domingo, 13 de maio de 2018

Fazenda Ecologde e o Globo Repórter

Gente, realmente foi incrível estar uns minutos em rede nacional, representando nosso esporte que é tão magnífico onde impressiona e nos faz lembrar que em alguma parte da nossa infância, tivemos esse sonho de voar, tirando suspiros e emoções só de olhar.

Vou contar um pouco pra vocês como foi fazer parte disso tudo.

Primeiro o mais gostoso foram as mensagens de carinho, de apoio, de admiração, algumas que me emocionaram muito, e conseguiram tirar lágrimas dos meus olhos, mensagens do coração. 
Segundo entrar nesta pauta maravilhosa sendo uma grande surpresa, para quem estava com uma missão linda no Jalapão, que era essa estrear o voo no Morro da Catedral.

Como escrevi nos posts anteriores, dividi em quatro partes este relato, desta emocionante viagem. Para quem ainda não leu, foram 11 lindos dias Hospedada na Fazenda Ecologde para realizar este voo maravilhoso no Morro da Catedral a convite de Lúcio Flavo.

Quando faltavam apenas dois dias para ir embora, recebi a notícia de que teria uma reportagem por lá com o pôr do sol. Lúcio Flavo me convidou a estender por mais esses dois dias, se não teria problema, não falou nada mais além disso, eu topei, já estava por lá mesmo, seria um prazer enorme mais um dia no paraíso.

No final da tarde Lúcio veio conversar comigo e falou que quem estava indo fazer a filmagem era a equipe da Rede Globo e seria uma gravação para o Globo repórter, que passaria em maio, mas não tinha nada combinado sobre eu voar para eles filmarem, ele mencionou que eu estaria por lá ao telefone com a equipe de filmagem, mas eles já estavam com a programação pronta. De qualquer forma, meu equipamento já estava pronto e eu também, pois já havia estreado a rampa, já estava muito feliz por apenas estar ali e subiria com eles com certeza no apoio caso fosse necessário.

Por incrível que pareça, quando conheci toda a equipe foi surreal, no inicio acho que nenhum dos dois acreditou ser quem era, justamente por termos nos conhecido no Chile e de repente estarmos ali no meio do mapa do Brasil rsrsrsrs, um amigo que não via há anos e ele estava responsável pelas filmagens com o drone. Na hora que ele comentou com uma das responsáveis da equipe que eu sou a campeã Brasileira de acrobacia, a pauta deles já havia mudado...rs e neste momento, eu já estava dentro e já estávamos subindo para uma possível decolagem para o Globo Repórter.

Infelizmente neste dia com um céu espetacular, não deu nenhum bafinho de vento, tudo parado. Logo falei para esperarmos tipo 20 min e caso não tivesse nem térmica, não seria interessante eles ficarem parados por lá, pois perderiam tempo, e não deu outra, foi cronometrado, eles ainda estenderam mais 30 min na espera o que achei muito legal, mas fui bem sincera e falei que realmente não daria naquele dia.

Para uma decolagem sem vento, lá ainda é muito complicado, a rampa ainda está praticamente natural, muitas pedras, fácil de estourar uma linha, e era muito limitada, não tinha espaço para correr, mas estava tudo bem, conversamos e eles iriam pegar minhas imagens. Mas eles realmente queriam muito assistir ao vivo este voo.

Então todos desceram e eu fiquei por lá, pois ainda era 14:30, pensei que poderia melhorar um pouco e como era meu último dia, voadores, sabem bem como é né? Ficamos até o último segundo por um voo, então fiquei com o guia, mas realmente não entrou nada de vento. 

No final das contas entrei na pauta, e foi maravilhoso em todos os sentidos. Mandei imagens lindíssimas pra eles, que praticamente usaram muito pouco, isso é ótimo, pois eu mesma vou poder apresentar neste momento o Morro da Catedral visto lá do alto!

A glória mesmo, foi realmente terem encaixado esse voo lindo, falar do Jalapão pra mim, é encher a alma de orgulho desta terra maravilhosa, um cerrado deslumbrante com sua fauna incrível e ali do lado da minha casa.

Foram 11 dias para um projeto lindo, é muito importante vocês entenderem que para abrir um novo local, além de ter conhecimento, você necessita tempo. O primeiro dia fui apenas conhecer o Morro, subimos, deixamos as coisas, é um tipo de atividade que não deve ter pressa e fazer com muita cautela, para que dê tudo certo conforme o previsto para o caminhar do projeto. Essa é a maior importância, então tenho imagens de vários dias que voei, dias com voos curtos, dia com vento forte, dia sem vento, dia com chuva...isso chama NATUREZA e ela quem nos faz viver intensamente cada momento. Quando fui tentaram me falar que não seria legal, porque ainda estávamos no período de chuva, mas pra quem conhece o Jalapão como eu, lá tudo pode acontecer.

E é muito importante mencionar para os que gostaram e querem ir voar no Jalapão.

- É necessário uma licença do órgão ambiental (Naturatins) pedindo permissão para voar no Parque Estadual do jalapão;
- É necessária a permissão da Fazenda Ecologde para voar do Morro da Catedral;
- A partir de junho que inicia nossa temporada de voo livre, o Jalapão é um local totalmente plano, isso ocasiona ventos muito fortes, cuidado, são ventos de 50, 60,70 km por hora, julho-agosto é inviável a prática de voo livre no local. Não recomendo para Pilotos de parapente, ou amadores de Asa delta que sejam iniciantes;
- A subida é a pé, tanto no Morro da Catedral quanto na Serra do Espirito Santo;

Enquanto estive hospedada na Fazenda Ecologde, tive a oportunidade de ver muitos animais lindos, robustos, vida pura. O Cerrado é a fortaleza mais linda que conheço.
Abaixo colocarei algumas imagens inéditas para vocês entrarem nesse paradisíaco e esplendoroso Cerrado Brasileiro.

Me despedindo do Rio Sono

Aqui é minha acomodação, Buritibana, uma delícia de lugar pra relaxar completamente

Refrescando nas correntes do Rio Sono 

Na Fazenda Ecologde tem várias trilhas, tanto para bike quanto para caminhadas,
são muito agradáveis e para todos os níveis

Lúcio Flavo me mostrando as divisas de Estados, uma vista que não tem fim.

Lúcio Flavo subindo a última etapa para o topo.
Tem todo um procedimento de segurança com os equipamentos de rapel.
Proibida a subida sem acompanhantes responsáveis pelo local.

E além de tudo minha selete ainda brilha junto com esse lugar magnífico.
Decolagem de final de tarde. Aqui é uma caixinha de surpresa, estávamos analisando a nova rampa,
o vento estava perfeito, na hora que terminamos o serviço e fui decolar..o ventilador desligou completamente.

Lúcio Flavo apreciando o nascer da Lua Cheia

As lindas pegadas do Lobinho, nossa estava ansiosa por um encontro

Minutinhos vagos, são raros por aqui, tem muita atividade na lista,
mas...como é bom desacelerar um pouco.

Missão cumprida, tem sorriso mais leve que este? Felicidade.

O charme das Buritibanas fazem toda a diferença no local.

E na última manhã, quando sai para dar uma volta,
finalmente ganho este merecido encontro na trilha, o Lobinho. Apaixonante este lugar

Um portal para a paz e felicidade


Euzinha no Globo Repórter:

http://g1.globo.com/globo-reporter/edicoes/2018/05/11.html?utm_source=facebook&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar&#!v/6730648

Com amor,
Marcinha Finelli , )( `
Voando pelo Brasil!

Atleta:
Little Cloud - Gyps 22
Selete - GrassHopper
Naviter - Oudie 4
Marré Infinito

domingo, 6 de maio de 2018

2º Copa Cia do Vento - Jaraguá GO

Meu Deus, por onde começar a escrever sobre este evento maravilhoso?

Este ano com certeza será de muita voaceira por ai. Não quero mais descer, como faz?

Manuzita da Cia do Vento já havia me convidado a um tempo para este evento, eu estava apenas tentando encaixar com o serviço e não atrapalhar por lá. E deu tudo certo, quando trata-se de esporte, temos que ser incentivadas, é de extrema importância.

Então vamos lá, acho que vai dar pra contar tudo em um único post, senta que lá vem história...

Saí de Palmas sexta a noite, fui de busão mesmo, é uma viagem tranquila, mas infelizmente o ônibus estava congelando e não consegui dormir muito, não sei pra que um ar tão gelado, enfim, fui dormir chegando em Jaraguá, mas assim que desci e cheguei ao hotel fui presenteada com um super nascer do sol, um escândalo, logo abençoando meu dia, minha estadia em Jaraguá e claro meus voos.



E vocês acham que eu estava cansada para voar? Jamais, fiz o check in no hotel, o quarto já estava prontinho, mas fiquei ali na área do café da manhã aguardando a saída do Sol, os primeiros raios foram para abençoar completamente esta viagem. Logo tomei um café maravilhoso e fui preparar as coisas para subir a rampa.

No café já encontrei a Manu e JC, depois chegaram a Tammara e o Dan, e a diversão já começou com uma recepção incrível. A Cia do vento sempre vem voar em palmas em nossas competições, não tinha como ser diferente, fui logo prestigiar o evento deles também.

A Copa Cia do Vento é organizada para realmente abrir a temporada de voo, as chuvas dando seu adeus, e as clouds entrando com tudo mostrando estradas lindas feitas de nuvens para nos divertirmos em excesso.
O primeiro dia eu estava cansada, mas daquele jeito, louca pra voar, Palmas ainda não estava redondo, voos super difíceis, aqui não é um lugar muito fácil de voar, isso me ajuda muito nos treinos.

E neste dia em Jaraguá, quando olhei aquele céu maravilhoso, sabia que seria um bom voo.

O evento parece que foi cronometrado. Adorei o formato. Não tinha janela, cada um decolava na sua hora propícia, a primeira subida era no ônibus da organização, mas o piloto poderia decolar quantas vezes quisesse, subindo com resgate próprio. Tinham todos os tipos de categorias desde a iniciante, com permanência e pouso na mosca, categorias de velas que acho super justo e a categoria feminina.

Me inscrevi em uma categoria que era de acordo com minha vela, estou voando um Gyps 22 da Little Cloud - categoria D Homologada, logo: estava inscrita na categoria Performance, e era da minha vontade, quero voar com pessoas que estão no mesmo nível que o meu, isso além de ser justo, dá um gás.

O ônibus subiu todos os dias no horário perfeito, chegávamos na rampa era só descer arrumar tudo e decolar, por isso que falei que parecia que o evento estava cronometrado, todos os dias foram assim, perfeitos ou mais que perfeitos. Neste formato, o campeonato ficou muito leve, todos estavam felizes, não existiu em nenhum momento pressão ou obrigação, parecia um final de semana na rampa com os amigos e eu amei isso, porque era isso mesmo, eu estava em um grande reencontro, matando muitas saudades!
Tammara, Manu, Claudinha, Ju, Eu e Sussu

É bom demais reencontros, fiquei feliz em poder estar com vocês meninas, que delícia.

Então vamos aos voos e vou falar um pouquinho como é estar em uma competição.

Estava muito afim de bater meu recorde, a competição era um detalhe o que me fez ir até Jaraguá mesmo, foi o reencontro, mas tratando-se de ter subida pra rampa, camisa e decolar com a galera, a melhor opção é estar inscrita, mas na realidade a minha competição é mais pessoal, me cobro muito e com a entrada da temporada, o lugar seria perfeito para não tomar sustos, já que o Cerrado ainda está bem verdinho e tudo começando a fluir, uma experiência maravilhosa.



Esse foi o voo do primeiro dia. Foi simplesmente deslumbrante, meu primeiro cross country em jaraguá. Já havia voado lá em 2012, mas foi para abrir o campeonato XCerrado com Acrobacia, e foi muito bom, subi 3.500 metros de altura do solo, imagina quanta manobra eu mandei...e tem o vídeo lindo que fiz do XCerrado, segue o vídeo ai para quem ainda não viu, foi mágico.




Então essa era a primeira vez que eu iria sair para distância. Estava muito receosa, preocupada com resgate, mas isso não durou muito tempo. Quando decolei e ganhei tudooooo, dava pra ver a estrada toda, então fiquei bem tranquila, vocês podem ver na foto, que meu voo foi praticamente todo em cima da estrada, me senti muito segura assim, nem arrisquei sair muito.

Comparando ao segundo dia que eu já estava bem familiarizada com a região e fui o primeiro pelotão sozinha, joguei com tudo pra trás, já sabia a rota, senti a sustentação, Jaraguá é bem difícil de perder, ainda mais do jeito que estava, o céu estava magnífico, sabendo fazer bem a tirada inicial o restante daria para navegar tranquilo.
Então segue a foto do segundo dia, dá pra perceber que me toquei pra dentro com tudo, saindo totalmente da estrada e sobrevoando as fazendas. Nem dava se quer pra ver uma movimentação de carro, ou aquela fumacinha saindo da chaminé do fogão a lenha kkkkkkk
Tinha certeza de uma coisa, não poderia ficar no meio do caminho..hahahaha
No voo abaixo é nítido como saí da rota da estrada, e confesso que passei uns maus bocados bem baixo.



Teve uma hora do meu voo que eu estava ralando, pensava, meu Deus, se eu ficar aqui, viro lenda, só volto amanhã pra Jaraguá kkkkkk
Num demora muito quando tive esse pensamento, escuto no rádio o Gabriel e o Rone, ai eles passam o rádio um pro outro: Cara tem um ralando lá embaixo, e o outro responde: Cara acho que é a Marcinha.
Nessa hora fiquei bem mais tranquila, pelo menos alguém tinha me avistado, ai eles tiraram com tudo e eu fiquei um bom tempo ralando ali, não foi muito fácil subir e quando subi, já estava tudo repleto de CBs, chovendo pra tudo que é lado, achei que teria que abortar o voo, mas sai pela direita, depois dei uma volta e fui parar na esquerda, quando cheguei em cima da estrada principal de novo, já estava tudo sombreado, a bigorna havia se esfarelado tampando todo o sol e nessa hora, só deixei ir no planeio, não tinha mais o que fazer. Olhava pra frente e não acreditava que depois de ralar tanto, ficaria no mesmo lugar kkkkkkk Comprei terreno e fui olhar o gado.

Esses dois dias foram maravilhosos, voei o tempo todo sozinha. Então a concentração foi muito grande, principalmente no segundo dia que estava fora da estrada e não podia pousar de forma alguma, pois iria demorar horas pra chegar no tão aconchegante hotel. Isso faz toda a diferença.

Já no terceiro dia, estava uma farofa, tinha parapente em cada nuvem no céu, estava lindo de ver, mas isso me atrapalhou muito. Condição fraca, térmicas muito falhadas, o céu maravilhoso, mas por incrível que pareça, não estava nada redondo. Voo baixo e falhado o tempo todo, acho que o cansaço bateu também. Não me concentrei direito, pois estava super segura voando com um pelotão gigante,  o primeiro pelotão Gabriel e Rone, se mandaram, mas quem ficou pra trás ralou e muito. Acabei meio que desistindo do voo, pois estava muito muito difícil manter, subir e tirar, mas fiquei bem também, consegui render bem demais no planeio.

Foi um espetáculo, fiquei feliz demais com meu resultado, com minha performance, minha concentração, foi merecido.

Logo logo sai um vídeo e vocês vão poder curtir junto comigo os melhores momentos.

Em viagens como esta, não temos tempo pra nada.
Acordamos cedo, por volta de 7:30, preparamos tudo, tomamos café, logo já é hora de pegar o busão.
A subida é tranquila, mas leva um tempo.
Chega na rampa já se arruma e decola e voa durante algumas horas.
Pousa e vem o pelojo pra arrumar carona e chegar na cidade de novo, nisso chega na cidade e já é noite, ai jantamos, quando olhamos no relógio já são 22h e você ainda tem que fazer as postagens, porque seu celular ficou sem sinal o tempo todo fora da cidade e não teve como adiantar nada, colocar tudo pra carregar, encher o lastro e ai la pelas 23:30 consegue deitar pra dormir e estar zerada pro outro dia. Todo dia a mesma correria, mas é bom demais, nossa viveria assim fácil kkkkkk!

Os três dias tive muita sorte com os resgates, mas acho que um dia escreverei um post só de resgates....rsrsrs

Com amor,
Marcinha Finelli
Voando pelo Brasil com Little Cloud, Marré Infinito e Naviter.

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