pousamos juntos na rampa, foi extremamente divertido.Sem contar a organização do sítio, nos orientaram em tudo, desde a decolagem, ao pouso antes do Marcelo chegar. Que delícia de lugar, eu amo cada dia mais o Ceará e tenho certeza que o Tom também saiu daqui encantado.Fizemos neste dia duas decolagens e dois pousos na rampa perfeitos, que serra incrível, voltamos no mesmo dia para Tianguá, tudo muito perto.

Foto: Thomas Bourdeau



E no outro dia já seguimos para Ipueiras, de novo uma sugestão maravilhosa da Dani, que nos acompanhou em todas as trips, Dani você arrasou nos roteiros, um excelente bom gosto.
Pegamos a estrada durante o dia, cada visual enriquecedor para os olhos, chegamos por cima da serra, descemos a serra para entrar na cidade e subimos novamente a caminho do Mirante Delta, outro lugar fabuloso, galera vocês não estão entendendo, só vendo mesmo, só indo lá pessoalmente, não há foto nem vídeo que realmente mostre a beleza do local. Quem nos recebeu foi o Alex, uma recepção tão boa que até voar conosco ele voou. 
Mirante Delta
Nosso primeiro voo, daquele jeito, reconhecimento, fizemos um crozinho lindo e super satisfatório, pois o local onde pousamos não poderia ser melhor, uma vila chamada Boqueirão, pousamos no campo de futebol, foram todos nos receber, que coisa mais linda, nos deram água, castanhas de caju, cachacinha com cajú a tira gosto, muita risada e prosa boa, sabe aqueles lugares que você não para de sorrir um minuto e dá vontade de ficar e ouvir cada história com muito carinho? É tipo esse, pessoas amáveis, educadas, querem te agradar de todo jeito, e o melhor é poder em uma viagem de tão pouco tempo, mostrar essa maravilha do nosso Brasil para pessoas tão especiais quanto o Tom que recebeu tudo de coração aberto e se divertiu com cada instante, que alegria.

Aquele pouso pra lá de acolhedor.

Neste dia abandonamos a cidade, quando a ideia é ir pro cross, gosto de me conectar, eu preciso concentrar, preciso estar focada sem muitas distrações, preciso dormir cedo, preciso avaliar a condição na hora que desperto, acompanhar a evolução e era isso que estava focada quando decidi ficar no sítio do Bosco nesta noite, pois sair da cidade e chegar na hora certa no sítio não estava dando certo.
Nos concentramos no próprio Sítio, lá é muito bom de ficar, ainda mais tratando-se de segunda feira, dormimos por lá para facilitar o encontro com o Raul, que nos recepcionou bem demais e foi voar conosco no outro dia, pois esse Carcarazinho sabe bem da condição local, gratidão pela companhia Raul.
Estávamos bem animados para este grande dia, despertamos, tomamos aquele cafezão magnífico servido no Sítio e já estávamos prontos na rampa aguardando o Raul, que chegou na hora marcada com seu passageiro. Ele chegou, logo equipamos e zarpamos felizes pro voo, Sabe tudo perfeito, hora certa, conexão  entre os três, tudo perfeito. Inicio do voo com teto baixo, voar aqui pra trás pra mim foi surreal, o lugar é incrivelmente lindo, passamos por vales lindos. Infelizmente o Raul se desconectou e acabou pousando, assim que pousou, nos passou a coordenada no voo para pegarmos o asfalto, e dali pra frente foi só alegria, o teto subiu e foi maravilhoso poder voar junto desfrutando um lugar tão incrível. A última conversa com Raul no rádio foi: "Toca pra frente, estarei no resgate de vocês" Quer uma vibe mais positiva do que esta?
Passamos uma parte de roubadinha, e bem nessa hora entubamos, tocamos o barco entubados por alguns segundos e quando saimos da nuvem, eu já estava em cima do asfalto, sabe aquela sensação de alívio, porque eu não queria colocar o Tom em uma roubada maior que a do dia anterior kkkkkk
Foram 90km voados em sintonia, termais deliciosas, hora o Tom estava alto, hora eu, voamos completamente conectados, voo perfeito.
O pouso foi no Piauí, isso mesmo, eu estava vibrando para conseguirmos fazer a travessia de Estados, foi maravilhoso, grande dia, grande voo.
Pousamos com um vento muito forte, na realidade escolhi um pouso e não foi sucesso, o vento estava extremamente forte e eu tive que ir para outro mais adiante, um laguinho com uma grande borda seca em uma fazenda incrível. Pousados em Volta da Jurema. E não tinha como ser melhor.
Eu e o Tom com aquele sorrisão de orelha a orelha, fomos recebidos com muito carinho, gente é sério, nunca na minha vida, tive uma recepção tão maravilhosa, simplesmente nos ofereceram um grande banquete, até banho perguntaram se queríamos tomar, uma família muito amável. Sem contar que nos mostraram cada parte da fazenda, toda a criação, tudo muito organizado, que fazendo mais linda, só gratidão. Não demorou muito Raul já estava lá para nos buscar com o resgate e seu parceiro no duplo, encontrar Raul, já vira festa, da-lhe cervejada no retorno...eita caminho cumprido kkkkkkk
Dia pra lá de perfeito.

Lindo voo

Um estradão em cima e embaixo

Depois deste super voo, a previsão não era das melhores para Tianguá, então resolvemos tocar a viagem e voltar logo pra canoa e curtir ao máximo esse paraíso.
Foi um dia de viagem no busão, mas um dia daqueles perfeitos, batendo papo, comentando do voo, rindo dos pousos e da facilidade com o resgate, tudo muito leve, chegamos em Canoa a noite e fomos recepcionados mais uma vez por Raquel e Cláudio, casal muito especial.
Go to Canoa again.

No outro dia, aquele banhozão de mar e depois voo livre nas dunas. Que diaaaa, voei todos os brinquedos, a minivela Spiruline 14 - 16, Urubu 22, dia incrívelmente incrível, sem palavras. Pousamos já era noite. Esse lugar realmente é mágico. No outro dia day off. Já era a partida do Tom, mas aproveitamos até o último segundinho.
Eu???? Adivinhem...
Não consegui sair daqui, hoje me considero moradora de Canoa, fiquei de vez. Já aluguei minha sala para Yoga e Pilates e é isso, a vida é muito simples, precisamos aproveitar todos os momentos, não devemos nos sentir aprisionados a nada, afinal ,tudo passa, tudo fica e só levamos a memória na alma.
Gratidão Thomas Bourdeau por sua companhia todos esses dias! Dias inesquecíveis, foi muito especial te mostrar um pedacinho do meu país que amo muito.

24 - Chegada em Fortaleza
25  - 26 Canoa Quebrada
27 Tianguá
28 Guaraciaba
29 - 30 Ipueiras
02 - 03 Tianguá
04 Busão Go to Canoa
05 - Canoa Quebrada
Tianguá

Ipueiras

Ipueiras, muito bem recepcionados no Mirante Delta

Resgatados no meio do nada e o que salva? @dofinelli_pedemoleque

Piauí - 90kms


Querido Bosco, sempre muito atencioso e receptivo.
 Só pra lembrar, festa a fantasia no Sítio do Bosco no período do carnaval, bora Mulherada, fazer a festa, é muito divertido o lugar é fabuloso e no carnaval todo mundo voa tranquilo.

Canoa Quebrada


Canoa Quebrada com energia, @dofinelli_pedemoleque Super aprovado pelo Tom,  Adorou.

Viagem magnífica. Gratidão Tom, você é incrível e uma cia perfeita, topa todas as loucuras toda hora.

Para quem tem interesse em encomendar o Pé de moleque do Finelli, vale muito a pena, é um pé de moleque artesanal, caseiro, natural e delicioso, você pode seguir o instagram @dofinelli_pedemoleque PEDE Moleque que é bom demais.

Tá ai a nossa diversão, "Viver é melhor que sonhar"

Com amor: Marcinha Litlle Cloud Brasil

Atleta:
Litlle Cloud Paragliders
Marré Infinito

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Assunto interessante - Decolagens

Hoje quero falar sobre este tema que ainda vejo muito coisa acontecer em várias rampas.

Chegamos muito empolgados para voar, as vezes na correria, principalmente quando já tem um monte de Pilotos no ar, parece que a ansiedade pra estar lá aumenta o dobro e acabamos acelerando todo o ritual, até ai, super controlável desde que o Piloto tenha a capacidade de observar que ele tem o dia todo pra estar lá também, e se queria realmente ter decolado para estar com a galera que já se encontra em voo, ele realmente teria que ter acordado mais cedo, assim não passaria por esta ansiedade e esse corre corre.

Chegou na rampa e começo a me preparar e é impressionante que direto vejo isso acontecer e é muito sério.

Piloto prontinho pra decolar e começa a ter dificuldades com o vento em sua decolagem, já é um despreparo básico e teria que treinar mais no chão com seu equipamento. Logo começam as tentativas de inflar e sair voando, mas todas começam a dar errado e vai aquele bate e bate de vela na rampa,  todas as tentativas sem sucesso, ai vem aquele grande amigo, ou um Piloto qualquer todo cheio de razão e fala:

" Cara, desse jeito você não vai conseguir, deixa eu te ensinar um jeito muito melhor de decolar com esse tipo de vento"

Gente, isso é muito sério, muito mais do que todos possam imaginar.

Porque Márcia isso é sério????

Bom, primeiro o cara já está tendo dificuldades para decolar do jeito que ele faz a vida inteira, será que ele aprender nessa dificuldade, adrenado e ansioso uma nova forma vai ajudar mesmo ou pode se tornar mais perigoso?

Seria melhor ele esperar, acalmar tanto a adrenalina, tomar uma água, quanto esperar um vento propício para sua habilidade. Será que realmente ir pra uma nova decolagem jamais feita seria a melhor opção?
Só que os Pilotkos insistem muito e quem está ali olhando a condição passando e todo equipado, topa na hora, porque o que ele mais quer é flutuar, seja da forma que for.

Parem e avaliem.

É magnífico chegarmos equipados, inflar perfeitamente a vela e sair flutuando. É um voo diferente daquele que você fez 5,6 tentativas de decolagem falidas, no início do voo, pois o Piloto vai estar mais adrenado que o normal. Isso o deixará com dificuldades até mesmo de se concentrar melhor no início deste voo que também é um momento muito importante. Esse inicio de voo defini tudo.

A melhor coisa a se fazer realmente é aprender no chão e em algum lugar que é usado como escola de voo, no plano mesmo.

Temos muito tipos de decolagem, sempre falo que nas escolas de parapente os instrutores devem saber todas as decolagens e passar todas para seus alunos, não é porque eu amo a minha decolagem que ela vai ser perfeita pra X ou Y, cada um tem seu estilo, sua pegada, então na escola você tem que aprender várias e se identificar com a sua habilidade. Sempre falei que devemos ouvir a todos os Pilotos todas as dicas, se vamos usar ou não é outra história, mas ouvir uma novidade não atrapalha em nada, só não pode ser na hora H do voo, se querem dar uma dica a alguém de uma nova declagem, convide o Piloto para um treino no solo.

O que percebemos nas decolagens falidas também, são pessoas que ainda não estão preparadas psicologicamente para a condição que está no momento, está lá cheio de vontade de voar, mas o medo sobre sai  e isso faz com que a decolagem não seja aquela de atitude, aquela de colocar a vela na cabeça e ir. ATITUDE, na hora que decidir decolar, Vá, atitude! Dependendo da velocidade do vento, não dá pra ficar pensando muito, porque as vezes o vento está tão fraco que o jeito é inflar e sair correndo com tudo.

Muitos Pilotos mais novos no voo me abordam o tema de na decolagem ficar com a vela na cabeça um tempo na rampa. Não sou a favor, acho totalmente perigoso, ainda mais tratando-se de lugares propício a dusts, Pilotos inexperientes também. O Piloto infla e fica lá com a vela na cabela, fechando as pontas pra lá pra cá, talvez querendo mostrar algum controle de vela, talvez treinando isso, não sei nem o que passa na cabeça deste Piloto, você ai de repente escuta assim: "Ah tá sem pressão" ai ele fica lá com a vela na cabeça, podendo de uma hora pra outra entrar uma rajada que a termal pode estar bloqueando, passar um dust, são hipóteses que podem ocorrer em um piscar de olhos e acabar tirando o Piloto do chão sem ele estar alerta, devido a exibição. Acho que se está fraco, ele deve matar a vela e analisar melhor a hora de coloca-la na cabeça para ir e não ficar ali parado exposto a riscos desnecessários. (Mas esta é a minha opinião)

A minha dica é: "inflou - Decolou", não fique fazendo bonito na rampa, porque fazer bonito, todo mundo sabe no que dá né verdade? Sem contar que irá atrapalhar quem quer decolar de verdade.

Outro ponto fundamental em uma decolagem, "Cabo", o que vocês acham? Você gosta de cabo?

Eu particularmente não gosto, o cabo nos tira a sensibilidade da vela, e a pessoa que vai fazer este cabo com certeza tem que ser muito experiente para não sair junto, e olhem que sei de casos em que o Piloto que fez o cabo acabou indo junto, um perigo, também deve saber a hora exata de soltar.
A maioria das pessoas que pedem um cabo, geralmente não decolam bem, isso já é um sinal de que este Piloto precisa treinar mais técnicas de decolagem e avaliar a si mesmo, como disse temos diversos tipos de decolagens, principalmente para fortes ventos. Você acha que se necessita de cabo, aquele vento realmente é para você voar?

Os duplos sempre pedem cabo, conheço poucos dupleiros que decolam tranquilamente na ventaca e sozinhos, dá para contar nos dedos.
Minha opinião sobre cabo Se precisar de cabo é porque o vento esta demasiadamente forte para sua vela ou o Piloto não tem habilidade para voar na condição que ele nem ao menos consegue decolar e isso não é bom. Mas Cabo é um assunto extenso, foi apenas um pincelada para que todos meditem sobre isso.

PS: Uma decolagem bem feita dita todo o sucesso que virá do seu voo, atitude, colocou a vela na cabeça, peito pra frente e corre.Treine muito em solo, para se ganhar uma boa decolagem o Piloto deve dominar completamente seu equipamento.



Marcinha , )( `
Voando pelo Brasil com Marré Infinito e Little Cloud Paragliders
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quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Sobre a temporada de Axixá? Senta ai que você vai decolar junto comigo!


Axixá 2019
Mais um ano espetacular.
Depois de passar 4 meses e meio no Chile, voando lift de praia ou alguns pregos na montanha devido a uma condição fraca, voltei para cumprir um combinado comigo mesma, bater meu recorde, e aqui estou relatando mais uma vez as minhas aventuras para vocês, e juntos, vamos viajar lá pra Axixá TO em busca do meu recorde pessoal. 
Treinei bem o hike and fly pelo Chile, afinal lá qualquer lugar que você for voar vai ter que subir caminhando. E onde eu morava, tinha que fazer um hike de respeito.
Cheguei com muita gana de voar. Recebi minha vela nova no Chile, um B-Hot da Little Cloud Paragliders – Gracchio 21 a ideia de receber a vela lá era de voar na Patagônia, mas infelizmente não foi dessa vez.
Estava sedenta por voos de térmicas fortes para conhecer meu equipamento novo, babando na temporada rolando aqui em Jaraguá em Montes Claros...
Cheguei em Axixá o pré frontal perfeito já havia passado, a galera aproveitou essa frente  e bateu o recorde dois dias antes, 220km, no dia que cheguei o tempo não estava nada bonito, até chuva rolou.
A condição estava muito estranha, o Tocantins todo já estava queimado, muita fumaça, pouca visibilidade e parecia ser a chuva do caju. Foi uma tempestade daquelas na realidade, para minha tristeza, mas alegria dos animais que sofrem muito com essas queimadas que são provocadas pelo homem. Não conseguia acreditar no que estava acontecendo, enfim, voador como é muito otimista, sempre acorda feliz com o novo dia e a esperança também renovada, sou uma dessas que sempre pensa positivo mesmo que o site de previsões mostra o pior,  sempre sempre otimista para o dia seguinte, então vou contar como formam esses dias em Axixá, não foram muitos, e os voos também poucos em comparação ao ano passado que foram 14 subidas, esse ano foram apenas 4.
Sobrevoando o Estado do Pará

1º dia
Galera toda na rampa, nada de vento, condição horrível, mas o céu lindo e azul, depois um vento bem forte, mas totalmente lateral, alguns desceram voando incluindo eu e outros desceram caminhando.
Foi o dia de ver toda a galera, bater aquele papo para atualizar. Depois de um ano, estávamos juntos de novo. Hoje olhando meus arquivos, estou no terceiro ano consecutivo em busca de kms aqui no TO. É magnífico estar em casa.
Resumindo, o primeiro dia é batata, sempre um pregolão kkkkkk
2º Dia
Total descrente da condição, acabamos ficando em casa, gostaria de agradecer a receptividade nesse pedacin de paraíso ao Calango e Nonata, gratidão por sempre me apoiarem, abrirem as portas da casa de vocês, muita gratidão por tudo o que fazem por mim e pelo voo livre na nossa região.
No segundo dia não poderíamos ficar sem uma aventurina, Calango animou de fazer um voo de motor e Nonata viu meus olhos brilharem quando ele falou em decolar, acabei fazendo um super voo eu Calango e Louzada, foi show de bola.
A decolagem foi perfeita e o principal, um pouso na porta de casa, nunca ri tanto na minha vida, que delícia, sair de casa e pousar em casa e dar um rolezão por cima do rio Tocantins e bem na hora que o trem passava.
3º Dia
A esperança nunca acaba para um Piloto, acordei daquele  jeito, doida pra voar muito, mas o dia estava com o teto muito baixo, muito cirrus ainda, não estava redondo, mas conseguimos chegar em Araguatins, ai sim já estava esquentando os braços, conhecendo melhor o equipamento, estava ficando cada dia melhor, como um aquecimento mesmo e eram minhas primeiras termais lindas com o Gracchio, já estava apaixonada com a performance, velocidade, e facilidade de pilotar.
Pousar na praia do Rio Araguaia não tem preço, são 40 kms preciosos demais. Dobrar o equipamento, tirar as botas e dar uma nadada é simplesmente perfeito e o principal o resgate é um barco. Eu amo esse voo,na minha opinião já fico satisfeita com esse passeio. #sqn
4º Dia
Esse foi o dia da roubada, porque se não tiver roubada não tem cross country.
Mas foi uma roubadinha suave na nave, eu e Calango pousamos na mesma fazenda, mas em lugares bem diferentes, ele no início e eu no final da fazenda, e que fazenda enorme.
Pra variar, assim que pousei a termal desprendeu bonita, tentei por tudo segurar e pegar ela, mas não deu. Então pousei, recolhi, dobrei e comecei a caminhada, não sabia qual trilha pegar porque até o final do segundo tempo, eu estava tentando subir, então nem reparei como era mais fácil chegar na sede da fazenda, mas segui minha intuição e deu certo kkkkk Já estava com meu kit roubada na mão e comecei a comer e caminhar. Calango chamou no rádio, eu já estava a caminho da casa e o Calango arrumou com o dono da fazendo uma moto pra ir me buscar, mas eu já estava quase chegando.
O teto estava baixo, fui na base bonito com o Carlão, ele deu aquela entubada do jeito que adora e eu logo tirei, mas a tirada estava bem falhada e o teto muito baixo, as termais todas esfareladas, fiz o que deu na rota que escolhi, porque a galera chegou em Araguatins e eu fiquei pelo meio do caminho, tudo bem porque estava falhado demais e o teto bem baixo e eu já estava apostando alto pra ir só até Araguatins, o voo da galera foi muito demorado, eu queria descansar porque o recorde ia chegar.
O resgate foi rápido e de lá partimos pra Araguatins de carro e eu fui direto pro meio do rio desfrutar do Araguaia, amo demais. Hoje seria meu último dia, mas resolvi estender porque a previsão estava boa demais e eu bem confiante, eu tinha certeza que conseguiria e a condição estava melhorando a cada dia.
5º Dia
Ai sim chegou o grande dia, o dia do recorde, acordei faca nos dentes, a galera estava mais animada, a previsão estava bem melhor e  para alguns seria o último dia de voo, então todos estavam faca nos dentes e não só eu. A primeira pergunta que fiz aos catarina que iam embora na madrugada, qual voo vocês vão perder, o livre ou o de volta pra casa? Porque o dia prometia muito e cumpriu o prometido. Minha aposta estava certa com a previsão.
Estava tudo pronto, mas eu não tinha muita água, não tinha o que comer quando pousasse, então não poderia virar lenda porque o negocio iria ficar bem feio pro meu lado.
Todos os dias meu kit roubada estava pronto, tinha muita água, mas neste dia...aff é sempre assim, esqueça algo que sai o melhor voo.
Decolamos quase todos juntos, mas o Carlão e o Calango tiraram pela direita atrás da rampa, o Ingo e o Reginaldo tiraram pela esquerda, e eu tirei pelo meio sozinha mesmo. Tentei ir na direção do Carlão e Calango, mas o vento estava muito atravessado, eu ia acabar perdendo meu voo, então segui sozinha mesmo, deu pra acompanhar os catarina um tempinho, mas em um determinado momento, tomei uma decisão errada e perdi muito tempo isso por volta do km 23, dai por diante segui sozinha até o km 104. Foi incrível, mas muito desgastante, voar sozinha demora muito, ficamos muito conservadores, o teto não ajudava, estava baixo, não chegava nunca a 1000 altura, mas segui adiante, até que me encontrei com o Carlão, nossassinhoraaaaa, isso me deu uma energia avassaladora. Carlão esse recorde é nosso kkkkk, por volta das 16h o teto começou a subir, toda hora que achava que era a última, ainda tinham mais uma termalzinha pra dar mais 10km de planeio, porque o Gracchio é uma delícia para render no planeio.
E assim fomos, Carlão me salvou em duas lindas a frente. E quando chegamos na última cidadezinha, Carlão já indo pra pouso eu ia até reportar no rádio, mas ai bati em uma termalzinha massa, ganhando e derivando, e como ele estava junto, ficou de olho e disse pra mim no pouso que pensou: “Que que essa menina vai fazer no jângal uma hora dessas?”
E eu respondo: Mais kms kkkkkkkkkkkk
Na realidade estava tranquilo, continuava na mesma estrada de terra e já avistava a fazenda que eu queria pousar. Quando olhei o Carlão pra ver se tinha pousado, o danado já estava na minha altura de novo e no jogo junto comigo, e veio mesmo.
Foi inacreditável esse voo, pousamos na Fazenda Bela Vista, fomos muito bem recepcionados por toda a família, com wifi, pão de queijo, açaí, refrigerante,café...e o resgate não demorou nadica de nada, estava a caminho, esse dia fomos resgatados pelo Nonato.
De lá fomos resgatar o Ingo, esse sim, estava numa roubadaça sem tamanho e pior, tinha que pegar o voo as 3 da madruga, foi um corre corre danado.
Pousamos as 17:30, conseguimos resgatar o Ingo e o Reginaldo e fomos chegar em Araguatins a uma da madrugada. Como diz um bom Tocantinense: Peeeensa numa roubada...kkkkkkk Andamos 30km na estrada de terra para a localização do Ingo, quando faltava 5km descobrimos que a ponte estava quebrada e teríamos que dar uma volta de 40km, na hora arrumamos um motociclista para ir busca-lo até o rio que daria para atravessar a pé, foi topíssimo, de lá seguimos para buscar o Reginaldo que já estava a umas 4h sentado esperando num posto, sem nem conversar, estava preocupado de perder o voo.
Os dois tristes, opa, tristes vírgula, porque o Ingo entrou no carro e apagou kkkkkkk mas o Reginaldo estava tenso, porque não sabia se chegaria a tempo do Voo em Imperatriz para ir pra casa e eu rindo pras paredes, recorde batido.
Dia lindo, meta cumprida, o objetivo era 150km e ainda de lucro vieram os 7km.
 Total 157kms voados, conforme o objetivo.

Sensacional Eu e Carlão nos 157km - Recorde


Eu juro galera, é bom demais voar nesse Cerradão, sair do Tocantins e pousar no Pará, a travessia de Estados é simplesmente incrível.

Tenho muito a agradecer a Little Cloud paragliders pela confiança, paciência, parceria, e que essa união perpetue por anos luz, pois felicidade é pouco para o que sinto com essa família. 
Depois do recorde a condição continuou linda, e no meu último dia fomos voar, Eu, Ney, Cabeça e Louzada.
Que dia louco, o objetivo era instalar o redário na rampa, que ficou simplesmente sensacional, o dia estava incrível, seria um voozinho pequeno, porque eu iria pegar uma carona para voltar pra Palmas. A condição redondaça, decolamos por volta das onze da manhã e acabamos fazendo 100km pós trabalho kkkkk, só Axixá mesmo. Quando chegamos nos 100,eram 15h, eu estava a mais de mil metros, conversei com minha carona falando que estava abortando o voo para ir embora. O resgate bem abaixo de todos nós, os quatro no 100km, foi muito massa. Falei no rádio com o carona, dobramos correndo, e já estávamos retornando, perguntaram: Já estamos a caminho,onde pe para deixar a Marcinha? 
Resposta, Já estamos na estrada....
Ficou um silêncio no carro depois disso, porque todo mundo pousou correndo por minha causa , ficou so o cri cri cri kkkkkk
Saimos correndo mais ainda para ver se eu conseguiria pegar o buzão das 20h em Imperatriz, uauuuuu que correria. No final deu tudo certo, valeu Ney pelo esforço, pela recepção, foi tudo maravilhoso.

Galera dos 100km e o Brunão no resgate.

Quer voar comigo? Embarque comigo nesta aeronave sem motor, só eu você e o vento.


Happy Family - Little Cloud Paragliders
Little Cloud Girl
Marcinha , )( `

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

2º Campeonato de Acrobacias – Brasil Acro 2007

Meu Deus, achei essa relíquia nos meus rascunhos...vamos lá que vale a pena.
Estava justamente hoje recordando esse dia com a nova geração de acrobacia.

2º Campeoato de Acrobacias – Brasil Acro

Gente é muita história pra contar...

Após o convite para me ingressar a Equipe Piloto Safo e ter passado por uma experiência incrível no campeonato de aprendizado tive a certeza de que realmente o que eu queria era Acro. Já tinha feito uns voozinhos de distancia, nada d+, so que não tinha muita paciência e curtia muito mais uma espiral over do que qualquer outra coisa, então decidi comprar uma vela para o que eu estava interessada em fazer - ACRO.
Comecei a pesquisar sobre velas de acro, todas bem nervosinhas as Freestyle eram enormes praticamente do tamanho do SigmaV, ainda tinha muito que aprender, mas minha vela estava me limitando bastante por causa do tamanho.
Passando férias em BH experimentei o Sonic do Renatinho Lopes, (nessa época já estava trocando e-mails com a SOL, mas não era tão fácil comprar velas pequenas como hoje) me amarrei na velinha, parecia que tinha sido feita pra mim. Foi como uma luva, os treinos evoluíram bastante. Acabei comprando um Sonic2, claro com um grande apoio do Ary-SOL Paragliders que inclusive me ajudou com outras coisas, ele pediu para que o Renatinho me avaliasse antes de efetuar a compra, ele seria os olhos do Ary como combinado, seria um voo muito importante, tinha que dar tudo certo, era a garantia de compra da minha vela nova, voei e foi lindo fiz uns wingover pousei na rampa e já estava aprovada.
Assim que minha vela chegou novinha em folha em Palmas-TO marcamos um SIV em casa, o Alexis vendeu a lancha para os pilotos de Palmas e entregou a mesma pessoalmente, nossa foi o melhor de toda minha vida. Vela nova, as manobras fluindo e na minha casa com uma turma super bacana.



Voadores de Palmas – TO Junho 2007


Não demorou muito me formei e logo mudei pra BH e passei a ir todo final de semana pra Joanópolis treinar com a Equipe. Haja dinheiro para tantos anos de dedicação.
Nesse período já estava mandando Sat assimétrico, looping, Sat, helico(em aprendizado) Wingover... estava tudo lindo.
Já sabíamos sobre o próximo evento que seria o 2º Brasil Acro a realizar-se em Joanópolis-SP.
Infelizmente com as novas normas da competição não pude participar na categoria Junior, pois já estava com uma vela de competição, e acabei entrando na categoria Máster, mas foi muito melhor do que eu poderia imaginar, eu estava na margem pronta pra decolar com os melhores pilotos do mundo, imaginem que privilégio. Claro que a competição não era mais uma competição e sim uma mega diversão, passou a ser pra mim um treino simplesmente com os melhores do mundo, e essa tranqüilidade que tive o campeonato inteiro me fez ficar bem classificada, porque não tinha como me cobrar diante de pilotos tão bons e que viviam da pratica do esporte.

Agora vamos ao campeoanto.

Primeiramente gostaria de agradecer a força que a Escola Serra da Moeda me deu nesses dias me ajudando nas idas e vindas de São Paulo, muito obrigada Glayson de Castro, valeu mesmo e a recompensa está sendo gratificante até hoje.
Bom, vamos aos dias magníficos que passei em Joanópolis junto com os melhores do mundo...
Cheguei na represa cedinho na quarta feira, seria mais um final de semana cheio de emoções. O dia estava lindíssimo, vi todos os pilotos, de cara ja conversei com todo mundo e fomos pro almoço.
Apos o almoço ja fiquei toda alegre pois, teríamos uma decolagem cada um da categoria Máster (já fiquei mega feliz por estar na Máster hahahaha), nossa foi o máximo deixar a galera do junior loucos de vontade pra ir voar hahahaha (que maldade, não sou assim, mas...kkkk).
Chegamos na represa o vento estava muito forte, (parece ser meu Karma), sem perder tempo peguei a máquina do Alexis e fui eternizar esse momento que era o melhor da minha vida, pois os meninos com seus 30 kg acima não estavam voando pra frente imagina eu levezinha.
Mas dai o vento foi abaixando, abaixando eu já animei e peguei meu equipo e fui brincar na margem ate que deu pra ir, nossa que vergonha no primeiro momento, todo mundo olhando meu voo, Master em peso na margem, só feras, só eu de mulher, a turma parou pra ver o que eu ia fazer.
La vai Marcinha decolar, iria treinar apenas helico, pois ate então tinham 4 pilotos que nunca haviam participado da categoria Máster, eu e mais 3 pilotos, por isso teríamos que passar por um qualify e eu não tinha treinado nada pra isso (fomos pegos de surpresa). Na hora que inflei o parapente o vento já começava a apertar novamente, ai o Samuka nosso mestre no reboque tinha pedido pra eu subir mais, então demoramos um pouco pra conectar o cabo, subi inflando e o vento aumentando, na hora que conectei e virei pra lancha puxar já nem estava no chão mais, subi uns 5 metros, sem sair do lugar com o Eli me segurando na corda, ai o Samuka virou a lancha correndo pois ainda não estava preparado e fomos, subi uns 50m sem sair do lugar, foi massa e tenso ao mesmo tempo, bem desconfortável, quem filmou ficou bacana d+, nem tenho essa filmagem : (
Pronto, desconectei e comecei a brincadeira, como havia combinado com o Alexis, fiz só helicoptero, mas aproveitei a altura e saiu um wingover lindo.
Decolagem treino Master

Quando pousei já rolaram altas dicas do Felix e do Renato Curreca, muito legal, esses meninos valem ouro. Só pra dizer pessoal, minha inspiração total sempre foram os Renatos : )
Fomos para o coquetel de abertura, foi muito bacana, da-lhe caipirinha para os gringos, como eles adoram. No coquetel o Davi da FAI ja veio saber mais sobre meu voo e tudo, começou a maior bateria de perguntas, muito simpático, adorei conversar com ele, me deu muitas dicas também e a maior força pra eu ir pra Europa, na época haviam poucas mulheres, hoje já tem várias e que já fazem o infinit.
Coquetel de abertura do BrasilAcro 2007

Na quinta, já foi diferente, fomos pra represa e muito vento, só os profissionais mesmo que tinham a capacidade de brincar na margem e mesmo assim subiam tudo, nem arrisquei, mais uma vez fiquei de fotógrafa, cada foto louca que saiu, acho que estou na profissão errada..rsrs
Passamos o dia todo la e nada do vento diminuir, então fomos pra pousada, janta e repouso.
Na sexta, mais vento e muita chuva e da-lhe caipirinha, nesse dia ate eu entrei na festa, mas não rendeu muito, estávamos todos ansiosos pelo início da prova, dormimos bem cedo.
No sábado, Nossa!!!! Parecia que tínhamos acordado em outro lugar, um dia espetacular, céu azul muito sol, mas vento forte, iniciamos com categoria Master o campeonato, e eu no meio preocupada se iria rolar ou não decolagem pra mim, pois o vento ainda estava muito forte, os pilotos foram decolando na minha frente, já que tinha a ordem de decolagem ate que rolou de decolar.
Em direção á decolagem

Neste dia quando fizemos o briefing já tinha ficado decidido que não haveria mais qualify, mas houve uma reunião entre eu, Caboclinho, Sinna, Andre e Davi, sobre tudo o que rola como funciona pois éramos os únicos que nunca tinham participado de uma competição Master.
Tudo resolvido iria iniciar a competição.Uauuu estava dentro!
Na primeira manga fui quase uma das ultimas a decolar, fiz a seguinte sequencia: Sat, wingover, full dinâmico, fly back, ficou bem bacana, apesar de ter perdido uns pontinhos no sat que nem eu entendi o porque, mas tudo bem, faz parte. Quando saiu o resultado o Alexis já veio me abraçando muito feliz falando: “você ficou na frente do Curreca”, olha Lá!!! olha Lá!!! Achei que ele estava zoando com minha cara né, imagina eu na frente do Curreca hahahaha, quando vi a lista era realmente verdade, meu Deus nem acreditei, que maravilha, fiquei super feliz. 
A prova

Dai o vento não diminuiu, fomos mais uma vez pra decolagem, seria master de novo, só que o vento apertou muito e decolaram apenas alguns e os outros ficaram pro dia seguinte, eu, Curreca, Sinna, Beto, Rodrigo e Andrezinho.
Nossa achei ótimo, pois estava cansada, é muito corrido, faz a manga sai o resultado já tem que secar o equipamento rápido quem caiu na água, que foi o meu caso rsrsrs e já vai pra próxima manga, passávamos muito tempo na margem esperando, haja disposição.
Acabou fomos pra pousada e repouso, dia lindo...
No dia seguinte começou super cedo, decolamos com um vento todo esquisito, não estava concentrada, não sei o que tinha acontecido, mas dai tinha que ir, decolei logo apos o Andrezinho, nossa essa manga foi terrível, fiz tudo errado, foi a mesma sequencia da anterior, não mudei nada, uma pena, perdi ponto de bobeira, pousei super triste, mas ainda estava bem no ranking geral e ainda tinha chance, só que só fui saber isso depois que já tinha feito a minha outra manga e tinha entregue para os juízes...que dai chutei o pau da barraca e já meti um sat assimétrico, e não tinha mais como mudar. Era uma manobra que não fazia a um tempo, afinal de contas estava treinando outras básicas.
Iniciaram as decolagens do júnior, mas teríamos mais uma master, quando iniciamos a master já tinha modificado minha manga, coloquei Espiral assimétrica, sat assimétrico (ficou razo mas muito bem feito UFA), wingover, full dinâmico e fly back, nossa foi linda, uma pena q não deu raft, se não estaria hoje em 10º lugar.
O campeonato foi muito bacana, aprendi muito e evolui muito no voo, mas é difícil não se deixar envolver tanto, tipo na segunda manga eu fiquei realmente arrasada, todo mundo dando força e falando que era o primeiro mas... a gente sempre busca o melhor de nós mesmos e eu sabia que eu poderia ter feito melhor, depois também desencanei, foi legal, curti muito.
Na ultima decolagem foi muito massa, estávamos todos da master juntos na margem, brincando, rindo, estar ali era um sonho realizado, não precisava de mais nada, era exatamente o que eu queria.
Foi show.
Espero não ter esquecido nenhum detalhe, mas qualquer coisa volto e conto mais.
Fiquei muito feliz por ter participado de mais um Brasil Acro e mais ainda por ter me classificado em 11º Máster e 4º no ranking Brasileiro. Isso sim foi sensacional.
Foi muito importante fazer parte desta equipe e representa-la no BrasilAcro
Foto: Theo Fabrin


Marcinha., )( `


quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Hike and fly - Parte III - A Despedida

Claroooo que eu não viria embora sem me despedir.
Mas dessa vez foi muito mais fácil, já estava acostumada com a altitude, já estava bem forte com as caminhadas locais e não havia muita neve kkkkk
De uma caminhada de três horas, para uma caminhada de uma hora e quarenta minutos...
Incrível subir assim, estava tão fácil e o voo foi muito legal.
Pouso avisado, tudo certo, o melhor foi subir, mais uma vez com o tempo duvidoso, mas cheguei lá em cima e foi muito tranquilo, inclusive deu pra curtir um pouco mais o voinho, o vulcão neste dia estava em atividade total, estava lindo. Encontrei um senhor no meio da trilha,
ele disse: Mas você vai sozinha?
Eu disse: Se o Sr quiser pode subir comigo de novo.
kkkkkk só risada, ele estava vindo do topo e a previsão era de chuva a tarde.
Como a previsão no Chile é perfeita, ele só falou isso, se apresse, pois vai chover a tarde.
Subi curtindo cada pedacinho, realmente uma despedida, porque eu iria demorar a voltar no paraíso.
Um dia antes estava em um Mirador, lugar lindo demais, e encontrei com um fotógrafo profissional, trocamos uma ideia e eu tinha falado que iria voar, e perguntei se ele estaria no vale para poder bater algumas fotos, fiquei toda animada quando ele disse que sim, então trocamos telefones e eu disse que ligaria assim que começasse a subir a montanha e também na hora da decolagem, mas infelizmente ele teve um compromisso e teve que ir a cidade, voltaria rápido e eu poderia esperar lá em cima, mas como a previsão não erra muito, eu disse que nem ia esperar, para garantir o voinho tranquila sem ter que descer a pé na chuva.
Hoje estava preparada em todos os sentidos, levei um super lanche de novo, mas a caminhada foi tão rápida que o lanche ficou todo mesmo para um picnic no pouso, que inclusive foi muito agradável. Consegui subir em uma hora e quarenta minutos.
O bom mesmo foi chegar no pouso e o Sr Luis ir conversar comigo, já nos conhecíamos, ele sempre muito atencioso. É muito bom conhecer as pessoas locais e me tornar uma também. 
Saudades das pessoas desta montanha mágica!
Com as polainas, tirei ai, já que não tinha mais tanta neve


No Topo


Lanchinho básico

Little Cloud Girl, abraçando totalmente a aventura de um hike and Fly

Adoro!
Essa vida é boa demais. As recompensas, as experiências, dia após dia uma novidade e mais bagagem.

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Hike and Fly - Parte II - Subida

Foram 3h de caminhada bruta, as trilhas se perderam com tanta neve.
Ao início já tinham algumas pegadas, estava ótimo, mas quando entrei no bosque, era eu Deus e a Mãe Naturaleza.
Incrível a experiência, caminhei por todo o bosque ao som da natureza.
Para a subida usei um par de polainas, para que a neve não entrasse nas botas e calças. (Daniel querido, muchas gracias, equipamento fundamental).
O início da subida esta tranquilo, tinha uma pegada boa de acompanhar, mas quando cheguei no bosque...era a neve nova, fofíssima, aquela que não te sustenta em cima e nem dá para fazer o anjo..rs
Para chegar até o bosque já tinha passado por partes com muita neve e já estava muito cansada, tirar os pés da neve estava desagastante, nem lembrava que tinha um parapente nas costas, porque a concentração toda estava nos pés e nas pernas e em fazer a nova trilha e mirar o tempo todo para onde estava indo e de onde decolaria.
A rampa oficial, estava longe e a neve assustadora para essa caminhada. Então resolvi seguir até as antenas mesmo, elas já estava na mira, faltava muito pouco para eu chegar, mas um pouco que exigia muito. Poderia ter levado as raquetas, instrumentos para facilitar a caminhada na neve,assim os pés não afundam, menos desgaste, mais agilidade, mas eu achei que não caberiam no equipamento e também não queria levar mais peso.
Parei diversas vezes no caminho para descansar, quando atravessei o bosque, realmente estava exausta, quando olhei sentido Chillan, tinha uma massa a caminho, não podia demorar, se as nuvens chegassem, eu teria realmente que abortar, porque o pouso é muito restrito.
Então, neste momento eu não poderia parar mais, o tempo estava apertando pro meu lado, e estar sozinha lá em cima, não poderia fraquejar ou desistir, o jeito era seguir em frente e cheia de coragem, e foi isso que fiz.
Quando sai do bosque ai sim a neve chegou acima dos meus joelhos, neste momento eu coloquei um pedaço de madeira na mão como do tamanho dos meus pés e comecei a andar engatinhando, assim não afundava na neve, isso me descansou bastante, assim cheguei no ponto de decolagem, variando todo o tempo na caminhada.
Foi a sensação melhor do mundo chegar ao ponto de decolagem. Abri o equipamento correndo, não queria desperdiçar o tempo e nem queria ver a massa chegar antes deu estar no chão kkkk
Ainda senti um ventinho de frente, mas com certeza era algum rotor, porque quando abri a vela, ela enrolou toda pro meu lado.
Não subi tudo, já estava bem posicionada, então ficava mirando uma plantinha no topo da montanha balançando, para saber realmente a intensidade do vento de calda, esses falsos frontais são traiçoeiros e eu teria que ter muito cuidado com isso.
Esse vale é muito especial, não recomendo para iniciantes ou não praticantes assíduos, pois este Vale  Las Trancas é realmente muito especial, acredite e respeite.
Quando estava pronta para decolar, eis que escuto um helicóptero, era só o que faltava, eu com pouco tempo para decolar, um vento variando de calda forte, e ainda tive que esperar para ver o que esse helicóptero iria fazer. Acabou indo direto pro meu pouso, mas assim que ele pousou, não pensei duas vezes, já decolei.
Felizmente, avisar um dia antes que eu iria pousar e pedir permissão ao local do pouso foi minha salvação,porque quando eu decolei a responsável pelo local avisou ao helicóptero e o mesmo ficou esperando eu voar e pousar segura.
Foi o voo mais alucinante da minha vida, um misto de desafio, conquista, vitória, foi incrível, acreditar em mim e na minha capacidade.
Nessas horas que estamos sozinhos no meio do nada, temos a certeza da nossa coragem e também nada pode dar errado.
Apesar de ter avisado a todos meus amigos para ficarem de olho, ter ligado avisando que estava decolando,nós sabemos que simplesmente está tudo em nossas próprias mãos..
Esse realmente foi um dos melhores voos da minha vida!
Caminhada sem raquetas, hard.

Pausa para dar uma respirada

No topo mirando os vulcões

O prazer da caminhada, porque a vista do alto é sempre a mais bela.

A felicidade da missão cumprida.



terça-feira, 3 de setembro de 2019

Hike & Fly Parte I - Preparativos

Como começar a escrever...
Tenho tanto pra contar sobre o dia 25 de julho de 2019. Um dia inédito e incrível em minha vida, uma superação, conquista um desafio Pessoal. O verdadeiro Hike and Fly.
Quando passamos por situações que nos colocam a prova na Vida temos mais garra coragem e renascemos, e foi isso que fiz nesta quarta feira, eu simplesmente queria renascer, libertar-me das minhas amarras mentais e limitações que criei passando alguns dias de aprendizado no Chile no início da minha chegada.
Novo País, nova cultura, nova comida, desafios pessoais, aprendizado e muito crescimento.
A previsão estava perfeita para este dia, vento de frente, tempo limpo sem nuvens, tudo perfeito para um belo Hike and fly, a única preocupação seria passar uma parte da trilha que ficava em um bosque e estaria repleto de neve.
Eu tinha que estar preparada para várias coisas e uma delas era de não ter a trilha, porque havia nevado muito e com certeza estaria toda coberta.
Eu conhecia o caminho, mas conhecia na seca, no verão, com uma trilha bem marcada, com árvores lindas verdes e estaria tudo diferente, mas a necessidade de subir era maior que qualquer medo, qualquer empecilho, qualquer fraqueza, qualquer desistência, qualquer desculpa. Estava decidida e ia voar, porque sei da minha capacidade de avaliar, de subir, de vencer.
Tudo realmente já estava há alguns dias na minha cabeça, parece que eu estava chamando a condição.
Trabalhando de frente pra rampa, já estava fazendo uma boa leitura do microclima, mas aqui muda toda hora, é impressionante, vive-se inverno, verão, outono e primavera em um único dia, para isso a análise em dias assim devem ser delicadas e minuciosas.
Os preparativos começaram um dia antes claro.
Em minha hora de almoço, sai e fui até o locar do pouso para pedir permissão, afinal de contas período de férias, este local fica cheio de crianças a escorregar na neve. É um local particular, por isso a necessidade da permissão. O rapaz foi muito gentil, já tinha me visto pousar lá outras vezes, perguntou quantos seriam, eu disse que estava sozinha, que estava trabalhando na montanha e louca pra voar, imediatamente ele disse que estava autorizado, sai radiante, porque aqui os pousos são muito restritos. A recomendação era só ter cuidado com as crianças claro.
Então se Você tem interesse em conhecer o voo livre nas Termas de Chillán, tem que se dirigir até os carabineros, vai ser fácil encontrar, passando os carabineros tem uma pousada e lá está a imensidão de um pouso incrível, mas lembre-se de pedir permissão antes.
Pouso perfeito

Las Trancas

Chequei a previsão novamente, tudo certo, chequei o equipamento, redobrei para ficar bem confortável e acomodado nas costas para a subida, separei um lanche especial para comer no caminho, água para hidratar bem, um Isotônico, o mínimo possível para não ter peso, porque a caminhada seria bem distinta das anteriores.
Organizei os eletrônicos, câmera, Vário, telefone com muitas músicas especiais, pois passaria algumas horas sozinha, tudo carregado.

Equipamento todo pronto, roupa especial para neve, era só descansar e acordar para voar. Impossível não ter aquele friozinho na barriga, que delícia sentir isso de novo depois de quase 3 meses sem tirar os pés do chão, que angustia essa gravidade que nos mantém agarrados à terra, não sei pra que existe isso kkkkk.
Quando acordei, tomei um café pequeno, estava muito ansiosa, já tinha identificado uma alteração no céu, estava todo nublado, já estranhei um pouco, mas mesmo assim peguei o equipo e sai, passei em Rucahue para vender e fica na rua principal, mas na realidade passei para ver uns amigos, para sentir aquela vibração maravilhosa, porque a turma lá é bem animada, adorei conhecer todos e me deram a maior força. Por lá revi a previsão e realmente já estava toda mudada, vento de cauda, mas estaria muito fraco, como 5km/h.
Fiquei triste a princípio e comecei a pensar se subiria ou não, fui até a rua e pensei: "É isso? Preparei tudo, estou com a adrenalina já no sangue e é isso que tenho?" E conversei com Deus, que queria muito fazer esse hike and fly, para me curar de algumas amarguras vividas aqui nesse lugar que sempre amei e não queria levar isso no peito e eu sabia que eu merecia esse voo.
Então neste momento a fumacinha de uma das chaminés entrou de frente e eu pensei: Quer saber? Esta tudo pronto, vou subir, o vale vai esquentar e eu vou decolar. Entrei na loja de novo, peguei as coisas e fui...



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Olá meus amigos, que maravilha estar com vocês novamente. Direto do Ceará, vou contar tudo pra vocês. Que viagem incrível. Começou em ...