No dia do Fisioterapeuta ganho um presentão deste. Voo realizado no dia 13/10. Escrevi logo que cheguei em casa, mas o cansaço ficou aqui nos arquivos, tá ai, divertam-se, recorde da rampa Oeste.
107,3km, confesso que estou flutuando até agora, se existe o termo Mareada, hoje posso talvez inventar um, estou aerada kkkkkk me sinto navegando até agora,a cama está balançando sem parar...um baita treino de resistência hoje,simplesmente 5:34min em voo.
Vou contar um segredinho pra vocês, ontem dormi 14 horas seguidas, esse é o acumulo de cansaço da rotina, ela acaba conosco, em compensação subi zerada pra esse voo.
Tudo combinado no dia anterior, subida com Sílvio, já tínhamos nosso resgate garantido, o amigo Urbano, valeu demais Urbano e de quebra o Du animou de ir nessa barca, a ideia era ir pra longe mesmo, depois de uma sequência de pregos* , mas chegou o grande dia.
Subimos cedo, ao chegar a rampa estava simplesmente desanimador, vento de calda, vale todo sombreado, uma nuvem eterna em nossa cabeça, que não ia pra frente nem pra trás, decidimos ir pra rampa oeste, muito a contragosto da minha parte confesso kkkkkkk Na realidade já estava achando certo o prego de novo, ando tão pessimista, também as coisas que acontecem nos desanimam, mas enfim, juntei o equipo e mandamos pra oeste.
Chegando lá umas andorinhas brincando numa termal, não subiam nada, mas estavam se divertindo.
Sílvio logo falou, está cedo, se pregar subimos de novo, vão bora.
Logo ele decolou, pois já foi conectado de uma rampa pra outra, eu desconectei tudo e lá arrumei de novo, fui logo atrás. Ganhamos tudo no rotor, já nem sei se era rotor ou não era rotor, pois o vento não existia praticamente, mas ganhamos e já sabíamos que a rota era Porto Nacional, de nuvens não podíamos reclamar, estavam bem grandinhas e bem fofinhas.
Sem câmera, sem fotos, filmagens e afins, fomos mandando pra frente.
No início estava tranquilo, mas depois o voo foi ficando pesado.
Como decolamos muito cedo o sol fica bem na nossa cabeça mesmo e com isso meu vário não pegava sol, claro que me deixou na mão na hora mais crucial do voo, custei a engatar, só via o Sílvio ficando pequenininho e eu lá embaixo ralando, as térmicas muito falhadas, turbulento pra caramba, perdi muito tempo tentando colocar som no xcsoar, que nem tem, até que desisti com tanta turbulência, toda hora apertava um comando errado, fiquei com medo de perder o voo e fui na sensibilidade mesmo, depois de quase uns 40min de voo o vário ressuscitou, depois pifou de novo, quase abortei o voo, estava ficando nervosa com isso, mas mantive até que o sol desceu um pouco e já pegava no bendito. Meu vário tem uns 15 anos, acho que a missão dele já foi cumprida...rs Tem andado me deixando na mão agora.
O voo não estava fácil, hora eu estava alto hora Sílvio estava alto, voamos juntos mas separados o tempo todo praticamente.
O voo não estava fácil, hora eu estava alto hora Sílvio estava alto, voamos juntos mas separados o tempo todo praticamente.
Chegamos em Porto ganhei tudo, tudo, tudo, até sugeri atravessarmos o rio, pois estava difícil demais o voo, mas a cloud street estava toda linda, só que nessa rota pesada, tinha hora que voava a 35km por hora, o vento nessa rota não pe bem definido, se forem avaliar voamos caranguejando o tempo todo e sempre subindo o Rio Tocantins.
Passando por Porto foi o visual mais incrível, o vento batendo na água,a cor do Rio estava deslumbrante, curto demais o visual, se eu ficasse por ali já estaria pra lá de feliz. Tive que pegar a máquina nessa hora, de tão lindo que estava o visual, mas estava muito turbulento.
Sobrevoando Porto Nacional |
Sobrevoando o Rio Tocantins |
Eu a minha Niara. |
O voo rendeu muito mais que isso, nessa passagem por Porto assim que definimos ir pra frente o Sílvio deu uma tirada que até perguntei no rádio se ele estava full speed ou se estava pesado na vela kkkkk, porque eu fiquei pra trás bonito, ainda bem que estávamos com a mesma vela rs, parecia que eu não saia do lugar, estava muito sofrido devo ter entrado numa corrente de vento diferente e nessa hora entrei num sombrão que não tinha fim, lutando pra pegar o sol, andando 25/30km por hora, já estava exausta, sai da rota pra pegar o solzinho e não perder o voo só no planeio, deu certo, nesta hora eu e Sílvio nos encontramos de novo, ele estava tão longe, pra vocês verem o tamanho que era essa sombra, fomos os dois em busca de sol e deu super certo, o voo continuou lindo. Pegamos uma termal massa numa plantação colhida, mas Sílvio saiu da termal não sei porque, rastreando coisa melhor, mas não pegou nada, quando vi ele estava rastejando, tirou uma do chão que não acreditei, só que eu já estava tocando pra frente, não dava pra esperar por ele, ia perder muito tempo, fiquei nessa termal o máximo que eu pude e toquei pra frente, pois haveria outra sombra grande pra atravessar.
O resgate embaixo o tempo todo.
Bom é isso pessoal, ainda estou muito cansada, foi um voo longo e demorado, mas valeu a pena cada segundo. Rodar a mesma termal com os amigos não tem preço, reencontrar no meio do voo também é sensacional e bater o recorde em casa, nem se fala!
Treinando pros 200 uhuuuullllll!
*Pregar = pequenos voos para quem não entende o que é pregar, é um voo rápido, da decolagem direto para o chão.