domingo, 29 de outubro de 2017

Recorde no TO, mais um mais um....

No dia do Fisioterapeuta ganho um presentão deste. Voo realizado no dia 13/10. Escrevi logo que cheguei em casa, mas o cansaço ficou aqui nos arquivos, tá ai, divertam-se, recorde da rampa Oeste.

107,3km, confesso que estou flutuando até agora, se existe o termo Mareada, hoje posso talvez inventar um, estou aerada kkkkkk me sinto navegando até agora,a cama está balançando sem parar...um baita treino de resistência hoje,simplesmente 5:34min em voo.
Vou contar um segredinho pra vocês, ontem dormi 14 horas seguidas, esse é o acumulo de cansaço da rotina, ela acaba conosco, em compensação subi zerada pra esse voo. 
Tudo combinado no dia anterior, subida com Sílvio, já tínhamos nosso resgate garantido, o amigo Urbano, valeu demais Urbano e de quebra o Du animou de ir nessa barca, a ideia era ir pra longe mesmo, depois de uma sequência de pregos* , mas chegou o grande dia.
Subimos cedo, ao chegar a rampa estava simplesmente desanimador, vento de calda, vale todo sombreado, uma nuvem eterna em nossa cabeça, que não ia pra frente nem pra trás, decidimos ir pra rampa oeste, muito a contragosto da minha parte confesso kkkkkkk Na realidade já estava achando certo o prego de novo, ando tão pessimista, também as coisas que acontecem nos desanimam, mas enfim, juntei o equipo e mandamos pra oeste.
Chegando lá umas andorinhas brincando numa termal, não subiam nada, mas estavam se divertindo.
Sílvio logo falou, está cedo, se pregar subimos de novo, vão bora.
Logo ele decolou, pois já foi conectado de uma rampa pra outra, eu desconectei tudo e lá arrumei de novo, fui logo atrás. Ganhamos tudo no rotor, já nem sei se era rotor ou não era rotor, pois o vento não existia praticamente, mas ganhamos e já sabíamos que a rota era Porto Nacional, de nuvens não podíamos reclamar, estavam bem grandinhas e bem fofinhas.
Sem câmera, sem fotos, filmagens e afins, fomos mandando pra frente.
No início estava tranquilo, mas depois o voo foi ficando pesado.
Como decolamos muito cedo o sol fica bem na nossa cabeça mesmo e com isso meu vário não pegava sol, claro que me deixou na mão na hora mais crucial do voo, custei a engatar, só via o Sílvio ficando pequenininho e eu lá embaixo ralando, as térmicas muito falhadas, turbulento pra caramba, perdi muito tempo tentando colocar som no xcsoar, que nem tem, até que desisti com tanta turbulência, toda hora apertava um comando errado, fiquei com medo de perder o voo e fui na sensibilidade mesmo, depois de quase uns 40min de voo o vário ressuscitou, depois pifou de novo, quase abortei o voo, estava ficando nervosa com isso, mas mantive até que o sol desceu um pouco e já pegava no bendito. Meu vário tem uns 15 anos, acho que a missão dele já foi cumprida...rs Tem andado me deixando na mão agora.
O voo não estava fácil, hora eu estava alto hora Sílvio estava alto, voamos juntos mas separados o tempo todo praticamente.
Chegamos em Porto ganhei tudo, tudo, tudo, até sugeri atravessarmos o rio, pois estava difícil demais o voo, mas a cloud street estava toda linda, só que nessa rota pesada, tinha hora que voava a 35km por hora, o vento nessa rota não pe bem definido, se forem avaliar voamos caranguejando o tempo todo e sempre subindo o Rio Tocantins. 
Passando por Porto foi o visual mais incrível, o vento batendo na água,a cor do Rio estava deslumbrante, curto demais o visual, se eu ficasse por ali já estaria pra lá de feliz. Tive que pegar a máquina nessa hora, de tão lindo que estava o visual, mas estava muito turbulento.
Sobrevoando Porto Nacional

Sobrevoando o Rio Tocantins

Eu a minha Niara. 


O voo rendeu muito mais que isso, nessa passagem por Porto assim que definimos ir pra frente o Sílvio deu uma tirada que até perguntei no rádio se ele estava full speed ou se estava pesado na vela kkkkk, porque eu fiquei pra trás bonito, ainda bem que estávamos com a mesma vela rs, parecia que eu não saia do lugar, estava muito sofrido devo ter entrado numa corrente de vento diferente e nessa hora entrei num sombrão que não tinha fim, lutando pra pegar o sol, andando 25/30km por hora, já estava exausta, sai da rota pra pegar o solzinho e não perder o voo só no planeio, deu certo, nesta hora eu e Sílvio nos encontramos de novo, ele estava tão longe, pra vocês verem o tamanho que era essa sombra, fomos os dois em busca de sol e deu super certo, o voo continuou lindo. Pegamos uma termal massa numa plantação colhida, mas Sílvio saiu da termal não sei porque, rastreando coisa melhor, mas não pegou nada, quando vi ele estava rastejando, tirou uma do chão que não acreditei, só que eu já estava tocando pra frente, não dava pra esperar por ele, ia perder muito tempo, fiquei nessa termal o máximo que eu pude e toquei pra frente, pois haveria outra sombra grande pra atravessar.
O resgate embaixo o tempo todo.
Bom é isso pessoal, ainda estou muito cansada, foi um voo longo e demorado, mas valeu a pena cada segundo. Rodar a mesma termal com os amigos não tem preço, reencontrar no meio do voo também é sensacional e bater o recorde em casa, nem se fala!
Treinando pros 200 uhuuuullllll!
E o recorde feminino no TO só vai aumentando....

Patrocínio:

*Pregar = pequenos voos para quem não entende o que é pregar, é um voo rápido, da decolagem direto para o chão.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Voo 05 de outubro

Hoje vou contar pra vocês o que houve na minha decolagem ontem.
Eu amo voar com outros pilotos, não gosto de estar sozinha, mas na rampa eu amo o silêncio, curtir o som da natureza, ouvir e sentir o vento, olhar pro céu e apreciar cada segundo.
Ontem a rampa estava extremamente agitada e eu muito aflita, louca pra sair daquele caos, muita gente falando, equipamento no meio da rampa largado no sol, música...wowww que loucura.
Um amigo foi experimentar essa sensação magnífica de flutuar, então estava dando aquela assistência. O vento estava muito instável, assim que o duplo saiu, fui correndo me conectar pra sair daquele caos.
Pensei: Um dia essa correria vai me atrapalhar, e foi justamente nesse dia.
Fiz uma conexão errada na selete, na hora que guardei minha água embaixo da selete, deixei uma das linhas passando por fora.
Não foi nada grave, mas deixo aqui o alerta a todos sobre pressa e distração.
Alguns quando leram o post no insta, acharam que seriam as pernas ou alguma coisa muito grave, mas eu tenho um ritual para me conectar, checo todas as fases e todas as fases estava conectadas, mas a linha passando por fora, não consegui ver com os pés fora do casulo.
O vento estava extremamente lateral e quando decolei e coloquei os pés dentro do casulo sem dificuldade nenhuma, ele não fechou por completo e é muito estranho seu equipamento estar funcionando normalmente, mas estar errado, é como conectar o tirante cruzado, você vai voar, mas no primeiro momento que ver que está errado aquilo vai te incomodar o voo inteiro, então, eu optei em ir direto pro pouso, as descentes já estavam bem propícias mesmo kkkkk
Segue a foto de como ficou em voo, mas logo que vi já tirei o pé do casulo, também não tinha necessidade, mas achei melhor assim, mesmo porque a selete também é projetada para retirada da carenagem, logo ficou tudo tranquilo.
Falta de atenção

` )( , 

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

"Domingo" ahhhh os domingos...São sempre os melhores voos!

Voo do dia 24 de setembro.
Vou contar um segredo pra vocês, domingo eu estava louca pra ficar em casa deitada assistindo um filme, quietinha no ar condicionado, aqui está um calor de derreter qualquer um, maaaaaas, como não dou conta e só tenho sábado e domingo pra voar, logo já estava com o equipo nas costas pronta pra subir, ficar em casa pra que?
Vestindo Rosa dos ventos em Cristais facetados - Marré Infinito
O dia começou com um vento moderado, muito bom, depois foi calando, calando, e pensei, poxa hoje vai ser como ontem, ciclos muito pequenos, mas ontem inventei de voar acro, estava uma ventaca animal, pensei que seria fantástico, mas de meio dia em diante o vento só foi diminuindo, vela de acro em pequenos ciclos é sofrimento demais e desanimador, acabei pregando (Pousando rápido) no sábado e aquele prego num horário péssimo. 
Já avaliando a condição logo troquei de vela no domingo e subi com a Sycross Niara É muito bom ter dois equipamento completinhos, demorei alguns anos pra conseguir essa proeza, mas a dúvida chega mesmo em dias bons, pois dias bons são bons pros dois, acro e cross,  e voar as duas modalidades é fantástico, as vezes fica difícil é de escolher.
Cheguei na rampa, achando que seria um voo local.
Quatro pilotos decolaram num final de ciclo, demoraram muito para decolar, quem ficou sem espaço na rampa ficou agoniado kkkkk
Todos não demoraram muito e foram pro prego, eu fiquei só esperando o outro ciclo, tinha que agarrar na primeira termal e não largar mais, se não era chão. Estávamos eu e Julio na rampa, ele vira e fala: "é Marcinha, hoje ou pregamos ou estampamos" eu morri de tanto rir, falei: "ué Julio, mas sempre vai ser isso, ou pregamos ou estampamos kkkkkkkk"
Sei que decolei, e logo depois ele decolou, estava ralado, muito ralado, só pra baixo, ainda bem que não estava de Sonic (Foguetinho) ia ser mais rápido ir pro chão.
Sei que numa dessas rastejadas indo pro pouso, batemos em uma termal linda e foi nela que estampamos.
Não sei porque o Julio foi saindo dela, ela estava derivando muito lentamente pro rotor. e eu fui subindo só no pipipipi, a melhor música para nossos ouvidos, de repente Julio gritando no rádio, tinha tomado uma fechada e entrado em giro e saiu rápido e já falou no rádio, Marcinha cê viu? Eu quando olho pra ele estava muito baixo, falei que não tinha visto nada, ai outro piloto entra na frequência e começam a falar com ele. 
Eu já estava começando a ir pra cidade, estava muito alto, já na estratosfera kkkkk, como não tinha pretensão de sair, porque não tinha combinado resgate com ninguém, estava despreparada para pegar um ônibus, fiquei ali ganhando até falar chega, que dai iria ficar apenas curtindo o voo, queria bater umas fotos e tal. Quando fui tirando pensando em pousar ou perto de casa ou em outro lugar, vi que não estava perdendo nada, estava lindo demais, turbulento, mas estava massa.
2955 altitude, lindo demais
Sai da serra com 2955alt, não estava nem pensando em tirar, meio mundo pregado, só eu e Julio voando, só sei que na hora que resolvi tocar pra frente, não perdia nada mesmo comparado aos últimos outros voos e isso foi me animando, quando olho pra trás Julio ganhando tudo, e ele animado pra tocar pra frente o Silvio incentivando e ai fui tocando também.
Fiquei muito tempo esperando o Julio, meu vário mais uma vez me deixou várias vezes na mão, inclusive nessa hora que estaria começando a atravessar o lago. Fui assim mesmo, estava muito alto, estava a 2500 de altitude aproximadamente. Comecei a atravessar, estava muito tranquilo nessa hora, voando em cima d`água, nem acelerei, Julio estava muito atrás ainda. Atravessei tranquila e continuei o voo, falava: Vai olhando meu voo que fica fácil sair das descendentes.
Mandamos embora e quando estou quase chegando em Paraíso, começam a conversar no rádio Emílio e Ricardo, que subiram de novo , ganharam tudo e atravessaram o lago, foi muito rápido. Já estava chegando na serra de Paraíso, o horário não ajudaria a atravessar, mas deixei render no planeio. Julio e Ricardo bateram seu recordes pessoais, foi lindo demais, que dia.

Eu quero muito agradecer toda a galera que seguia sentido Paraíso, nossa, foram várias pessoas que pararam para saber se estava tudo bem e se poderiam ajudar, gente, foi simplesmente incrível, uns cinco carros pararam teve um que voltou, já estava longe, teve outro claro amigo do Chorão kkkkk esse Chorão é popular demais kkkkkkk. Fiquei feliz demais com a solidariedade.
Foi mais um domingo abrindo a semana com chave de ouro.
No final das contas sobrou o resgate pro nosso amigo Sílvio, que chegou com aquele sorrisão pra nos resgatar, sucesso total.

Só alegria sempre!
E bora voar que lá do alto sorrimos pra vida e esquecemos todo todo todo o resto!
Isso que me faz viver!
Viver para voar ou voar para viver...





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