quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Recorde da Rampa do Machado - Portelândia GO É MEU uhuuullll

Genteeeee, this is wonderful!!!!
Bati o primeiro recorde de uma rampa com 3 dígitos em minha história de voo livre.
Senta que lá vem mais história... vamos ao dia do recorde o tão esperado e almejado nesta viagem.
Só retomando para quem não leu os outros posts, fui convidada pelo Junior CB para voarmos em Mineiros GO a rampa fica em Portelândia, que é bem próximo, aceitei de imediato e logo entrei na internet para ver mapa, vento...tudo. A vontade era de realmente fazer um bom voo e tirar muito proveito desta viagem.
Estudando o mapa vi que havia a possibilidade de atravessar a divisa Mato Grosso/Goiás, neste momento fiquei mais animada ainda, como relatei anteriormente, acho o máximo essas travessias de Estado, sempre são emocionantes.
A outra parte que mais me empolgava era que em Axixá TO sobrevoei uma grande parte sobre o majestoso Rio Araguaia pelo qual tenho o maior respeito e nesta trip eu atravessaria ele novamente, mas bem mais estreito, por estar bem próximo a sua nascente.
O Rio Araguaia é responsável pela divisa natural entre Mato Grosso e Goiás, nascente no Parque Nacional das Emas, era para onde estávamos indo no segundo dia de voo, mas infelizmente com tantas queimadas, não foi possível dar continuidade, pois realmente estava muito perigoso devido a falta de visibilidade, voamos até onde foi possível, mas de Mineiros pra frente tinha muita fumaça.
Engraçado que no dia anterior até perguntei o CB porque não havíamos pego a rota que foi feita no recorde, se vocês avaliarem o mapa, tem uma cratera enorme logo atrás da rampa e no voo em direção a Mineiros, nós tivemos que contorna-la, gastando um pouco mais de tempo, mas justamente por causa do microclima do dia e a mudança repentina de um dia pro outro isso nos proporcionou voar as duas rotas e foi incrível.

Enfim...neste dia o vento estava variando demais, nós havíamos combinado que seria a mesma rota do dia anterior, mas com a variação do vento e a deriva forte em voo CB cantou a rota pela direita da cratera, justamente a rota que eu havia comentado no dia anterior.
Decolei primeiro, não demorou muito peguei uma termal maravilhosa que não larguei de jeito nenhum, fiquei esperando pelo CB já a uns 2000alt aproximadamente, ele ralou um bom tempo, saimos antes do ciclo perfeito, como eu estava muito alto, perdi um pouco a noção da altura dele, mas assim que ele ganhou mais já passou no rádio para o resgate a alteração da rota, combinamos já em voo e tiramos pra trás, seguindo o platô do lado direito, ele saiu bem mais baixo, essa saída foi muito diferente da outra, estava bem sofrida para nós dois, depois que sai da termal não bati em mais nada, achei que ficaríamos os dois no km7, estávamos perdendo tudo, inclusive perdemos ai nessa brincadeira aproximadamente 500m devido estar sobrevoando em cima do platô.
CB tem uma visão pros gatilhos impressionante, ele vê o gatilho e tira sem dó, sem enroscar em pequenas coisas, foca no grande, "é o risco" como diz ele, nessa hora ele deu uma tiradona na minha frente, ele estava mais baixo, eu só avistava as folhinhas caindo e nunca subindo que aflição, estava doida pra continuar o voo estava lindo e eu na fissura de não ficar muito distante.
A estrada do resgate estava muito perto, uma estrada linda, na beiradinha da cratera, um visual alucinante. Estávamos no meio do meio de uma plantação gigante, uma plantação que estava completamente dourada, a coisa mais linda que já vi voando. CB bateu num canhão lindo, cheguei logo atrás e começamos mais uma vez a rodar juntos na mesma altura, ambos muito felizes, e neste momento como queria estar com uma câmera, meu Deus, queria mostrar o que eu estava vendo pra vocês, jamais esquecerei, aquela vela branquinha num ângulo perfeito para uma foto dos sonhos, em cima de um dourado fascinante que parecia brilhar com o sol, cheguei a falar com ele na hora: "que cena dos sonhos", chegamos aos 3500alt aproximadamente só nessa termal. Eu estava usando 3 blusas, comecei a sentir muito frio, estava com muito frio mesmo e resolvi tirar, só escuto no rádio: Volta Marcinha, precisamos encher o tanque aqui porque a próxima está muito longe, essa foi a primeira vez que recebi uma recomendação durante o voo, pois o resto estava muito sincronizado, nem precisávamos das palavras. Acabei voltando, mas já não consegui pegar a mesma termal em potência, fiquei nem lá nem cá e as descendentes eram tão grandes quanto as ascendentes, então pra eu não perder muito resolvi sair logo, depois ficaria mais difícil de acompanha-lo, mesmo ele me esperando as tiradas eram violentas, mas ele acabou tirando sem muita demora. Realmente não batemos em nada, foi só pra baixo, até que encontramos uma bolhinha fraquinha pra sustentar e jogar mais pra frente, chegamos bem baixo, o relevo já estava muito diferente do platô, era muito mais irregular com morrinhos e tinha um riozinho para atravessar, um filetinho d`água, o Rio Babilônia. Mais uma vez o CB estava na minha frente, ele estava atacando com tudo, o dia estava completamente diferente, não estávamos voando lado alado abrindo como no dia anterior, tínhamos que ter agilidade pra não perder e acabar pousando, então ele bateu numa bolhinha daquelas bem fraquinhas, deu uma sustentada, mas havia me dito que tinha uma visão de algo melhor a frente, então não se prendeu e foi arriscando mais a frente e eu vi que não estava dando muito certo e optei por segurar a onda nesta pequenininha, realmente estava muito fraca, em comparação a todas que pegamos o tempo todo, essa não fazia nem cócegas, era mesmo só pra ficar no zero a zero. Abaixo tinha uma cachoeirinha bem próximo onde sobrevoávamos nessa bolhinha, logo pensei se ele pousar vou pra lá também, o resgate já estava chegando até nós, atento a nossa localização.
E quando o CB viu que eu estava segurando na bolhinha, logo ele passou no rádio: "Marcinha se você quiser pousar no Mato Grosso, basta atravessar o rio" Já era o deslumbrante Rio Araguaia, bem a minha frente, mas pra conseguir eu tinha que ganhar, o que aguçou minha vontade, já que eu queria pousar no Mato Grosso e já que ele mesmo havia incentivado.
Agarrei por tudo a bolhinha, que foi se transformando em um bolhão e ganhei tudo de novo. De aproximadamente 900alt, que na realidade eram meros 200m do chão fui bater nos 2.400alt, e só ouvia no rádio, "Manda Bala" assim que o resgate chegar estaremos embaixo de você.
 São decisões desafiadoras, já estava feliz ali, tive muita dúvida em seguir sozinha não por medo, mas por companheirismo mesmo, a parte mais desafiadora passamos juntos, como eu poderia seguir sem o parceiro de voo? Seria muito bom pousar, mas o incentivo foi grande, então segui adiante.
Até este ponto estávamos apanhando do vento, tinha uma deriva muito forte, estava realmente uma briga, cheguei a ficar cansada, me afastei da estrada do resgate, pois a briga estava intensa, parecia que pra todo lado apenas caranguejávamos, uma loucura realmente.
Mas o CB incentivou o tempo todo a continuar a tirada, já que ele sabia que eu queria muito pousar no Mato grosso.
Ele falou comigo: esta vendo a cidade? Passou a cidade já é Mato grosso, manda bala. E lá estava a cidade do Alto Araguaia e bem depois dela o Rio Araguaia, que lindo, foi demais.
Eu nem cheguei a passar perto da cidade, o vento já estava empurrando com tudo pra dentro das fazendas, o voo começou a render de uma forma absurdamente linda, me via completamente em outro voo, minha velocidade já estava bem mais alta, eu não estava mais brigando com o vento, mas estava bem distante do asfalto, e comecei a passar minha localização o tempo todo pra eles, que já estavam a caminho.
E lá fui eu acompanhando de longe a BR 364 Rodovia Juscelino Kubitscheck, em altos e baixos.
Passando a cidade de Alto Araguaia eu perdi muito, não conseguiria chegar na BR 364 por causa da luta com o vento e logo a frente havia um trevo e cruzava a MT 100, optei por seguir  ao encontro dessa MT 100 e comecei a ganhar garantindo que chegaria nesse asfalto, que também estava fácil do resgate me localizar (o resto era só fazenda), mas chegando lá já estava estampada de novo, só passei no rádio, ganhei tudo e vou continuar seguindo a rodovia principal, cada hora um ciclo uma ganhada e uma tirada, e acabei chegando mais uma vez na BR 364 e foi sobre ela que permaneci todo o voo e o mesmo realmente era outro, estava rendendo muito mais e eu estava muito satisfeita. Toda hora que dava minha posição ouvia do CB: "Toca pra frente, manda bala".
Tiveram momentos que fiquei preocupada com o resgate, do tipo que já tinhamos andado muito e eles estavam ali só por minha causa, são vários pensamentos, mas com tanto incentivo só joguei pra frente.
Naquele lugar que me encontrava já estava completamente feliz, mas o melhor é que peguei o ciclo então foram vários altos e baixos, várias vezes reportei no rádio que talvez não conseguisse subir mais e lá estava a termal me esperando, então daí pra frente era dando minha localização todo o tempo que me encontrava em uma descendente achando que não renderia mais.
Até que ouço CB falando: "Já estamos com você no visual, esquece que estamos aqui em baixo, concentra no seu voo e bora bater o recorde dessa rampa" Nossa o coração chega dispara só de escrever isso.
Só tenho a agradecer ao CB esse apoio, esse convite, o incentivo, a felicidade transborda, que pessoa maravilhosa e experiente, quanto conhecimento técnico, quanta vontade de me ver render nesse voo.
Então ele falou que daria uma adiantada me esperaria mais a frente junto com o Geudes. Por ali a visibilidade já estava começando a ficar bem ruim, a angulação do sol também ajuda bastante, passei por muitas queimadas e estava numa altitude difícil de visualizar, nesse tiro que ele deu no chão não sei o que houve lá em cima, mas foi um tiro meu também, CB havia perguntado se eu garantia a cidade, ainda não sabia, pois qualquer descendente forte nos leva direto pro chão, mas acabou que garanti e muito sobrevoando uma fazenda maravilhosa de fenos, estava lindo demais ver do alto e logo desviei da cidade cortando pela esquerda, pois a rodovia faria uma curva pra esquerda, acabei não perdendo muito tempo e o voo continuava rendendo muito bem.
Nesta cidade Alto Garças eu estava há exatamente 2452alt, andando pra frente e ganhando tudo, coisa mais linda, eu não conseguia acreditar na condição maravilhosa que acompanhei formando a minha frente. 


A visibilidade estava tão ruim, que não conseguia ver o sol, nem lembrei do fuso horário, ainda perguntei no rádio se eu tinha que pousar era antes das 17:30, mas CB respondeu que ainda tinha muito tempo de voo e que não era pra eu me preocupar com isso, era apenas para bater o recorde.
Mas a fumaça estava escondendo o sol e eu pensei que já estava se pondo, meu relógio estava no fuso de brasília, e na última termal vacilei, saí dela muito cedo, deveria ter enchido o tanque mesmo, só que com tantas termais acima de 3, estava difícil ficar numa de 1,5m/s, mas tirei antes com medo do por do sol.
Essa foi minha reta final e o relevo era uma subida, infelizmente.
A estrada movimentadíssima de caminhões, estava sobrevoando exatamente em cima deles, muito lindo e na última da última, vi que o relevo ia começar a descer, mas não tinha mais altura pra um planeio na descida rendendo mais uns metrinhos, então só fiz uma curvinha de nada e já estava com os pés no chão.
Gente, não deu nem pra tirar a foto, o resgate já estava lá kkkk, quanta eficiência, um caminhoneiro parou, não sei porque, mas foi ótimo até para o resgate me localizar com mais precisão.
Que resgate, sem noção, como diz o CB Bãobisurdu, resgate com lanche, suco, água, mais que perfeito.
Queria aqui agradecer ao Geudes que me emprestou todos os dias seu equipamento eletrônico, um Compeo+, magnífico, estou bem interessada em adquirir um, salvou meu voo, se dependesse do meu vário nessa tirada iria ficar na mão, ele parou várias vezes de funcionar, e principalmente por abrir a sua casa para me receber, junto com sua família maravilhosa, adorei conhece-los e espero um dia ter a oportunidade de retribuir recebendo vocês me minha casa, será gratificante esta visita.
Agradecer ao CB, mais um milhão de vezes por este convite magnífico, não tenho palavras pra expressar minha alegria em ter feito parte desta trip, por esta amizade de alguns anos, pela confiança em voar junto, só alegria.
E esperar com certeza por outras viagens como esta, que foi tão espetacular.
Agradeço as imagens maravilhosas que ganhei de brinde nas enroscadas feitas pelo parceiro de voo Junior CB e pedir desculpas por não estar preparada para retribuir, mas prometo que na próxima será diferente.
No retorno pra casa, CB me perguntou: Agora você é do Cross mesmo?
Não sabia nem responder a essa pergunta, porque na minha cabeça sou do voo livre, no terceiro dia, estava pensando, eu lá nos 2000alt, divaguei: "Nossa lá vamos nós começar tudo de novo, do zero", mas ao mesmo tempo a vontade de fazer essa nova rota. O interesse em ir conquistando os kms tudo vai mudando, a paisagem vai ficando diferente, aprecio a beleza natural, olho pra cada ponto ao meu redor, e vem aquele prazer de cada km sobrevoado, é um desafio, adoro desafios. Acro ou Cross, me amarro em voar (Passarinha). Então sou Acrocross.

Que venham muitos saltos de helicóptero pela frente, ainda quero fazer muita acrobacia e conquistar muitos kms também, só aumentaram as opções com diferentes prazeres.

Durante todo o voo ela estava todo tempo lá, esta nuvenzinha me colocando pra cima, essa LittleCloud linda!
Junior CB, essa cloud me acompanhou o tempo todo!

Meu resgate "Bãobisurdu" CB, Eu e Geudes 

Atravessando a divisa no retorno pra casa.
A fazenda linda de fenos vista agora do chão
Até a próxima trip!
Voa Finelli, voando pelo Brasil.
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segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Portelândia GO 1º e 2ºdia

Esquerda para direita Wanderlei CB, Eu e Geudes
Essa foi a equipe do final de semana mais incrível que já passei em Goiás.

Eu e CB no Ar e Geudes (Piloto local que nos prestigiou com tamanha receptividade e nos deu o maior suporte fazendo nosso resgate todos os dias, e que resgate né Geudes..., era pousar e ele já estava lá esperando com aguinha geladinha), conhece a região como a palma da mão.
Felizmente nada é por acaso e esse convite veio muito a calhar, sair da rotina é meu maior hobby, assim que recebi a mensagem: vamos voar em Mineiros? Um convite especial desse feito pelo CB, topei na hora. A rampa fica em Portelândia bem pertinho de Mineiros, um lugar sem explicação de tamanha beleza natural.
Fui até Goiânia de ônibus, CB me buscou e de lá seguimos para Mineiros, a estrada estava de arrepiar, dusts para todos os lados, muitas plantações colhidas, estava lindo o visual, tirando claro a parte da queimada nos canaviais que estava tenebroso.
Uma das maravilhas pelo caminho, imaginem o tamanho, pois eu estava muito longe

Paisagem deslumbrante

Chegamos quinta a tarde e fomos direto pra rampa, é uma rampa nova natural que eles estão apenas tirando os gravetos e pedras, dentro da fazenda do Sr Álvaro Machado, como de costume dos locais, fomos até a sede para conhece-lo e avisar que estávamos indo voar, o Geudes quem está a frente organizando as coisas.
Acabamos ganhando um suco delicioso de limão feitinho na hora e um café fresquinho, pessoa maravilhosa que escancarou as portas de sua fazenda para os Pilotos locais.

Na casa do Sr Álvaro Machado

Toda minha expectativa nessa trip estava em atravessar o Rio Araguaia e pousar no Estado do Mato Grosso que não conhecia e simplesmente adoro essas expedições que o voo atravessa Estados, acho isso o máximo.
Nesta quinta eu faria um reconhecimento local, CB já havia me dado todas as dicas, o vento estava muito lateral, tive um pouco de dificuldade para decolar, por isso não consegui acompanhar a mesma termal que fez ele estampar bem na esquerda da rampa, foi lindo de ver, não parava de subir , assim que o vento alinhou decolei, CB já estava muito alto, eu ralei muito e não consegui subir, ele acabou tirando para Portelândia e eu fui pro prego, pois o vento estava variando demais a direção, mas fui muito feliz, também havia viajado a noite toda, precisava descansar um pouco, maaas com certeza teria sido maravilhoso no primeiro dia já pousar indo pra cidade.
Quando pousei a galera super curiosa chegou bem pertinho pra uma foto, eu morro de medo kkkkk passei no rádio, sãobravos? Claro que escutei uma zoada né kkkkk.
Pousada em segurança com essa galera ai.

CB pousou em Portelândia no posto da rodovia, isso que havíamos decolado depois das 16h, estava subindo tudo. Saimos do pouso e ainda conseguimos pegar o pouso do CB, ele ainda estava alto quando chegamos.
Wanderlei CB pousado no posto

No segundo dia, sexta-feira, nos preparamos melhor, dormimos melhor, e seguimos pra rampa mais cedo.
A minha decolagem foi as 12:45h, estava pronta pra decolar imediatamente após o CB, então ele decolou e fui logo atrás, assim não voaríamos longe ou aconteceria como no dia anterior de perder a termal. O combinado era voarmos juntos, e foi o voo mais lindo que já fiz, que sintonia estávamos. Todos sabem que voar junto não é muito fácil, mas entrei numa sintonia com CB incrível mesmo. O início do voo ele puxou, já é mais experiente na região e tivemos que contornar uma cratera linda que tem atrás da rampa. 
Passamos sobrevoando uma antiga rampa e ao mesmo tempo que subia fácil com térmicas acima de 3 o tempo todo, também haviam as descendentes que estavam animalescas, mas seguimos em frente, passando a rampa há um gap e lá estava o gatilho perfeito, ganhamos tudo. Abaixo de nós dois na deriva seguimos pra uma cachoeira gigante e deslumbrante, que tristeza não ter como registrar em vídeo este voo pois estava lindo demais. Já estávamos voando em cima do platô e na parte de trás estava o vale, não sei nem descrever a maravilha de estar em cima deste platô e olhar pra trás e ver um buraco de vale e bem distante vários morros solitários da região.
Até aqui estava tudo maravilhoso, assim que entramos no platô iniciaram as plantações colhidas, tudo muito seco, folhinhas voavam por nós a todo instante, hora subindo, hora descendo, e longe avistávamos alguns dusts. Eu olhando pra todos os lados, não queria ficar abaixo dos 1000m de forma alguma, estava muito preocupada com os dusts.
O voo a cada momento mais mágico, seguíamos na mesma sintonia, ele abria e íamos buscando juntos as termais, que coisa linda de ver quando ele abria, até que, chegou a grande hora que nasceu um dust e só vi ele indo na direção do mesmo, hora nenhuma precisamos conversar no rádio, já sabíamos as decisão que tínhamos que tomar, apenas nos comunicávamos com o resgate, passando as posições. Nessa hora pensei com meus botões, não sou tão corajosa assim kkkkk fiquei rezando pra que aquele dust acabasse logo, porque eu não iria atrás dele de jeito nenhum e o CB já estava na cara dele e indo com tudo. Fiquei bem pra trás sombreou nossa área, mas CB ainda pegou a termal e estampou, o dust se desfez e eu sobrei bonito...rs
Ralei ralei ralei, demorei muito pra ganhar alguma coisa, nisso CB tocou pra frente, ele já estava muito alto, me esperou por muito tempo, só passou no rádio, ache a rota boa e toca pra frente, não deu dois segundos bati num canhão que me levou a uma altura fabulosa pra dar a tirada, CB pediu que o Geudes ficasse embaixo de mim o tempo todo, estava bem segura. Foi o único momento em que nos separamos e pegamos uma rota diferente, CB foi mais pela esquerda e eu pela direita, também estava sentindo a deriva mais forte, dei uma volta acompanhando uma estrada pela direita, nesse meio do caminho outra cachoeira de encher os olhos, ainda pensei se eu continuar a perder, vai ser naquela cachoeira ali, mas ganhei tudo, fui pra casa dos 3400 de altura aproximadamente, não conseguia visualizar mais o voo do CB há algum tempo, a visibilidade estava péssima e isso tornou o voo perigoso, acabamos optando pelo pouso na cidade no aeroporto como eles fazem de costume, é um aeroporto para decolar os aviões com os produtos para as plantações.
Meu voo continuava derivando muito pra direita e eu estava muito longe do aeroporto, mas estava andando pra frente e ganhando tudo, quando CB passa no rádio perguntando se eu chegaria ao aeroporto, pois ele também havia me perdido no visual eu respondi que não sabia, pois ainda estava longe e qualquer descendente monstra me colocaria no meio do caminho, mas na hora que decidi tirar pro aeroporto estava subindo reto, ai passei no rádio: pouso no aeroporto garantido, e ele pediu minha localização, estava estampada, ele decidiu ganhar pra pousar comigo. Estávamos na mesma altura quando comecei a afundar tudo, não gosto de sobrevoar cidades, então logo fui pro aeroporto, acabei vacilando no pouso junto, mas foi lindo mesmo assim. A felicidade desse voo já estava estampada em meu rosto, aquele sorrisão que só nós pilotos sabemos identificar.

E no final foi só alegria e descanso, pois sábado ainda tinha mais pela frente.... 

To be continue...

Voa Finelli Voando pelo Brasil.
Marré Infinito nos ares.





quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Linha presa : (

Hoje estava com muita vontade de decolar pros cem km.
Chegamos na rampa cedo, tudo certinho, o vento estava muito forte, o céu estava espetacular, todo cheio de nuvens lindas, base alta e bem formada.
Na hora que a calada aumentou, todos já estavam se conectando.
Decolei na hora mais certa do dia, o ciclo estava entrando, sai ganhando tudo, mas infelizmente minha linha do freio estava presa com um graveto, estava tudo sobre controle, mas estava puxando muito pra direita, térmicas fortes, muito vento, não conseguia acelerar direito, pois estava bem freada do lado direito, mas mesmo assim pra sair bem da montanha tive que acelerar os 50%.
Primeira coisa que fiz foi sair mesmo da montanha, foi lindo demais, sai subindo subindo subindo, sem miséria kkkk, pensava, porque hoje porque hoje essa linha presa e rezando pra soltar e eu seguir meu voo. 
Daria pra ficar em voo do jeito que estava, mas não estava legal, isso iria me atrasar muito, sem contar a preocupação que eu estava de puxar o freio e este não voltar, ficar preso e mais freado. Que triste escolha ter que ir pro pouso, mas era o certo.
Cheguei em cima do pouso, muito vento, tinha que tomar cuidado pra não ir pra trás, pois não conseguiria acelerar, já estava no rumo do pouso, bati numa termal, nãotinha o que fazer a não ser subir de novo, ganhei a montanha, brigar baixo com térmica forte é suicídio, subi muito rápido. Estava lindo demais, nossa eu babando, até pensei em ficar em voo e seguir, mas nesta hora meu vário pifou...não vou nem escrever um palavrão aqui, mas eu fiquei com muita raiva e pensei: Realmente não é pra eu seguir, vou pro pouso de novo, e pra acelerar o processo " pouso" fiz uma espiral pro lado do graveto, com certeza um graveto seco não resistiria a pressão e foi isso que aconteceu, na hora que sai da espiral forte ele quebrou, mas nesta hora já estava baixo demais. Chegando pra pouso estava muito turbulento, sempre falo: Se querem decolar cedo, tenham certeza de que ficarão no ar, não queiram pousar. Na hora do meu pouso a biruta deu um 360 animal, que loucura pousar esse horário, eram 14:07. Tudo que não quero na vida é pousar nesse horário em pleno setembro kkkkkk
Com um pouso em segurança neste horário do jeito que estava o dia, só tinha a agradecer, porque foi bem turbulento até chegar ao chão. e tocando ao chão o vário deu o grito kkkkkkk tive que rir muito. Parece que era mesmo pra ir pro chão.
Mas...amanhã tem mais!!! Todo dia tem.
Marré Infinito nos ares, nas cores do Cerrado Brasileiro (Flor de sucupira)
Voa Finelli , )( `

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Recorde feminino em Palmas Tocantins AUMENTA!!!!

Desta vez o recorde batido foi na minha cidade, Palmas TO, meu próprio recorde.
Recorde atrás de recorde, tô ficando viciada kkkkkk
O clima por aqui está fervendo, mas o céu cada dia mais lindo. Está difícil não ficar deslumbrando as nuvens.
Sábado estava animada pra voar apenas um voozinho local mesmo, o dia estava bem bonito, subimos eu, Lu e Sílvio, ele teria uns duplos, então subimos um pouco mais tarde, por volta das 14h.
Chegando na rampa avistamos o Fernando que estava no meio do vale perdendo tudo e em dois segundos engatou numa termal linda e só alegria, estampou e foi embora, nesse meio tempo logo comecei a me equipar, estavam por lá Glaydson e Ricardo. Silvio decolou de duplo, em seguida o Ricardo. Acabou decolando no final de um ciclo, Sílvio já estava ganhando na esquerda e Ricardo optou em ir bem pra direita, eu decolei já pensando em jogar pro meio do vale e foi lá que estampei em uma termal que emendou com a do Sílvio, o vento estava um pouco forte, eu estava derivando rápido e subindo rápido, mas ou eu deixava derivar e nem olhava pra trás ou eu abandonava ela ali e ficava ralando esperando o outro ciclo, mas essa opçã estava fora de cogitação, devido que se eu perdesse, estava em um horário terrível para pousar.
Optei por ir derivando, Sílvio estava na mesma termal, na hora que decidi tirar mesmo não foi uma coisa muito linda no primeiro momento, pois estava bem instável e eu estava saindo por um lado da montanha que não saio nunca, devido ser uma parte muito grande para atravessar com muito rotor e com essas descendentes monstras, nessa hora bateu uma insegurança absurda, mas já estava no caminho não tinha mais como voltar, virei pra trás e acelerei.
Sílvio jogou pra direita nessa saída e foi só afundando, eu mantive onde estava só sei de uma coisa, estava bem fácil de ficar na roubada, mas ganhei tudo as que engatei, não larguei em hipótese nenhuma e antes de atravessar o lago ganhei tudo mesmo, atravessei com 2800 fui em diagonal, rumo a Barrolândia, perdi muito no início e fui me mantendo nas fraquinhas mesmo. Foi a primeira vez que que testei meu acelerador quase nos 100%, estava em cima do lago, qualquer pani que ocorresse e eu tivesse que lançar reserva, iria estar segura na água, sem fios, carros nem casas, então aproveitei.
Durante o percurso temos diversas sensações e acho engraçado, pois ir muito alto é sensacional, mas quando você abaixa e estabiliza nos 1000m que sejam, o voo da a impressão de estar muito ralado e na realidade não está. Como sempre eu estava sem instrumento no visual, então eu tinha essa sensação de estar baixo, muito baixo, e não estava, pois estava na casa dos 1000m, ó que não passava na minha cabeça que eu havia ido aos 2800m.
Quando cheguei em uma plantação que havia sido colhida, estava só o arado, ai enchi o tanque de novo indo de 1190 aproximadamente para 1780 numa termalzinha não muito forte, mas olhava pro sol e pensava: "Ainda está cedo, dá pra bater meu recorde" ( lembrando que meu recorde era de 66km feito de super sonic em um dia espetacular de lindo), já estava apreensiva, pois a estrada estava completamente deserta, inclusive passei isso no rádio, carro de tempos em tempos por ali, ia ficar na roubada mesmo. E neste momento pegando a repetidora o Glaydson estava aproximando para pouso e me chama no rádio, Marcinha me dê sua localização, pode tocar pra frente que farei o seu resgate. Ai meu povo o voo mudou de figura, falei que estava enchendo o tanque e iria tocar bem mais tranquila a partir daquele instante.
Neste momento o mais baixo que cheguei durante o voo foi 1020 aproximadamente. Toquei pra Barrolândia, não havia preparado para este voo, eu estava realmente decidida a um voozinho local, e acabei animando e fiz esse voozão, mas o fiz sozinha, durante o percurso eu pensava em duas coisas, uma dar uma pani geral e ninguém saber e outra em pousar na roubada, aquele medo do rádio não pegar. Isso me fez avaliar em nível de segurança  o que é mais perigoso, treinar acro sozinha, mas sabendo que onde você está sempre vai ter gente conhecida, ou fazer o cross country e estar realmente sozinha.
Enfim...escolhas voltando ao voo, como não era o voo programado para o dia, não olhei rota, nem vento nem nada, fui tocando na sensibilidade, mas como é de praxe voos de distância avaliar tudo um dia antes inclusive a rota, cheguei em Barrolândia na estrada que sobrevoamos o tempo todo e de repente ela acabou.
Imaginem minha aflição tendo que decidir entrar na roubada e fazer mais kms ou manter o planeio pela Belém Brasília que seguia a direita e a curva fazia o voo andar pra trás?
Olhei milhões de vezes pra roubada e realmente era roubada, olhava pro sol e via que ia se pôr muito rápido e depois que o sol se põe, já era, vira noite, fiquei me imaginando andando no mato desesperada, então optei pela segurança, óbvio, se estivesse voando em bando com certeza ia encarar a roubada fácil, mas sozinha, que frustração, estava alto ainda, neste momento eu estava só ganhando, cheguei em Barrolândia com 1800m aproximadamente, isso olhando agora no voo baixado no xcbrasil, mas já estava só no planeio, tinha uma nuvenzinha no meio de umas montanhas que eu teria que atravessar, não arrisquei. E confesso que foi a melhor escolha, pois eu pousei expliquei no rádio, Chegando em Barrolândia pegue a estrada a direita, estou tocando apenas no planeio.
Mas eu estava bem indignada por estar sozinha numa posição tão boa, por estar fazendo uma curva enorme, estava gostoso passar pelas fazendas e também achava que ia sim dar uma diferença nos kms, então deixei seguir no planeio e que planeio.
A minha chance seria tocar para Abreulândia, mas não iria render o suficiente para chegar e ficaria no meio do caminho que tem uma travessia de umas serrinhas sem estradas, sem fazendas.
Bom, lá estava eu pousada em uma fazendinha na beira da estrada, quando fui derivando pela Belém Brasília fui passando no rádio quantas entradinhas de terra eu havia passado, eram 7, pousei na sétima, mas meu planeio rendeu demais da conta kkkkk os rapazes quando foram me buscar acharam que estavam no lugar errado, então resolveram voltar pra Barrolândia, mesmo eu falando que estavam certos, era só ir mais a frente. Neste caso já estava de noite e eu numa roubada horrível pra pegar carona, mas falei: "Então fiquem ai que vou tentar uma carona", graças a Deus o telefone e o rádio estavam funcionando.
Nesta hora passaram dois caminhões que não pararam e o terceiro parou, gigante, Sr Dagoberto, um caminhoneiro muito bacana, foi uma viagem maravilhosa até Barrolândia, batendo o maior papo, ele interessado em saber mais sobre o esporte, inclusive despertou o maior interesse, falei pra ele procurar na cidade dele e adivinhem, ele mora próximo a Chapecó, excelente local para a prática em Santa Catarina. E logo chegamos ao posto que me esperavam, ai só alegria, agradeci demais meu resgate no caminhão, e no posto estavam Glaydson a namorada e Ricardo, foi só alegria.
Cheguei em casa muito cansada, muito feliz e realizada por mais um recorde.
Geralmente meus melhores voos são no domingo, pois sábado é o dia que tiro para descansar do batidão da semana, mas este foi bem diferente, mas me esgotou com certeza.
Infelizmente, não tenho imagens do voo, o cartão de memória da câmera deu erro, mas também não estava muito preocupada em filmar, ultimamente estou focada em voar...rs E seguem imagens do pouso, rindo pras paredes por mais uma conquista.

E o voo me rendeu 75,7km, apesar de estar sozinha, foi sensacional! Aumentando o recorde feminino de Palmas TO.
Mais uma conquista

E lá estava o melhor cajú do mundo!!!


Vestindo Brinco em Swarovski Marré Infinito


Atleta: Marré Infinito - Sol Paragliders
Voando Sycross/Xlight 2

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Amigos em Axixá TO Bons momentos!

Seção de fotos!


O casal Voador, comemorando aniversário de casamento, foi lindo!


Eu e Wanderlei CB 

Meus 30seg de fama rsrsrsrs

Briefing

Participantes 2017

É pra lá que eu Voou!






Representantes de Palmas TO

Representante de Araguaina TO


Vem voar você também!


Sorriso 101,1km que orgulho de mim mesma, batendo recordes pessoais!

O perigo esta em voar ou atravessar pontes?

Cada um com 100, ai tem kms voados!
O evento foi maravilhoso, encontrar os amigos é sempre sensacional e como eu já havia passado por Axixá há alguns anos, voltar agora com mais experiência foi muito satisfatório, estou muito feliz com a nova conquista.
Que venham mais encontros, mais kms, mais amigos alados!

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